Eleições 2022: ACATE e entidades nacionais pedem políticas públicas para qualificação profissional
Referência no ecossistema brasileiro, a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) assinou dois manifestos nacionais endereçados aos candidatos à Presidência. A entidade endossou as demandas por políticas públicas voltadas à inovação elaboradas pela Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (ASSESPRO) e Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). Segundo o Vice-presidente de Relacionamento da ACATE, Diego Brites Ramos, a ACATE entende seu papel como entidade representativa e reconhece a necessidade de reivindicar uma agenda político-regulatória para que o setor de tecnologia cresça ainda mais nos próximos anos.
“Estamos conectados com as demandas nacionais e reconhecemos a importância dos pontos levantados pela ABES e ASSESPRO. No Estado, elaboramos nossa própria pauta aos candidatos ao governo e percebemos que o movimento nacional só fortalece a necessidade em investimentos voltados à inovação e infraestrutura, estímulo à capacitação de profissionais e melhorias regulatórias”, completa Ramos. O documento elaborado pela ACATE para candidatos ao governo do Estado está disponível na íntegra no site da entidade.
Qualificação profissional
As duas entidades nacionais e a ACATE priorizam a necessidade de melhorias na capacitação de profissionais para suprir o déficit no setor. A previsão da associação catarinense é que até 2023 sejam geradas 16,6 mil novas vagas em tecnologia só no Estado. Relatório da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) calcula que mais de 530 mil novos postos de trabalho sejam criados no Brasil no setor até 2025.
De acordo com o Manifesto ASSESPRO aos Presidenciáveis, a federação pede avanços na educação. Uma das preocupações da entidade que representa mais de 2,5 mil empresas do setor de TI e inovação no país é o fortalecimento dos ensinos superior e técnico profissionalizante nos cursos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
No mesmo tema, entre outras demandas, o documento Contribuições aos Programas Eleitorais e de Governo 2023-2027 da ABES pede a elaboração e implementação de um agressivo programa de qualificação profissional em TIC. A ABES representa mais de 2 mil empresas no Brasil.
Mudanças regulatórias
As entidades destacam ainda a importância de uma revisão nas regulamentações para desburocratizar a inovação e tornar o Brasil mais competitivo com o mercado internacional. Um dos pontos é o aperfeiçoamento do Marco Regulatório das Startups e uma reforma tributária diferenciada que permita mais investimentos em inovação e a regulamentação do teletrabalho. Além desses pedidos, há demandas para acelerar a transformação digital no Brasil e facilitar o acesso ao crédito.
A ASSESPRO compreende ainda como necessárias políticas públicas relacionadas a um marco regulatório inaugural sobre desenvolvimento e uso de tecnologias de Inteligência Artificial no Brasil; acesso à crédito e prestação de garantias para as empresas do setor de TI; desenvolvimento de startups e capital empreendedor; Governo Digital; combate à propagação de fake news; e um tratamento diferenciado dos setores intensivos em capital humano em uma futura Reforma Trabalhista.
Enquanto isso, a ABES destaca a importância da execução de uma agenda político-regulatória, nos próximos 4 anos, pautada pela convergência de seus quatro eixos temáticos: Economia; Estado e Cidadania; Dados, Novas Tecnologias e Convergência Digital; Integração Internacional.
“Os pontos que as entidades demandam convergem com as necessidades do setor. É importante que as políticas públicas sejam consistentes e continuadas para que a tecnologia no Brasil se fortaleça a longo prazo”, explica Ramos.