Ilha do Silício: Como Florianópolis e suas empresas inovam de maneira responsável
De tempos em tempos, levantamentos das melhores cidades para se morar no Brasil são realizados por diversas instituições e empresas e, em todas elas, há um denominador comum: Florianópolis aparece […]
De tempos em tempos, levantamentos das melhores cidades para se morar no Brasil são realizados por diversas instituições e empresas e, em todas elas, há um denominador comum: Florianópolis aparece entre as 3 melhores. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), a combinação de belas praias e lugares paradisíacos, atrelados à inovação, com uma pitada de tradição vista em suas construções coloniais do século XVI, já atribuem à cidade um grande destaque, muito valorizado por moradores e turistas.
Com todos esses fatores, os negócios e empresas da cidade buscam por inovações e geram novas tecnologias, mas, ainda assim, preservam os traços naturais da ilha. Um exemplo disso é a iniciativa da startup de Curitiba, AMA (Agentes do Meio Ambiente). Com o aplicativo da AMA, os zeladores são cadastrados como microempreendedores e conseguem registrar seus feitos, atendendo ao seu bairro de escolha. A iniciativa traz mais bem-estar e, até mesmo, conscientização para os moradores do bairro. A prefeitura de Florianópolis é parceira do projeto e recebe fotos enviadas do serviço realizado pelos zeladores, sendo responsável pelo pagamento de sua contribuição. Cada um dos zeladores pode ganhar até R$ 1.100,00 por mês. Atualmente, há cerca de 600 zeladores espalhados por toda a ilha, tornando os bairros mais sustentáveis, limpos e conscientes.
Essa é apenas uma das iniciativas que deixam claro o impacto positivo da tecnologia a favor das pessoas e da comunidade de Florianópolis, permitindo que a cidade seja conhecida e se nomeie como “Ilha do Silício”, local onde a inovação anda de mãos dadas com o progresso e produtividade.
A Ilha do Silício
Florianópolis ganhou o status de “Ilha do Silício” por ser uma referência nacional em tecnologia. Mais de 5,8 mil empresas da área somam um faturamento de R$ 10 bilhões por ano, representando 15% do PIB de Florianópolis, de acordo com a NSC. A referência vem do Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, onde está uma das maiores aglomerações de empresas com domínio de tecnologia de ponta do mundo.
Em Florianópolis, investimentos na área digital começaram a engatinhar na década de 1980. Na época, a cidade contava com menos de 200 mil habitantes. As principais universidades públicas impulsionaram o nível de desenvolvimento e escolaridade na região, com destaque para a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) e IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina). Foi neste contexto que surgiu a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), em 1986.
Uma cultura de valorização à educação foi fomentada, atrelado a incentivos da Prefeitura Municipal de Florianópolis, promovendo cursos e eventos gratuitos para o desenvolvimento da área de tecnologia. Um exemplo é o TechDay, uma oficina em que diversos estudantes de escolas básicas colocam a mão na massa para experienciar o mundo digital e se conectar com pessoas com interesses parecidos. O mercado cresceu rapidamente, tendo hoje mais de 32 mil pessoas empregadas, com uma média de renda mensal de R$ 4 mil, indicando uma valorização acima da média em relação a outros mercados. O cenário se mostrou promissor, atraindo investimentos de iniciativas privadas, que enxergaram uma oportunidade de negócio no mercado da capital catarinense.
Todas essas questões contribuem para que Florianópolis ocupe o primeiro lugar em densidade de empresas de tecnologia, com taxa de 7,4 a cada mil habitantes, seguida de São Paulo, com 7,0, e Curitiba, com 6,1.
Dificuldades enfrentadas pelo setor e possíveis soluções
Com a maior desvalorização do dólar frente ao real e um cenário pós-pandêmico de readaptação entre trabalho remoto e presencial, o desafio de reter jovens qualificados se torna maior, diante da concorrência com empresas estrangeiras, que oferecem remuneração em moedas mais valorizadas.
