Educação e estratégia são essenciais para Indústria 4.0 no Brasil, apontam especialistas
Estimular a educação e ter uma política de Estado estratégica estão entre os principais fatores para alavancar a Indústria 4.0 no país.
Estimular a educação e ter uma política de Estado estratégica estão entre os principais fatores para alavancar a Indústria 4.0 no país. A avaliação é de especialistas de empresas e instituições científicas e tecnológicas (ICTs) que atuam no setor e debateram o panorama atual da Indústria 4.0 no Brasil, durante a primeira reunião deste ano do comitê temático da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).
Tanto representantes das ICTs quanto das empresas acreditam que falta uma formação interdisciplinar para a eficiência da Indústria 4.0. “Para o Brasil ser protagonista em Indústria 4.0 é necessário repatriar os pesquisadores que estão fora do país e fomentar a vinda de cientistas estrangeiros e de polos de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, apontou Fábio Fernandes, engenheiro sênior de automação da empresa Bosch.
Segundo ele, a Indústria 4.0 possui quatro pilares: protocolos abertos, sistemas cyber-físicos, segurança da informação e inteligência distribuída. Sua implementação se traduz na integração entre a tecnologia da informação (TI) e a indústria. “Trata-se da união desses dois mundos e o ser humano está no centro de tudo isso. O conhecimento e a informação são as novas matérias-primas da Indústria 4.0, que colaboraram para maior eficiência e competividade das empresas”, disse Fábio.
A criação de uma política industrial no Brasil voltada para o setor também foi abordada pelos especialistas. “Falta planejamento. Precisamos identificar os setores nos quais o Brasil é competitivo. Falta uma política industrial, pois estamos atrás de países que trabalham com plataformas de Indústria 4.0.”, afirmou a professora Ieda Makiya, responsável pelo Laboratório de Negócios Sustentáveis da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para ela, “a Indústria 4.0 não se refere apenas à aplicação de novas tecnologias, mas também de uma nova operação para garantir resultados positivos”.
“Atualmente, a Indústria 4.0 não influencia apenas a indústria, mas também a vida das pessoas, avançando para áreas de saúde e agricultura, por exemplo”, comentou o pesquisador Francisco Giocondo, também da Unicamp. “Cabem às associações, como a Anpei, o papel de catalizadoras dessas necessidades e de atuar como porta-vozes para o governo. Não podemos trabalhar isolados”, ressaltou.
A reunião do comitê temático teve como foco a Interação ICT-Empresa na Indústria 4.0. O próximo encontro será em conjunto com o Comitê de Gestão da Propriedade Intelectual no dia 7 de março, na sede da Bosch, em Campinas (SP). O tema central serão os desafios de tecnologias disruptivas com ênfase nas Impressoras 3D.
Fonte: Agência ABIPTI, com informações da Anpei