Para o Gartner, relação homem/máquina muda radicalmente o futuro a partir de 2015
O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, revela suas principais previsões para as empresas e usuários de TI a partir de 2015. Segundo a empresa, o cenário é influenciado pela mudança da relação entre o homem e a máquina, causada pela emergência das empresas digitais.
O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, revela suas principais previsões para as empresas e usuários de TI a partir de 2015. Segundo a empresa, o cenário é influenciado pela mudança da relação entre o homem e a máquina, causada pela emergência das empresas digitais.
“Agora, as máquinas têm, cada vez mais, características humanas para influenciarem um relacionamento mais personalizado com as pessoas. Em um futuro próximo, contemplaremos um mundo em que máquinas e humanos serão colegas de trabalho e, possivelmente, ainda mais dependentes um do outro”, diz Cassio Dreyfuss, Diretor da Conferência, Vice-Presidente e Líder de pesquisas do Gartner para o Brasil.
1) Até 2018, as empresas digitais vão demandar 50% menos trabalhadores em processos de negócio e 500% mais funcionários nas empresas digitais do que nos modelos tradicionais.
Panorama de curto prazo: Até o final de 2016, 50% das iniciativas de transformação digital serão incontroláveis em virtude da falta de habilidade de gerenciar portfólios, o que levará a uma perda negativa e mensurável de participação no mercado.
A rápida evolução das mídias sociais e das tecnologias móveis está mudando o comportamento dos consumidores. Essas tendências de comportamento e as tecnologias que dão suporte a isso vão mudar significativamente a forma como vivemos e cuidamos de nossas vidas diariamente. Por exemplo – as geladeiras vão pedir gêneros alimentícios, os robôs vão registrar isso e os drones vão entregá-los em nossas portas, eliminando a necessidade de funcionários nos mercados e motoristas para fazer as entregas. Esse novo ambiente de empresa digital vai mudar profundamente os processos de negócio, juntamente com a demografia dos empregos, e a necessidade de competências mais avançadas para os consumidores e para os provedores em todas as indústrias.
2) Até 2017, serão lançadas grandes empresas digitais disruptivas, concebidas por um algoritmo de computador.
Panorama de curto prazo: Até 2015, as ofertas públicas iniciais com maior valor envolverão empresas que combinam mercados digitais com logística para desafiar ecossistemas de negócios legados e puramente físicos.
A economia mundial ficou madura para a disrupção digital, conforme demonstrado por empresas globais como Uber e Airbnb, que estão tirando o chão dos transportes e dos hotéis, respectivamente. Como tais empresas exibem os efeitos das redes (ou seja, seu valor aumenta com cada novo participante), elas tendem a formar monopólios naturais, mas são desafiadas por todas as complexidades regulatórias e do mercado, o que as tornam menos receptíveis aos analistas de computação. Nesse meio tempo, a criação positiva de sucesso em tais modelos – valorização de dezenas de centenas de bilhões de empresas com menos de cinco anos de idade – representa uma atração irresistível para o investimento de capital.
3) Até 2018, o custo total de propriedade das operações de negócio será reduzido em 50%, por meio de máquinas inteligentes e serviços industrializados.
Panorama de curto prazo: Até 2015, haverá mais de 40 fornecedores com ofertas de serviços gerenciados disponíveis comercialmente.
As necessidades dos clientes por produtos e serviços mais rápidos, baratos e melhores, disponíveis a qualquer hora, em qualquer lugar e qualquer canal, estão alimentando a revolução da empresa digital. Os processos de negócio e todas as operações de cadeia de suprimentos mudarão do paradigma de ‘voltadas ao trabalho’ e ‘viabilizadas pela tecnologia’, para um modelo ‘voltado ao digital’ e ‘viabilizado para humanos’.
