Deatec participa de criação de núcleo de tecnologia para a agricultura familiar
A agricultura familiar possui 4,4 milhões de estabelecimentos no País, de um total de 5,4 milhões (83%), usa 21% das terras cultiváveis, emprega 12,8 milhões de trabalhadores rurais e produz 60% dos alimentos consumidos no Brasil. Em Santa Catarina, 90% das 195 mil propriedades rurais têm menos de 50 hectares, ou seja, pertencem a grupos familiares.
A agricultura familiar possui 4,4 milhões de estabelecimentos no País, de um total de 5,4 milhões (83%), usa 21% das terras cultiváveis, emprega 12,8 milhões de trabalhadores rurais e produz 60% dos alimentos consumidos no Brasil. Em Santa Catarina, 90% das 195 mil propriedades rurais têm menos de 50 hectares, ou seja, pertencem a grupos familiares.
Porém, em muitas propriedades ainda falta o uso de tecnologias que podem aprimorar tanto a gestão quanto a produtividade. Para buscar soluções nesse sentido, o Banco Mundial selecionou Santa Catarina para, em conjunto com o Governo do Estado, por meio do Programa SC Rural, implantar um Núcleo de Inovação Tecnológica para a Agricultura Familiar (NITA).
A primeira fase do projeto é conhecer o ambiente em que startups, pequenas e médias empresas de tecnologia atuam ou pretendem atuar e levantar desafios e oportunidades para desenvolverem e comercializarem tecnologias à agricultura familiar. Nesse sentido ocorreu, na última semana, uma reunião de trabalho em Chapecó que contou com a participação da Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec).
O vice-presidente de Novos Negócios da Deatec, Ernani Zottis, ressaltou que para a Deatec ser parceira desse projeto é importante, pois alguns dos associados já desenvolvem soluções tecnológicas voltadas para o setor do agronegócio. “As empresas podem contribuir tanto como potenciais fornecedores e também como consultores com base em suas experiências. É um setor que cresce ano após ano e precisa muito de tecnologias que possam potencializar sua capacidade de produção e gestão”, realçou.
Para Heber Mantovani, da e-comBR Soluções em Tecnologia, o encontro ajudou na formação de rede de contatos ao colocar em um mesmo ambiente pessoas de vários segmentos envolvidos com a agricultura familiar, desde empresas até área de assistência técnica e agricultores familiares. “O Núcleo irá permitir se tornarem mais próximos todos aqueles ligados ao segmento e, assim, debater e auxiliar na criação de mecanismos de fomento e soluções”, frisou.
A assistente de programa na área de agricultura do Banco Mundial, Wanessa Matos, explicou que o objetivo é criar um sistema que seja sustentável. “Iniciamos com uma fase exploratória e identificamos que existe demanda e oferta. Agora precisamos entender quais são os desafios para ofertar esses produtos de inovação tecnológica e quais são as oportunidades para, posteriormente, transformar isso em serviços e soluções”, relatou.
Segundo Mantovani, o desafio para a efetivação do projeto é cultural. “Trabalhamos com soluções no segmento há anos e, embora haja avanços, ainda existe um desafio grande para mostrar ao agricultor que coletar informações e organizar a propriedade pode auxiliar muito a otimizar recursos e aumentar os ganhos. O núcleo irá trazer os desafios como esse a tona e auxiliar a convertê-los em soluções”, explanou.
As pequenas propriedades necessitam de tecnologia assim como uma grande propriedade, mas muitas vezes faltam recursos e até mesmo conhecimento para acessar as tecnologias. “Nossa expectativa é a construção de um modelo viável, por meio de parcerias e que atenda de fato a necessidade desses produtores”, concluiu Zottis.
Foto 02 – Rafael Mioto, Heber Mantovani, Marcos Carlotto, Rodrigo Savenhago, Vanessa Matos, Rudinei Gerhart, Ernani Zottis e Andrei Bueno