Artigo: “Da adversidade à oportunidade”, por Iomani Engelmann
As startups trouxeram para o mercado uma mudança de perfil, caracterizada principalmente por uma nova dinâmica de processos e maior velocidade de adaptação, ingredientes fundamentais no ecossistema das empresas de tecnologia. Com a globalização, as barreiras caíram por terra, aumentando o nível de concorrência mas também favorecendo a exportação de projetos. Hoje, o empreendedor precisa apostar alto e investir em soluções com apelo internacional.
As startups trouxeram para o mercado uma mudança de perfil, caracterizada principalmente por uma nova dinâmica de processos e maior velocidade de adaptação, ingredientes fundamentais no ecossistema das empresas de tecnologia. Com a globalização, as barreiras caíram por terra, aumentando o nível de concorrência mas também favorecendo a exportação de projetos. Hoje, o empreendedor precisa apostar alto e investir em soluções com apelo internacional.
Dentro desse contexto, as startups também têm a função de alimentar as empresas já consolidadas, propondo soluções inovadoras e complementos para velhos métodos, acelerando assim o go-to-market e imprimindo no mercado a dinamicidade que só pequenos negócios possuem na sua essência.
Os primeiros passos das empresas nascentes de tecnologia são dados dentro de incubadoras. Esses ambientes ajudam na consolidação da ideia e desafiam os empresários a fazerem sempre melhor. No meu caso, quando cheguei com a ideia da Pixeon na incubadora MIDI Tecnológico, em 2003, não tinha um produto específico, mas uma espécie de consultoria tecnológica. A atuação da incubadora foi fundamental, pois me fez enxergar que precisava traçar um objetivo e determinar um plano de ação.
Os primeiros nove meses na incubadora, que é gerida pela ACATE e mantida pelo Sebrae/SC, foram de muito estudo em diversas áreas,como finanças, marketing e comercial. Tínhamos uma equipe de consultores à disposição e partir daí ficou mais fácil para a Pixeon estruturar o seu plano de negócios: atuar na área médica, criar um portfólio de produtos, estruturar as áreas de marketing e vendas.
Se de um lado as incubadoras tem ajudado o novo empreendedor, o Brasil como ambiente favorável a negócios não fez sua lição de casa em gerar mão de obra qualificada. Não temos também uma legislação trabalhista para empresas de tecnologia como um todo e um modelo fiscal aceitável para empresas menores iniciarem suas operações. A dificuldade de acesso ao capital também é sempre uma pedra no caminho do empreendedor, principalmente, quando se trata de empresas de base tecnológica.
Apesar de todos esses empecilhos, o mercado está de portas abertas para ideias inovadoras. Cabe ao empreendedor não ficar em sua zona de conforto e enfrentar os desafios de empreender. O medo vai aparecer em diversas situações, mas estão nessas adversidades as maiores oportunidades de desenvolvimento. Enquanto esse sentimento estiver presente, a certeza do caminho certo também estará.
* Por Iomani Engelmann vice-presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE). Artigo publicado originalmente no jornal Notícias do Dia em 07/07/2016.