ACATE completa 30 anos e comemora consolidação do setor em SC
Com atuação focada em desenvolver o setor tecnológico de Santa Catarina, a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE) completa 30 anos em 2016 com 850 empresas associadas. Para comemorar as três décadas de grandes resultados, o Centro de Inovação ACATE – Primavera (CIA) abre suas portas em 5 de abril, a partir das 18h30, com palestra internacional, homenagens e coquetel.
Com atuação focada em desenvolver o setor tecnológico de Santa Catarina, a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE) completa 30 anos em 2016 com 850 empresas associadas. Para comemorar as três décadas de grandes resultados, o Centro de Inovação ACATE – Primavera (CIA) abre suas portas em 5 de abril, a partir das 18h30, com palestra internacional, homenagens e coquetel.
A ACATE foi fundada em 1° de abril de 1986 com o objetivo de administrar o Condomínio Industrial de Informática (CII), prédio que abrigava as primeiras empresas de tecnologia de Florianópolis. “Quando a entidade surgiu, era muito caro e difícil empreender em tecnologia no Brasil. O objetivo ao criar o Condomínio era oferecer serviços compartilhados, desde secretária, telefonia, fax, até computadores e softwares para as empresas que estavam iniciando. Tudo isso era rateado”, lembra Guilherme Bernard, atual presidente da Associação.
Consolidar polos tecnológicos só traz benefícios para o Estado, uma vez que o setor não polui, gera oportunidades e absorve mão de obra especializada. Apesar do começo favorável, os números alcançados pela TI catarinense eram impensáveis na época. Hoje são 2,5 mil empresas, que faturam mais de R$ 4 bilhões e empregam 50 mil pessoas. Na contramão da crise, o setor cresceu 15% no último ano, resultado puxado pelo alto crescimento de segmentos como softwares para serviço (SaaS), computação em nuvem, marketing digital, big data, fintech (tecnologia para finanças) e inovações nas áreas de saúde e agronegócios.
De acordo com o presidente da Associação, os números alcançados nesses 30 anos de atuação são muito positivos, mas a ACATE ainda quer avançar. “Nosso maior objetivo é promover em Santa Catarina uma economia baseada no conhecimento, que seja transformadora e sirva de exemplo para o Brasil e a outros países”, assegura.
Para reforçar o papel da criatividade e da inovação nesse cenário, o presente de aniversário da ACATE aos empreendedores e entusiastas da tecnologia é a palestra de Joshua Mahaney. O norte-americano começou sua carreira no Grupo Walt Disney e atualmente trabalha no laboratório de inovação do Orlando Magic, time da NBA e primeiro lab desses moldes nos EUA. Mahaney desenvolveu um novo modelo híbrido de solução de problemas utilizando elementos de Design Thinking, Creative Problem-Solving e outras metodologias de inovação. As inscrições para o evento, que tem apoio da Fundação Amparo à Pesquisa e Inovação em SC (Fapesc), são gratuitas e estão disponíveis neste site.
Histórico
Foi a criação da Escola de Engenharia Industrial na Universidade Federal de Santa Catarina, em 1962, o primeiro passo para impulsionar o desenvolvimento do setor tecnológico no Estado. Criado dois anos após a fundação da universidade, até hoje o Centro Tecnológico da UFSC é referência na formação de mão de obra de qualidade. Em 1965 surge a Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), intensificando a instrução de bons profissionais na área.
Em 1969 o Sebrae começou a atuar em Santa Catarina e na década de 1970 iniciativas já com um foco maior em tecnologia despontam no Estado: a criação da Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu-SC) e da Eletrosul, em 1975, e do Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (Ciasc) um ano depois.
Apesar da importância dessas ações, é na década seguinte que o setor de tecnologia catarinense ganha força. Em 1984 é instituída a secretaria estadual de Ciência e Tecnologia, mesmo ano em que é criada a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras, atual Fundação Certi. Já em 1985, forma-se o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT). É nesse contexto que é criada em 1986 a Associação Catarinense de Telemática e Eletrônica (ACATE), atual Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia, junto ao Condomínio Industral de Informática. Na época, a Associação funcionava como administradora do prédio, onde foram instaladas as primeiras empresas de tecnologia de Florianópolis. No mesmo ano, é na capital catarinense que se estabelece a incubadora de empresas pioneira no País, o Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta).
O Sindicato das Empresas de Informática da Grande Florianópolis (Seinflo) surge em 1991. Fora da capital, outras iniciativas relevantes para o setor acontecem no início dos anos 90: a criação da Softville, fundação de apoio a empresas de base tecnológica em Joinville, também em 1991, e da Blusoft, criado em 1992 para planejar, implementar e gerenciar atividades associativistas das empresas de software de Blumenau. Em 1992 também nasce a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação em SC (Fapesc).
A criação do MIDI Tecnológico em 1998, incubadora gerida pela ACATE e mantida pelo Sebrae/SC fortalece o empreendedorismo em tecnologia em Santa Catarina. Nos anos 2000 a ACATE completa 20 anos com 100 empresas associadas. Também é nesta década que rompem outros polos de tecnologia no Estado: o Oeste, com a criação da Deatec em 2004; Jaraguá do Sul, um ano depois com a implantação do Jagaruatec; e São Bento do Sul em 2006. Em 2008, a ACATE estabelece convênio com 10 polos regionais — Blumenau, Joinville, Tubarão, Criciúma, Chapecó, Lages, Rio do Sul, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e Brusque — ampliando sua atuação a nível estadual.
Em 2015, a ACATE inaugurou sua nova sede no Centro de Inovação ACATE (CIA) – Primavera, que já é considerado um marco no estímulo ao empreendedorismo. O espaço concentra cerca de 30 de empresas de tecnologia e recebeu mais de 3,5 mil pessoas e 216 empresas associadas em dezenas de eventos ligados a TI e inovação. Alguns desses eventos ajudaram a consolidar programas de internacionalização a mercados como Estados Unidos, Europa e Oriente Médio e a “treinar” startups que participaram de feiras de negócios e rodadas de investimentos no Vale do Silício.