Três cidades de Santa Catarina estão entre as melhores do Brasil para empreender
Florianópolis é a segunda melhor cidade do país para empreender, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras, divulgado nesta quinta (17.11) pela Endeavor, a maior organização global de apoio ao empreendedorismo de alto impacto. Assim como em 2015, a capital catarinense (nota 8,324) perdeu por pequena margem da campeã São Paulo (8,493). As outras cidades catarinenses que aparecem no índice, Joinville e Blumenau, apresentaram uma melhoria significativa no ranking, ocupando respectivamente a 4a. e a 13a. posição.
Florianópolis é a segunda melhor cidade do país para empreender, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras, divulgado nesta quinta (17.11) pela Endeavor, a maior organização global de apoio ao empreendedorismo de alto impacto. Assim como em 2015, a capital catarinense (nota 8,324) perdeu por pequena margem da campeã São Paulo (8,493). As outras cidades catarinenses que aparecem no índice, Joinville e Blumenau, apresentaram uma melhoria significativa no ranking, ocupando respectivamente a 4a. e a 13a. posição. O estudo avaliou indicadores como infraestrutura, inovação, ambiente regulatório, acesso ao mercado, capital humano, cultura empreendedora
Dois fatores são os grandes responsáveis pelo destaque de Florianópolis: capital humano e inovação. Em todas as edições do estudo, a Ilha ocupa a primeira posição no índice geral de capital humano. Segundo o estudo, isso se deve às boas universidades e escolas – a nota do ENEM é a mais alta entre todas as cidades pesquisadas, e mais de 50% dos universitários estão matriculados em cursos de alta qualidade, de acordo com o Inep (a média geral é 21%). Além disso, Florianópolis se sobressai no número de mestres e doutores nas áreas de ciência e tecnologia: para cada 100 empresas há 20 profissionais com títulos de mestrado e doutorado.
“Florianópolis tem mais da metade de universitários formados em boas universidades. Além disso, conta com uma indústria de inovação muito forte, com fundos investindo nas empresas da cidade. As coisas estão acontecendo na capital catarinense”, disse Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor, durante o evento de lançamento do ICE 2016.
Joinville subiu cinco posições em relação a 2015 e alcançou o quarto lugar geral. Um de seus maiores saltos foi no indicador ambiente regulatório (3o melhor do país), que mede a burocracia, mas também apresenta bom resultado no quesito inovação, liderando o volume de recursos recebidos por meio de BNDES e Finep. Enquanto a média das 32 cidades brasileiras é de R$ 4,9 mil disponíveis para inovação para cada empresa, em Joinville esse valor é 3,5 vezes maior (R$ 17,6 mil).
Já Blumenau conseguiu elevar sua colocação para a 13ª – no ano passado foi a 20ª, e tem a infraestrutura como melhor pilar (5o melhor do país). Neste quesito, a cidade do Vale se destaca pela média de vários indicadores de condição urbana (percentual da população com internet rápida, preço médio do m2, custo de energia elétrica, entre outros), ficando atrás apenas de Sorocaba (SP). Blumenau também apresenta a maior concentração proporcional de empresas de TIC (tecnologia da informação e comunicação) do país – Florianópolis é a segunda colocada.
“É excelente ver a evolução de Blumenau e de Joinville – são as cidades do Sul que mais ganharam posições em relação ao ano passado, que contam com um índice de desenvolvimento econômico e industrial muito alto e têm grande proporção de empresas exportadoras”, destaca Henrique Tormena, coordenador da Endeavor em Santa Catarina. O estado também apresentou o menor número de atualizações tributárias – foram apenas três, enquanto o Paraná e o Rio Grande do Sul registraram, respectivamente, 300 e 422 alterações.
Em um dos anos mais conturbados da economia e da política do país, o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) chega à sua terceira edição, já trazendo reflexos da crise e apontando um diagnóstico, cada vez mais urgente, para a melhoria do ambiente empreendedor nas cidades. O ICE é realizado pela ONG Endeavor, e avalia o ambiente empreendedor de 32 cidades brasileiras sob a ótica de 60 indicadores, distribuídos nos sete pilares que mais impactam a vida do empreendedor: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
A primeira boa notícia é que diversos municípios já têm utilizado o estudo para direcionar seus esforços no campo das políticas públicas. No caso mais emblemático, o de Porto Alegre, a cidade irá reduzir, até o fim deste ano, o tempo para abertura de empresas – de mais de 200 dias, necessários só para o registro de uma empresa, para até cinco.
O ICE 2016 é uma realização da Endeavor, e conta também com o apoio de parceiros na metodologia e obtenção dos dados: Waze e 99, parceiros no indicador de mobilidade urbana; Anprotec, nas informações sobre parques tecnológicos; EY (Ernst & Young), no desenvolvimento e na coleta de indicadores do pilar de Ambiente Regulatório; META, no índice de Potencial Empreendedor da população; Neoway, no indicador de patentes; Opinion Box, na pesquisa primária de todos os indicadores de Cultura Empreendedora; SEDI, nos indicadores de tempo de processos regulatórios; Spectra Investimentos, nos números do mercado de capital de risco; e Viva Real, nos dados de mercado imobiliário.
A escolha das cidades analisadas foi feita com base na concentração de Scale-ups – empresas que apresentam alto crescimento em geração de emprego e renda. Juntos, os 32 municípios, de 22 estados, representam mais de 40% do total das Scale-ups do Brasil e cerca de 40% do PIB. A edição atual do Índice também conta com um aperfeiçoamento na metodologia, com foco nos pilares de ambiente regulatório e infraestrutura.