Tratamentos mais humanizados podem melhorar a produtividade de uma empresa?
O principal insumo da inovação são as pessoas. Confira dicas de como cuidar da saúde mental, melhorando relações profissionais e interpessoais nos ambientes de trabalho. Dois anos de pandemia: […]
O principal insumo da inovação são as pessoas. Confira dicas de como cuidar da saúde mental, melhorando relações profissionais e interpessoais nos ambientes de trabalho.
Dois anos de pandemia: já temos vacinas contra a Covid-19, aprendemos a lidar com a doença e sabemos que cuidados devemos tomar para evitar que ela se espalhe. Apesar disso, o clima de incertezas continua. Não só por conta do número de casos e mortes pelo vírus — que diminuiu, mas não cessou —, mas também por questões financeiras, já que a economia foi impactada pela crise sanitária. Há também o fato de que a migração do trabalho para o ambiente remoto gerou, em muitos, sobrecargas de trabalho e impactos sociais.
Somados esses fatores, o contexto se torna, sem dúvidas, propício para a redução da qualidade de vida de quem exerce funções laborais. De acordo com um estudo da organização sem fins lucrativos Mind Share Partners, estima-se que 42% dos trabalhadores globais experienciaram um declínio de saúde mental no início do isolamento social. Para o Brasil, esse dado é bastante alarmante, tendo em vista que o país possui a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo, desde 2017. É também a segunda nação no ranking de pessoas com Síndrome de Burnout e a quinta no de depressão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescenta que os transtornos mentais geram por ano uma perda de US$ 1 trilhão na economia mundial.
Como lidar com esse problema?
Cuidar da saúde mental do colaborador é, portanto, uma tendência incontornável no ambiente corporativo em 2022, em especial no setor da tecnologia brasileiro. O maior combustível da inovação são as pessoas que, trabalhando em conjunto, oferecem suas habilidades e talentos em benefício das empresas. Se o bem-estar delas estiver prejudicado, a produtividade das organizações também será afetada.
A saída para minimizar os danos psicológicos aos trabalhadores passa por mudanças na comunicação interna, na cultura organizacional, por incentivos verbais e financeiros, pelo acesso a serviços médicos e apoio psicológico. Veja algumas boas práticas que podem ajudar a tornar mais humanizado o tratamento de uma empresa com seus clientes internos:
- Diálogo: deixe de lado o excesso de formalidade. A cultura de sua empresa pode, sim, ser mais aberta e receptiva. Estabelecer um momento diário de trocas de experiências entre os membros de uma equipe, seja para tratar de temas de trabalho ou até de assuntos pessoais, é importante para que todos se sintam integrados e partes de um mesmo time. Feedbacks honestos são construtivos e bem-vindos. Quando esse tipo de prática é implementada em uma empresa, os colaboradores se sentem mais à vontade para falar sobre seus problemas e encontram soluções mais facilmente para eles. Cada um pode fazer sua parte para se demonstrar presente e ser útil para os outros.
- Respeito aos limites: Para atingir um bem-estar a todos no ambiente de trabalho, é crucial que a empresa oriente seus colaboradores a priorizar pelo autocuidado e, sempre que necessário, impor limites nas relações interpessoais. Isto é, evitar a naturalização de conflitos que possam pôr em xeque a sua saúde mental e física. Também é de extrema importância que todos saibam respeitar esses limites, quando estabelecidos.
- Lideranças vulneráveis e empáticas: Todo líder também tem suas fraquezas. Demonstrar sua própria vulnerabilidade com transparência ajuda no exercício da empatia e no diálogo aberto.
- Diversidade e inclusão: Cada pessoa é diferente pelas suas vivências e seu jeito de ser. No mundo atual, é indiscutível que as empresas devem criar políticas que promovam o respeito à individualidade se quiserem prosperar. Pesquisas mostram que as organizações precisam investir em diversidade e inclusão para se tornarem mais inovadoras.
>> Leia mais: Como a diversidade e a inclusão podem impulsionar a inovação?
- Flexibilidade: Cuidar da saúde mental do colaborador é também oferecer maior autonomia para ele na definição de suas condições de trabalho. Desde o que diz respeito a horários e local, até no modo de se vestir. As políticas e práticas da empresa devem estar abertas a mudanças, afinal, sempre há algo para melhorar, tanto para a organização quanto para os indivíduos que atuam nela. Ambientes mais flexíveis deixam os profissionais mais confiantes para correr riscos e inovar.
- Apoio especializado: Os gestores precisam estar atentos à saúde de seus colaboradores, a fim de que haja redução de enfermidades e estresse. A oferta de psicólogos e programas de saúde custeados pela empresa gera melhoras no engajamento de equipe e redução do absenteísmo.
- Lazer e entretenimento: São iniciativas que priorizam a qualidade de vida do funcionário, o incentivo a atividades físicas, a reserva de áreas de descompressão no prédio da empresa, investimentos em programas de viagens, momentos de entretenimento com as equipes etc.
- Estímulo ao pensamento crítico, ao desenvolvimento pessoal e à busca pelo conhecimento: Quando um profissional se dedica com empenho a uma função, ele naturalmente espera ser reconhecido e colher bons frutos sobre suas ações. Nesse sentido, algumas empresas têm aderido à prática de bonificação sobre resultados e oferecido pacotes de benefícios, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento profissional de seus colaboradores. Outra maneira de gratificar seus funcionários e impulsioná-los se dá investindo em treinamentos e capacitações.
Ações relacionadas à qualidade de vida nas organizações melhoraram o clima no trabalho para 91% delas, ocasionaram mais atração de talentos para 76%, geraram mais produtividade para 86% e mais rentabilidade para 70%, segundo uma pesquisa realizada pela multinacional Sodexo, em 2016. As lideranças ou o setor de Recursos Humanos (RH) podem, portanto, seguir essa rotina de implementar mudanças de hábitos, em prol de uma rotina saudável dentro das empresas. Também podem promover um cuidado com a saúde preventivamente e rever os benefícios oferecidos aos colaboradores, buscando soluções que contemplem os variados aspectos de seu capital humano.
>> Leia também: Qual a importância de investir na saúde do colaborador?
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Imagem destaque: Priscilla Du Preez, via Unsplash
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