Brasil discute sistema de ciência e tecnologia com países africanos
A missão brasileira ao Senegal (África) foi uma oportunidade para compartilhar iniciativas exitosas implantadas no Brasil nas áreas de ciência, tecnologia e inovação e de educação superior.
A missão brasileira ao Senegal (África) foi uma oportunidade para compartilhar iniciativas exitosas implantadas no Brasil nas áreas de ciência, tecnologia e inovação e de educação superior. A avaliação é do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Alvaro Prata, que integrou a delegação que participou do Building Talent for Africa’s Socio-Economic Transformation, na última semana.
O evento foi promovido pelo Banco Mundial e discutiu ações de qualificação acadêmica e profissional e de infraestrutura que possam acelerar o processo de transformação social e econômica naquele continente. Realizado entre terça-feira (10) e quinta (12), o encontro teve a participação de ministros de 13 países africanos e de representantes de nações de fora do continente, como Brasil, Índia, China e Coreia. O grupo brasileiro – chefiado pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães – contou também com a presença do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, e de lideranças da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da mineradora Vale.
A criação no continente africano de uma agência similar à Capes, fundação do Ministério da Educação, foi uma das propostas apresentadas pela delegação brasileira. “A expectativa é de que o Banco Mundial possa financiar programas na África e aproveitar experiências bem-sucedidas como a da Capes, criando uma instituição parecida para fomentar a pós-graduação e a formação de pessoas na África”, comenta o secretário Prata, que, em sua palestra, detalhou o sistema de ciência, tecnologia e inovação brasileiro e falou sobre o papel das agências de fomento no país.
“A criação de agências como o CNPq, a Finep, a Capes e o BNDES deu um importante suporte para o nosso sistema”, afirmou o representante do MCTI, ao destacar iniciativas coordenadas por essas instituições como o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), que funciona como redes de excelência em pesquisa, e o Ciência sem Fronteiras (CsF), que concede bolsas a estudantes e pesquisadores brasileiros nas melhores instituições de educação do mundo, além do Plano Inova Empresa, que investe em inovação em áreas estratégicas com o objetivo de elevar a produtividade e a competitividade do país.
O secretário cita, também, avanços obtidos, nos últimos anos, com a Lei de Inovação e a Lei do Bem, que propiciaram um ambiente mais favorável à inovação, inclusive com incentivos fiscais às empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento, além de sistemas como a plataforma Lattes, mantida pelo CNPq e que integra as bases de dados de currículos, grupos de pesquisa e instituições; o portal de periódicos da Capes; e o de concessão de bolsas em todos os níveis. Lembra, ainda, o apoio descentralizado das secretarias de ciência e tecnologia e das fundações estaduais de amparo à pesquisa.
“São exemplos que ilustram o nosso sistema de desenvolvimento tecnológico e inovação – que é hoje muito diversificado – e mostram o nosso esforço em ampliar o ensino superior”, ressalta Prata.