As máquinas inteligentes não vão substituir os humanos, pois as pessoas ainda precisam pilotar navios e são críticas para interpretar os resultados digitais. Portanto, as máquinas inteligentes não vão substituir o trabalho. Ao invés disso, vão desalojar a complacência, a ineficiência e vão acrescentar uma tremenda velocidade às operações dos negócios, melhorando a experiência dos clientes por meio da simplificação e da automação, além minimizar as intervenções manuais e permitir que os consumidores se sirvam sozinhos – self-service.
4) Até 2020, a expectativa de vida no mundo desenvolvido vai aumentar em meio ano em virtude da crescente adoção de tecnologias sem fio de monitoramento da saúde.
Panorama de curto prazo: Até 2017, os custos dos cuidados com a diabetes serão reduzidos em 10% por meio do uso de smartphones.
Hoje, uma simples pulseira pode monitorar os batimentos cardíacos, a temperatura e uma série de fatores ambientais. Adesivos (patches) sem fio de monitoramento do coração, camisetas inteligentes e sensores em acessórios prometem mais precisão, escolha e conforto para os usuários. A transmissão sem fio é fácil e clara. Os dados podem ser correlacionados com grandes repositórios de informações baseados em Nuvem para gerar ações aprovadas, e via redes sociais obter informações. Os dados de dispositivos de monitoramento remoto vão oferecer acesso contínuo dos pacientes aos médicos.
5) Até o fim de 2016, mais de US$2 bilhões de compras on-line serão feitas exclusivamente por assistentes digitais móveis.
Panorama de curto prazo: Até o final de 2015, os assistentes digitais móveis vão cuidar de processos táticos triviais como anotar nomes, endereços e informações de cartões de crédito.
Até o final de 2016, decisões mais complexas, como a compra de uma mochila para volta às aulas ou a escolha de um programa de entretenimento pessoal – um filme, um jantar, arrumar o carro para um aniversário – serão coisas fáceis. As compras anuais de assistentes móveis autônomos vão chegar a US$2 bilhões por ano. Os assistentes digitais estarão em múltiplas plataformas, mas equipamentos móveis serão os dispositivos mais acessíveis e adotados para os assistentes digitais, sendo as aplicações mais relevantes até o fim de 2016.
6) Até 2017, o engajamento dos clientes de mobilidade nos EUA vai impulsionar o faturamento do comércio móvel local em 50% das receitas do comércio digital.
Panorama de curto prazo: Em 2015, haverá um interesse renovado pelos pagamentos móveis, junto a aumento significativo do comércio móvel (em parte devido à introdução do Apple Pay e esforços similares dos concorrentes, como o esforço do Google para incentivar a adoção do Google Wallet).
O poder crescente dos smartphones e tablets e as aplicações disponíveis para cada um deles, permitem que os consumidores interajam perfeitamente com as empresas, experiências de comércio e conteúdo em praticamente todas as fases dos processos de compra. À medida que os fabricantes de dispositivos e desenvolvedores de aplicações melhorem a usabilidade e a funcionalidade, e atendam às preocupações dos usuários com a segurança, os dispositivos serão cada vez mais essenciais para os clientes.
7) Até 2017, 70% dos modelos de empresa digital bem-sucedidas vão depender de processos instáveis e projetados para mudar conforme as necessidades dos clientes.
Panorama de curto prazo: Até o fim de 2015, 5% das empresas globais vão projetar processos ‘super manobráveis’ que ofereçam vantagens competitivas.
Como resultado da inovação dos modelos de negócio, alguns processos serão deliberadamente instáveis, projetados para mudanças e capazes de se ajustar dinamicamente, de acordo com as necessidades dos clientes. Eles são vitais por serem ágeis, adaptáveis e ‘super manobráveis’. Esses processos representam um diferencial competitivo porque podem fornecer suporte às interações dos clientes, que são imprevisíveis e exigem uma tomada de decisão específica para permitir a continuidade dos processos mais amplos e estáveis. Os processos deliberadamente instáveis vão comandar uma mudança drástica na capacidade das empresas e seu pessoal de forma mais fluida. A capacidade de mudar rapidamente vai alavancar os conceitos de liquidez organizacional. Esse enfoque holístico, que mistura modelo de negócio, processos, tecnologia e pessoas, vai alimentar o sucesso da empresa digital.
