A importância da tecnologia para o desenvolvimento econômico
*por Iomani Engelmann, presidente da ACATE Na última semana, lançamos o estudo anual sobre o panorama do ecossistema de tecnologia do Brasil e de Santa Catarina, o Tech Report 2020, […]
*por Iomani Engelmann, presidente da ACATE
Na última semana, lançamos o estudo anual sobre o panorama do ecossistema de tecnologia do Brasil e de Santa Catarina, o Tech Report 2020, produzido pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) em parceria com a Neoway. Por conta da Covid-19, o evento foi totalmente online e contou com mais de 550 pessoas, além da presença de Raony Rossetti, ex-CIO da XP Investiments, offshore da XP Inc. baseada em Nova Iorque, que falou um pouco sobre os comportamentos que as empresas devem ter para garantir sua continuidade durante a pandemia.
Apesar do crescimento baixo na economia em 2019, observamos que o setor de tecnologia de Santa Catarina se manteve resiliente e conseguiu se tornar o 4º maior polo do país, conquistando um faturamento de R$ 17,7 bilhões, o que representa 5,9% do PIB do estado e supera a média brasileira. Além disso, fomos o estado que mais cresceu em número de empresas, com 12,1 mil negócios em funcionamento — atingindo o 6º lugar no ranking, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
Quatro anos atrás, em 2016, quando produzimos o primeiro Tech Report, a motivação por trás do estudo era entender melhor como o setor de tecnologia no Brasil estava se comportando, avaliando seus gargalos e potenciais para crescermos de maneira cada vez mais estruturada. Além disso, tínhamos o objetivo de materializar a relevância do estado, onde a ACATE, juntamente com outras entidades, disponibilizam uma estrutura para qualquer empreendedor criar e alavancar seu próprio negócio, acompanhando e apoiando-o por toda a sua jornada, independentemente da fase em que ele se encontre.
O uso de dados no setor da tecnologia pode ser utilizado para criar políticas públicas e atrair investidores para o ecossistema, trabalhando como um instrumento de equidade social para a construção de uma sociedade mais justa. Hoje, no meio de uma pandemia, vemos com ainda mais profundidade como a tecnologia auxilia todas as atividades econômicas — como segurança, relacionamento com clientes e funcionários, entre outros —, se mostrando um fator essencial para a retomada econômica.
Nos Estados Unidos, isso já está sendo sinalizado há algum tempo. O valor de mercado das quatro maiores empresas do setor — Amazon, Microsoft, Facebook e Google — bateu a marca de U$ 5 trilhões, o que equivale a um valor quatro vezes maior que o PIB de todo o Brasil.
Voltando a falar de Brasil, o país conta com 306,4 mil empresas atuando no setor de tecnologia. São cerca de 7 mil a mais em comparação com 2018, representando um crescimento de 2,3% no período. Apesar disso, o número de empresas do setor de tecnologia brasileiro caiu 8,5% entre 2015 e 2019, passando de cerca de 334 mil em 2015 para pouco mais de 306,4 mil em 2019. Entre os principais estados do setor, Santa Catarina (11,8%) e Paraná (1,5%) foram os únicos que registraram crescimento no número de empresas nesse período.
Esta edição do estudo traz números relevantes que mostram o reflexo do nosso propósito no trabalho que vem sendo feito pelos diversos atores do ecossistema catarinense de tecnologia na construção de ambientes cada vez mais favoráveis ao desenvolvimento de empresas e, portanto, da nossa economia.
O propósito de uma empresa não pode ser apenas um slogan bonito para destacar no site ou em um banner. Principalmente em um momento de crise como esse, ele deve ser uma verdade e deve estar alinhado com a identidade do negócio. E isso não é diferente quando falamos de um ecossistema. Nós buscamos aumentar o reconhecimento da indústria de inovação no estado, no país e também fora dele — e isso se mostra evidente em cada passo que tomamos.
*Fonte: Tech SC | Foto: Betina Humeres / BD
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