Com o intuito de preencher essa lacuna, a prefeitura desenvolveu uma nova ação, chamada Floripa Mais Tec, com capacitação gratuita e prática, voltada a jovens de baixa renda. O programa coloca os participantes em contato direto com os equipamentos para se capacitar, além de transporte gratuito para frequentar as aulas. A ação capacita em front e back end, computação em nuvem, experiência do usuário, ciência de dados e outras temáticas.
No entanto, os desafios não acabam por aí. Qualquer setor econômico precisa de investimento para seguir crescendo, e com a taxa de juros básica (Selic) em um de seus patamares mais elevados, a 13,25%, ocorre um freio natural nos investimentos. Este é um problema global do setor de tecnologia na atualidade.
No entanto, esta adversidade está aos poucos sendo contornada. No cenário econômico atual, a taxa Selic já se encontra em queda, por exemplo. O que se constata é que, para combater esse cenário adverso, se faz de suma importância uma atuação conjunta entre as empresas e o Governo do Estado, através de políticas públicas que potencializam a atração de investimentos.
Para isso, há órgãos específicos que concedem recursos financeiros a empresas que possuem iniciativas de inovação. Há ainda, um projeto em tramitação que aguarda aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos que concede incentivos fiscais para empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento tecnológico na concepção de novos produtos e no aprimoramento daqueles já existentes. Trata-se da PL 2838/2020, que, se aprovada, substituirá a Lei do Bem. Atualmente, a mesma concede 50% de isenção de imposto sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados à pesquisa e desenvolvimento tecnológico e poderá passar a conceder 100% de isenção. Através de iniciativas como essa, fomenta-se a inovação, trazendo muitos benefícios, principalmente para pequenas e médias empresas do setor, com alto potencial de geração de novos empregos.
Contribuições no ecossistema
As empresas privadas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias e inovação em economias de mercado em todo o mundo. Suas contribuições ocorrem de diversas formas:
Alocação de recursos para investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, processos e serviços inovadores; Geração de empregos e treinamento de colaboradores, exaltando suas habilidades, qualidades e proporcionando o desenvolvimento de conhecimentos técnicos; Parcerias e colaborações, que acarretam na aceleração do progresso tecnológico, através da união de esforços e expertise; e muitas outras.
Um exemplo nacional em inovação tecnológica é a Norion, empresa de computação inteligente associada à ACATE que realiza produção de hardwares com atendimento consultivo para o mercado de segurança patrimonial e de dados, automação, aplicação de inteligência artificial, IoT e muito mais. Presente em todos os estados brasileiros, recentemente a empresa deu um importante passo ao comercializar com o mercado estrangeiro. Com um viés de responsabilidade socioambiental, a associada realiza ações sociais em datas chaves, além de apoiar iniciativas como o projeto HackaTruck Maker Space.
“O HackaTruck MakerSpace é um projeto de capacitação profissional de estudantes de Instituições de Ensino Superior de Tecnologia da Informação, em desenvolvimento iOS para aplicativos móveis com aplicação em Internet das Coisas (IoT), enfatizando a aplicação de conceitos e práticas de serviços cognitivos em nuvem.”
A Norion também vem desempenhando uma atuação importante no que diz respeito à melhoria de tecnologias já existentes e à incorporação de novas tecnologias. Uma das grandes questões mundiais com relação à utilização de tecnologias atuais e disruptivas é o seu alto consumo de energia. Nos últimos anos, a Norion buscou maximizar a eficiência energética de seus equipamentos. Através de coolers inteligentes, otimização na disposição de peças e a implementação de controle adaptativo, a empresa obteve sucesso na redução de temperatura interna de hardwares em 15°C, ao mesmo tempo em que alavancou o poder de processamento dos dispositivos. O objetivo da Norion é que, nos próximos 5 anos, essas práticas que endereçam sustentabilidade sigam uma progressão, visando implementar as tecnologias mais novas, adaptáveis e em adequação com as melhores práticas de desenvolvimento, atendendo às necessidades emergentes do mercado como smart cities, edge computing avançado, inteligência artificial, IoT industrial, 5G e blockchain.
Para saber mais sobre a Norion, acesse: https://www.norion.ind.br/
Imagem: Pixbay
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