8) Até 2017, 50% dos investimentos em produtos de consumo serão redirecionados para inovações na experiência dos consumidores.
Panorama de curto prazo: Até 2015, mais da metade dos produtos de consumo tradicionais terá extensões digitais nativas.
Em muitas indústrias, a hiperconcorrência desgastou as vantagens de produtos e serviços tradicionais, fazendo com que a experiência dos clientes seja o novo campo de batalha. E isto não é menos verdadeiro nos mercados de produtos de consumo, que enfrentam uma pressão desproporcional à medida que o acesso dos consumidores às informações de preços e produtos via pesquisa e canais sociais mina a fidelidade às marcas. Os concorrentes e as alternativas são abundantes, e a inovação dos produtos está sujeita a acelerar a comoditização. A inovação da experiência dos clientes permanece sendo o segredo para uma fidelidade à marca duradoura.
9) Até 2017, quase 20% dos e-tailers (e-varejistas) de bens duráveis usarão impressão em 3D (3DP) para criar ofertas de produtos personalizados.
Panorama do curto prazo: Até 2015, mais de 90% dos e-tailers de bens duráveis vão buscar ativamente parcerias externas para dar suporte aos novos modelos de negócio de produtos ‘personalizados’.
A impressão 3D já está causando um profundo impacto em comparação aos processos de manufatura tradicional existentes. À medida que os consumidores mostram um apetite cada vez maior para controlar recursos e capacidades dos produtos, os e-tailers estão reconhecendo que o potencial de negócios de passar de produtos ‘configuráveis’ para produtos ‘personalizados’, feitos por encomenda, viabilizou a 3DP. Todas as categorias de bens duráveis verão a emergência da personalização em 3D. As empresas que organizarem as estratégias antes vão acabar por definir o espaço nessas categorias. Isso requer uma cultura corporativa que apoie produtos ‘sem conformidade’, novas capacidades de negócio de ‘concierge’ nas linhas de frente e equipes administrativas com capacidades operacionais e de TI. Isso vai exigir uma nova agilidade além da automação rígida dos processos e poderá requerer sistemas de negócio completamente novos.
10) Até 2020, as empresas de varejo que usam mensagens dirigidas combinadas aos sistemas internos de posicionamento (IPS) verão um aumento de 5% nas vendas.
Panorama de curto prazo: Até 2016, haverá um aumento na quantidade de ofertas dos varejistas voltadas à localização do cliente e ao tempo gasto na loja.
Cada vez mais, os comerciantes digitais aumentam o foco em propaganda móvel e analítica avançadas para aproveitar as vantagens apresentadas pelo crescimento do uso de equipamentos móveis. O contexto tem um papel cada vez mais central nesses esforços, viabilizando propagandas altamente direcionadas com base em compras recentes, hábitos de compra, cidade de residência e interesses.
Mas, entre todos esses dados, a localização atual do cliente está entre as mais importantes dicas contextuais disponíveis. O mapeamento está sendo explorado pelos comerciantes digitais, mas ainda é usado de formas relativamente simples. Porém, recentemente, os sistemas de posicionamento interno tornaram-se cada vez mais viáveis. Em vez de usar satélites, esses sistemas usam beacons Bluetooth de baixo consumo e pontos de acesso wi-fi para determinar a localização de um equipamento móvel dentro de um edifício, com precisão na faixa de centímetros. O suporte dos dispositivos móveis mais novos para IPS vai viabilizar dicas sobre a localização do usuário para envio de propaganda e mensagens direcionadas, e mapeamento em tempo real para conduzir os clientes não somente aos lugares das lojas, mas para os próprios produtos específicos.
Fonte: IDG Now