MCTI e Anpei lançam plataforma para integrar setor produtivo e acadêmico
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento as Empresas Inovadoras (Anpei) lançaram nesta quarta-feira (11) em Brasília, a Segredos do Sonho.
A ferramenta reúne, em ambiente digital, instituições de pesquisa e empresas, para o compartilhamento de demandas e propostas de soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelo setor empresarial.
“Nós buscamos essa cooperação [com a Anpei] para estabelecer um espaço nas redes de computadores, de maneira que as necessidades e demandas das empresas encontrem as soluções, ou pelo menos as propostas de soluções, daqueles que têm competência para tanto”, afirmou o ministro Aldo Rebelo, durante o lançamento da plataforma, ocorrido no MCTI.
De acordo com o secretário executivo da Anpei, Naldo Dantas, a iTec é um ambiente de negócios que tem como objetivo aproximar os agentes do sistema nacional de inovação. “Queremos juntar pessoas empreendedoras, que estão dispostas a correr o risco de inovar, com os núcleos que têm o conhecimento, para poder diminuir o risco inerente à inovação e gerar produtos que possam ser competitivos no mercado”, disse.
Ambiente inovador
Com o iTec, as empresas apresentam as suas demandas e as instituições científicas e tecnológicas (ICTs) propõem soluções para a realização conjunta de parcerias e projetos inovadores.
Deste modo, qualquer participante do sistema nacional de inovação poderá acessar e se envolver com a plataforma, que permite um conjunto amplo de interações. Companhias de todos os portes – de incubadas e startups (empresas nascentes de base tecnológica) até grandes empresas – podem apresentar seus desafios e oferecer soluções para as demandas apresentadas, estabelecendo parcerias entre si.
O presidente da Anpei, Gerson Valença Pinto, diz que a iTec é uma iniciativa pioneira, voltada para a criação de negócios inovadores. “É uma ferramenta bem específica e focada. Queremos promover o casamento entre demandas que estão reprimidas com soluções propostas. É importante quando os projetos convergem para uma solução para o mercado”, observou.
Aldo Rebelo avalia que a própria iTec já constitui uma inovação. “Ela já apresenta uma solução para o encontro de pesquisadores e detentores de conhecimentos com as necessidades das empresas. Acho que está destinada a ser um caso de sucesso”.
Expansão e áreas do conhecimento
Inicialmente, a ferramenta irá priorizar algumas áreas do conhecimento, consideradas estratégicas pelo MCTI, como nanotecnologia, biotecnologia, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), fármacos e complexo industrial da saúde (CIS), energia, economia verde, setor aeroespacial e mineração.
Segundo o secretário de Desenvolvimento, Tecnológico e de Inovação do ministério, Armando Milioni, a ideia é expandir o alcance e as áreas de interação, já que a iTec será aberta e pode contemplar vários setores do conhecimento.
“Em pouco tempo, a gente já quer passar a plataforma para outros idiomas, porque o Brasil gostaria de participar do mercado competitivo de oferta de tecnologia para outras nações, começando principalmente, com espanhol, já que na América Latina o Brasil tem um protagonismo maior”, explicou.
Além do ambiente virtual, a iTec já programou alguns encontros presenciais com os participantes da plataforma. Os workshops, conhecidos como roadshows, deverão ser realizados em Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e nas cidades paulistas de Campinas, São Carlos, São José dos Campos e São Paulo. Também está previsto um encontro de negócios nos dias 28 e 29 de abril, em São Paulo, reunindo empresas e parceiros da ferramenta.
O desenvolvimento da plataforma apoiado pelo MCTI e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que divulgaram um edital para selecionar projetos que promovessem a interação entre os setores acadêmico e empresarial. A iTec foi elaborada pela Anpei.