Megatendências, empresas que as ignoram podem morrer
Praticamente metade das empresas do ranking da Forbes 500, que lista as maiores companhias dos Estados Unidos, utiliza estudos de megatendências no planejamento estratégico de médio e longo prazo de seus negócios. Com as megatendências, essas empresas conseguem identificar as forças que vão impactar a sociedade nos próximos anos e se preparar para enfrentá-las.
Praticamente metade das empresas do ranking da Forbes 500, que lista as maiores companhias dos Estados Unidos, utiliza estudos de megatendências no planejamento estratégico de médio e longo prazo de seus negócios. Com as megatendências, essas empresas conseguem identificar as forças que vão impactar a sociedade nos próximos anos e se preparar para enfrentá-las. No Brasil, a aplicação das megatendências com foco na inovação será abordada, pela primeira vez, no workshop “Megatendências e Desenvolvimento de Cenários Futuros”, a ser realizado nos dias 5 e 6 de junho, em São Paulo.
O workshop é oferecido pela instituição dinamarquesa Copenhagen Institute for Future Studies (CIFS), em parceria com a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). O CIFS foi fundado em 1970 por Thorkil Kristensen, ex-ministro das finanças da Dinamarca e secretário geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 44 anos de atividade, o Instituto desenvolveu métodos e ferramentas analíticas para a identificação de megatendências (ou megatrends, em inglês) e construção de cenários.
Mudanças em curso – O CIFS identificou 15 megatendências que continuarão a impactar a sociedade na próxima década ou mais: crescimento econômico, globalização, crescimento demográfico, comercialização, sustentabilidade/mudanças climáticas, urbanização, individualização, sociedade em rede/redes de relacionamento, democratização, foco na saúde, polarização econômica, foco imaterial, avanços tecnológicos, sociedade do conhecimento, e aceleração e complexidade.
“Podem parecer óbvias para gestores de inovação, mas essas megatendências, quando analisadas a fundo, abrem novas perspectivas para as empresas se prepararem diante de cenários futuros”, explica Peter Kronstrøm, líder do CIFS na América Latina e docente responsável pelo workshop. “No workshop, o método de prever cenários diante dessas megatendências será apresentado passo a passo. Também trabalharemos habilidades estratégicas avançadas para todos os níveis, desde dirigentes de startups até executivos globais”, afirma.
Cases – Uma das primeiras empresas a trabalhar com as megatendências foi a Shell, que previu a crise do petróleo nos anos 70, e decidiu onde deveria investir para não ser afetada. De lá para cá, centenas de empresas passaram a adotar esta metodologia. No extremo oposto, empresas que ignoram as megatendências têm grande chance de se tornar um ‘vivo-morto’, ou seja, podem obter resultado hoje, mas não terão futuro no longo prazo. Foi o que ocorreu com a Blockbuster. "A empresa ignorou as megatendências de digitalização e ampliação da velocidade da internet, que indicavam que, em pouco tempo, as pessoas deixariam de alugar DVDs para baixar filmes pela internet por meio de serviços como o Netflix”, exemplifica.
Os correios são outro exemplo. O modelo de negócio patina diante de uma tecnologia que alterou profundamente o comportamento de seus clientes: a internet, mais especificamente, o e-mail. Os correios, em várias partes do globo, tentam diversificar seus serviços de entrega de mercadorias para enfrentar essa megatendência. “Não é possível alterar o curso de uma megatendência. O que se pode fazer é estar preparado para ela, procurar alternativas que continuem gerando valor para a empresa ou minimizar as perdas. E este é o nosso foco”, finaliza.
Serviço: O workshop “Megatendências e Desenvolvimento de Cenários Futuros”, será realizado nos dias 5 e 6 de junho, na sala de eventos do hotel Etoile Itaim (Rua Pedroso Alvarenga, 610, Itaim, São Paulo). Mais informações sobre o curso no endereço: http://www.anpei.org.br/web/educanpei/cifs-br