Áustria vê Brasil como parceiro para beneficiar produtos e transferir tecnologias
Brasil e Áustria estão separados geograficamente por um oceano inteiro e milhares de quilômetros Europa adentro. São também bastante diferentes em quesitos como porte da economia, população e extensão territorial, com vantagem brasileira em todas as opções. No que se refere à realidade tecnológica, também há uma diferença signicativa entre os países, desta vez com os austríacos à frente.
Brasil e Áustria estão separados geograficamente por um oceano inteiro e milhares de quilômetros Europa adentro. São também bastante diferentes em quesitos como porte da economia, população e extensão territorial, com vantagem brasileira em todas as opções. No que se refere à realidade tecnológica, também há uma diferença signicativa entre os países, desta vez com os austríacos à frente. Mas, ao menos no último quesito, é possível encurtar a distância entre as nações. E é exatamente esse o desejo por parte dos europeus.
Mesmo diante do fechamento da economia brasileira às importações nos últimos anos, o governo austríaco acredita que a parceria é viável. Uma das motivações para incentivar os investimentos no Brasil é a possibilidade de utilizar as instalações industriais brasileiras para beneficiar produtos de origem austríaca. A Embaixada da Áustria no Brasil estima que o valor destes negócios girem entre 3 e 4 bilhões de euros anuais.
“Hoje é mais difícil entrar no Brasil, mas mesmo assim estamos bastante contentes. Tem investimento de novo, tem muitas grandes empresas austríacas, que geram muito mais valor agregado aqui no Brasil”, afirmou o cônsul geral e comercial da Áustria no Brasil, Ingomar Loschmidt. “Muito do valor agregado se deve à transferência de tecnologia da Áustria. Nas siderúrgicas, nas celulósicas. Praticamente todas as centrais hidrelétricas, de Itaipu a Belo Monte, têm tecnologia austríaca lá dentro”, completou o diplomata.
Aos poucos
A questão tecnológica tem papel de destaque dentro da estratégia da Áustria para investir no País. A maioria das empresas da nação europeia que atuam aqui são de médio e pequeno porte, “mas altamente especializadas no seu nicho de mercado”, segundo o gerente de Cooperações Tecnológicas do Consulado Geral da Áustria, Matthias Erwin Kurz. Muito por conta disso, essas companhias precisam de parceiros para adaptar as tecnologias disponibilizadas para o mercado brasileiro. A intenção é ter uma relação que beneficie ambas as nações.
“A alta tecnologia é um nicho de mercado interessante nesse sentido. O potencial do Brasil é muito grande. A indústria brasileira está sendo protegida demais e perdeu a competitividade internacional. São necessários investimentos fortes para modernizar sua capacidade de produção. Não queremos o Brasil como cliente, queremos o Brasil como parceiro forte e altamente competitivo no mundo inteiro”, completou o representante do governo austríaco.
Fonte: Vicente Melo, da Agência Gestão CT&I