Levy coloca ajuste fiscal como primordial para o Brasil recuperar a competitividade internacional
No atletismo olímpico, a prova de mais longa distância é a maratona, que percorre exatos 42,195 quilômetros. Nela, os atletas de elite gastam, em média, pouco mais de duas horas para completar o percurso. Porém, há competições ainda mais longas e desgastantes, que duram até 12 horas. Seria nesta segunda categoria que se encaixaria a sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
No atletismo olímpico, a prova de mais longa distância é a maratona, que percorre exatos 42,195 quilômetros. Nela, os atletas de elite gastam, em média, pouco mais de duas horas para completar o percurso. Porém, há competições ainda mais longas e desgastantes, que duram até 12 horas. Seria nesta segunda categoria que se encaixaria a sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Foram mais de sete horas de explicações, questionamentos, apresentações, opiniões divergentes. E Levy aguentou estoicamente das 10h15 às 17h23. O debate ficou centrado em dois assuntos específicos: a discussão sobre a votação do novo indexador das dívidas de estados e municípios com a União e o ajuste fiscal. Entretanto, houve espaço para outros temas serem abordados.
A questão da competitividade, por exemplo, entrou na pauta. Segundo o ministro da Fazenda, o ajuste fiscal é parte importante do processo de recuperação da competitividade da indústria nacional frente aos concorrentes estrangeiros. Levy avalia que as aprovação das medidas pelo Congresso Nacional ajudará no reerguimento econômico do setor no médio e no longo prazo. O caminho para se inserir como grande ator no mercado mundial seria aumentar a base industrial de agregação de valor.
“O mundo é cada vez mais competitivo e nossos competidores têm crescido. Temos que aumentar nossa participação no mercado global. Nossas empresas têm capacidade para gerar inovação”, avaliou Levy.
Além de medidas econômicas, Joaquim Levy colocou a educação e a inovação como fatores primordiais para a recuperação do setor industrial. A primeira se dá por conta da maior qualificação da mão de obra e a segunda seria uma consequência dela. Assim, crê o ministro da Fazenda, abre-se espaço para o crescimento do Brasil.
“Hoje, a qualificação profissional é a coisa mais importante do mundo. Dela se gera inovação. A competitividade depende da qualificação profissional. Educação e inovação são importantes para o Brasil se inserir no mercado mundial”, reforçou.
Desonerações
A discussão sobre o ajuste fiscal, com a redução da desoneração da folha de pagamento concedida a 59 setores, vários deles ramos tecnológicos, foi mais acalorada. Especialmente a oposição criticou a mudança de postura do governo de novembro do ano passado para cá– quando foi aprovada a Medida Provisória que concedeu o benefício. Levy defendeu a redução para valores entre 2,5% e 4,5% com o objetivo de oferecer “isonomia para as indústrias dentro do mesmo setor”.
“O modelo vigente pode penalizar uma empresa de menor faturamento dentro da mesma atividade econômica. A proposta do governo valoriza a opção das empresas por aquilo que é melhor para elas: a contribuição vinculada à folha de pagamento ou a contribuição patronal”, resumiu.
(Vicente Melo, da Agência Gestão CT&I)