14ª Conferência ANPEI de Inovação Tecnológica busca simplificar para inovar
Nem sempre a inovação está no aumento da sofisticação e complexidade de um produto, processo ou serviço. Ela também pode estar na simplificação. É o que vai mostrar a Pro Solus do Brasil Ltda, empresa paranaense que produz equipamento para a agricultura de precisão, durante a 14ª Conferência Anpei, que será realizada nos dias 28 e 29 de abril, no ExpoCenter Norte, em São Paulo.
Nem sempre a inovação está no aumento da sofisticação e complexidade de um produto, processo ou serviço. Ela também pode estar na simplificação. É o que vai mostrar a Pro Solus do Brasil Ltda, empresa paranaense que produz equipamento para a agricultura de precisão, durante a 14ª Conferência Anpei, que será realizada nos dias 28 e 29 de abril, no ExpoCenter Norte, em São Paulo. Na sessão temática Pequenas e Micro Empresas, a Pro Solus vai mostrar o case Popularização da Tecnologia na Agricultura, por meio do qual ela resolveu focar também nos pequenos e médios agricultores como potenciais clientes e não apenas nos grandes fazendeiros e empresas agrícolas.
Segundo seu sócio-diretor, Fernando Yukio Mizote, a empresa sempre desenvolveu e comercializou equipamentos sofisticados e de alta tecnologia, como GPS, sistemas eletrônicos e computadores de bordo para pulverizadores e máquinas de plantio e distribuição de fertilizantes. Até 2005, o foco da Pro Solus eram os grandes agricultores. “Nessa época, notamos que os médios e pequenos produtores rurais também tinham interesse em tecnologia, mas achavam caro demais”, conta. “Começamos, então, a criar versões simplificadas do aparelho sofisticado que produzíamos então, com preços reduzidos.”
Mizote explica os equipamento que originaram a mudança na forma de pensar da direção da empresa foram criados a partir de outros já existentes. “Primeiramente, pegamos o produto original e pensamos na forma de simplificar ao máximo seu funcionamento, buscando economia de custos”, revela. “Para isso, substituímos as caixas de alumínio por outras de plástico. Também retiramos os recursos supérfluos (de 5 botões, por exemplo, restou somente o liga/desliga). Também analisamos e redesenhamos circuitos eletrônicos (sensores e sistema de comunicação tiveram 30% de redução de componentes).”
Além disso, o projeto foi pensado na produção. “Com as simplificações, de início nossa produtividade aumentou de 12 para 80 sensores por dia”, conta. “Hoje produção é de 350 sensores por dia.” Somando tudo, o custo dos produtos foi reduzido em cerca de 40%. Os resultados nas vendas não tardaram a aparecer. “Em 2005, antes de focar nos médios e pequenos agricultores como clientes, vendíamos no máximo 100 equipamentos por ano”, diz Mizote. “Agora, com a nova estratégia, fechamos 2013 com 2.600 equipamentos vendidos e a previsão é de comercializarmos cerca de 4.000 em 2014. Devemos atingir cerca de 3,5 milhões de hectares com nossos produtos.”
Além do aumento do faturamento, a mudança de estratégia da Pro Solus também serviu de aprendizado. “Aprendemos que a inovação não se encontra apenas em sofisticar produtos.”, explica Mizote. “No nosso caso, ao simplificarmos um equipamento, inovamos no mercado ao possibilitar que um grande número de produtores rurais tenham acesso à tecnologia. Hoje, muitos deles já partiram para equipamentos de maior sofisticação. Além disso, os grandes agricultores também estão comprando os simplificados, pois sua mão de obra se dá melhor com eles. Acreditamos que se não tivéssemos mudado nosso foco de cliente, uma parte considerável da agricultura ainda estaria atrasada tecnologicamente.”