ABES apresenta em Florianópolis pesquisa sobre mercado nacional de software
A ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) divulgou nesta segunda-feira, em Florianópolis, a 6ª edição da pesquisa “Mercado Brasileiro de Software — Panorama e Tendências”. Conduzido pelo IDC (International Data Corporation), o relatório traz uma radiografia completa do cenário vivido por esse mercado em 2009, bem como as principais tendências que se destacarão no segundo semestre de 2010.
A ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) divulgou nesta segunda-feira, em Florianópolis, a 6ª edição da pesquisa “Mercado Brasileiro de Software — Panorama e Tendências”. Conduzido pelo IDC (International Data Corporation), o relatório traz uma radiografia completa do cenário vivido por esse mercado em 2009, bem como as principais tendências que se destacarão no segundo semestre de 2010.
Pela primeira vez Florianópolis foi escolhida para a apresentação da pesquisa. “Trouxemos o evento para Santa Catarina por ser o segundo maior produtor nacional de tecnologia e pela ABES estar ampliando sua participação regional a começar pelo estado catarinense, via ACATE”, afirma o presidente da ABES, o catarinense Gérson Schmitt, que também é diretor na Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia.
A ACATE, juntamente com o CETIC-SC, foram apoiadores do almoço desta segunda-feira, que reuniu empresários e lideranças ligadas a entidades catarinenses de tecnologia. Recentemente, a ACATE conveniou-se a ABES com o objetivo de ampliar a representatividade da entidade local nas instâncias federais, especialmente em Brasília.
“Queremos mostrar o modelo vencedor de ciência, tecnologia e inovação, além do associativismo empresarial, desenvolvido em Santa Catarina. A ABES será um destes caminhos”, reforçou o presidente da ACATE, Rui Luiz Gonçalves. Um dos projetos que serão desenvolvidos com o apoio da ABES é desenvolver no próximo ano uma pesquisa setorial somente com empresas catarinenses, complementando o estudo da entidade nacional.
Números
De acordo com o estudo apresentado pela ABES, mantendo-se estável no cenário mundial de softwares e serviços, o mercado brasileiro ocupou a 12ª colocação no mundo, e movimentou cerca de US$ 15,3 bilhões em 2009 — saldo 2,4% acima do alcançado no ano anterior. Desse total, US$ 5,4 bilhões referem-se a softwares e US$ 9,9 bilhões a serviços, o equivalente a 1,70% e a 1,78% do mercado mundial, respectivamente. No mesmo período o mercado mundial de softwares e serviços registrou pequeno avanço de 0,89% e movimentou US$ 880 bilhões.
Exportação de software e serviços
Destaque para os resultados alcançados com a exportação. Durante o período o país registrou avanço de 7%, montante equivalente a US$ 363 milhões. As vendas de licenças de software especificamente tiveram salto de 12%.
“Consideramos esses valores um indício positivo da capacidade de reação do setor, confirmando um potencial muito grande a ser explorado fora do país. Mas em nossa avaliação, para alavancarmos as exportações, precisamos resolver problemas estruturais relacionados ao modelo setorial. Hoje os governos são os maiores produtores e concorrentes do setor, não estimulam pesquisa e inovação — à medida que dão preferência à utilização de softwares com fonte aberta, opção que também cria conflito ou dificuldades para a defesa da propriedade intelectual”, reflete Gérson Schmitt, presidente da ABES.
Além disso, de acordo com o executivo, o modelo de exportação defendido pelo Governo baseia-se no crescimento das vendas de serviços em vez de apostar em inteligência empacotada, o que pode agravar ainda mais o contexto apresentado pelo IBGE, que estima a falta de 200 mil profissionais no setor e custos de mão-de-obra maiores que os principais concorrentes internacionais.
“Desse cenário decorre um perfil setorial de 94% de micro e pequenas empresas, com condições que desfavorecem seu crescimento ou longevidade; uma balança setorial negativa — com tendência a piorar quando começar a se importar serviços mais baratos em outros países para ser competitivo no atual modelo setorial; e o desperdício de uma oportunidade estratégica de diferenciação de desenvolvimento apoiado no talento e criatividade brasileira”, conclui.
Radiografia da indústria nacional
Segundo estudo do IDC, atualmente o setor é composto por 8,5 mil empresas, das quais 76,5% dedicam-se ao desenvolvimento, distribuição e comercialização de softwares, formando uma cadeia de valor com grande potencial de expansão pela sua capilaridade no mercado interno.
Assim como nos dois últimos anos, quase 50% da demanda registrada foi proveniente dos mercados financeiro e industrial. Na sequência estão os segmentos de agroindústria, governo, comércio e serviços.
Tendências e expectativas para 2010
Segundo o IDC, as previsões para o segundo semestre de 2010 são bastante positivas. O mercado total de Tecnologia da Informação brasileiro terá aumento estimado em 6,5%, acima da América Latina, com 6,3%, e do mercado mundial de TI, com 3,5%. Especificamente em relação a software e serviços, a indústria nacional alcançará 8,5% de crescimento.
Algumas tendências impulsionarão tais resultados. “A expansão da computação em nuvem, cuja demanda deve triplicar nos próximos cinco anos; a procura por aplicativos de análise e de inteligência para o negócio, que crescerá mais de 10% em 2010; o aumento significativo da venda de laptops e smartphones, ocasionado pelo número cada vez maior de usuários; e as oportunidades geradas com o advento da TV Digital, são alguns pilares que se destacarão ao longo desse ano e dos próximos períodos”, finaliza Schmitt.
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Assessoria de Imprensa ACATE