Opinião ACATE: Investimento para prosperar
Captar investimento é muito importante para uma empresa de tecnologia, especialmente para aquelas que estão no início — as startups. Além de aportar recursos financeiros, muitos investidores viram também mentores ou conselheiros dessas empresas, como é o caso dos investidores-anjo. Já para companhias maiores, normalmente os aportes envolvem mais dinheiro e são feitos pela modalidade private equity.
No investimento-anjo, o valor do aporte costuma variar entre R$ 10 mil e R$ 1 milhão. Os fundos de capital semente (seed) também buscam startups em estágio inicial para investir, geralmente de R$ 500 mil a R$ 2 milhões. Já na categoria considerada de alto risco, as modalidades mais comuns são o venture capital, com fundos que investem entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões em empresas que já têm um faturamento na casa dos milhões, e o private equity, em quantias acima de R$ 10 milhões em empresas que faturam mais de 10 vezes esse valor por ano.
Na ACATE nós já temos a Rede de Investidores Anjo de Santa Catarina — que inclusive está selecionando empreendedores para participar de seu 10º Fórum de Investimentos, que ocorre no mês de junho em Florianópolis (SC) —, em parceria com a Anjos do Brasil. Mas queremos atrair mais investidores de todas as categorias ao nosso ecossistema de inovação. Para isso, estamos estruturando um grupo temático de investimentos.
Dar visibilidade ao nosso ecossistema e atrair aportes para as empresas catarinenses de tecnologia é uma demanda muito importante para o setor. Segundo o Índice de Cidades Empreendedoras 2017, estudo da organização mundial de fomento ao empreendedorismo Endeavor, Florianópolis é a terceira melhor cidade em acesso a capital, mas ainda assim tem muito mais companhias do que investidores. Já Joinville e Blumenau, as outras duas cidades catarinenses que aparecem no ranking, ficaram respectivamente em 12º e 30º lugar neste indicador.
A gente quer incentivar não apenas a criação, mas a consolidação das empresas de tecnologia no Estado. E os investimentos podem ajudar a tirar uma ideia do papel, a tornar um negócio global, a crescer exponencialmente e até mesmo auxiliar uma companhia já consolidada a dar um grande salto e expandir ainda mais. Santa Catarina já é um celeiro de startups de sucesso, o que precisamos agora é entender quais são as demandas delas e levar essa informação além, atraindo quem procura boas oportunidades para investir seu tempo e dinheiro.
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Artigo assinado por Daniel Leipnitz, presidente da Associação Catarinense de Tecnologia, e publicado originalmente no Diário Catarinense em 30/05/2018.