10 passos para implementar um mindset de inovação nos ambientes de trabalho
De acordo com o Dicionário Michaelis (2021), o verbo “inovar” significa “introduzir novidades em algo”, “restaurar” e “produzir ou tornar algo novo”. No dia a dia de empresas ou instituições, […]
De acordo com o Dicionário Michaelis (2021), o verbo “inovar” significa “introduzir novidades em algo”, “restaurar” e “produzir ou tornar algo novo”. No dia a dia de empresas ou instituições, a inovação pode representar o ato de ir atrás de soluções criativas e inéditas para problemas antigos. Nesse sentido, gerar resultados significativos para organizações públicas, privadas e do terceiro setor, muitas vezes, envolve pensar “fora da caixa”.
Essa mudança de mentalidade foi apelidada, na linguagem do empreendedorismo, de “mindset de inovação” e é, atualmente, um dos principais desafios enfrentados por líderes que desejam alavancar seus negócios. Neste post do Blog da ACATE, trazemos algumas dicas para implementar uma quebra positiva de mindset em ambientes de trabalho.
Implementando um mindset inovador
Para toda e qualquer inovação, não existe fórmula mágica, mas há a necessidade de uma quebra de mindset. É preciso perder o medo de arriscar, questionar a realidade vigente, tomar decisões e colocá-las em prática. Por que as coisas funcionam dessa forma e não de outra? Que atitudes minhas podem transformar essa realidade? E que estratégias criarei para alcançar meus objetivos?
Quem quer inovar deve entender que falhar faz parte do processo. Os erros podem trazer benefícios quando se aprende com eles. Mas é fundamental calcular cada passo a ser dado, se espelhando em referências de sucesso, a fim de sustentar seu desempenho e evitar prejuízos. Conhecer diversos assuntos e bons exemplos de cada área pode inspirar práticas positivas.
>> Leia também “Destrinchando o mindset: sua mentalidade é fixa ou progressiva?”
O LinkLab – programa estratégico da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) – está inserido ativamente no ecossistema inovador de Santa Catarina desde 2017. Corporates de diversas áreas de atuação se conectam a ele, oferecendo seus desafios de inovação. Ao mesmo tempo, empreendimentos iniciantes entram na jogada, buscando conhecer com mais profundidade seu mercado, validar seu produto ou conquistar grandes clientes para o seu portfólio. O LinkLab coloca esses atores em contato, estimulando trocas e parcerias. Startups propõem soluções para os problemas das corporates e ambas as partes se beneficiam.
Nesse contexto, o programa da ACATE, conhecendo na prática as dores e potencialidades do meio, indicou alguns passos a serem seguidos para se alcançar um mindset de inovação. Veja, abaixo, as dicas de Adriana Cardozo de Lucca, responsável por Corporate Success no LL:
Passo 1: Conhecer seus públicos interno e externo
Todo processo de inovação deve fluir de acordo com as demandas dos clientes externos da organização que o implementa. É preciso conhecer a fundo as particularidades de cada público-alvo, identificar suas necessidades e imaginar o que pode ser feito para atendê-las. “Sem público, não há negócio. Saber o que o seu cliente deseja e necessita é o que vai lhe guiar na definição do seu empreendimento. E, compreendendo o cenário que envolve o mercado em que você vai atuar, será possível montar seu planejamento estratégico”, explica Adriana.
Para a especialista, conhecer a dinâmica dos colaboradores também é essencial na definição das estratégias de uma empresa. “Conhecer os clientes internos é necessário para entender a competência que se possui internamente para desenvolver seus produtos e serviços. A capacidade de recurso e conhecimento está totalmente atrelada ao desenho de objetivos e metas”.
Passo 2: Fazer o diagnóstico de problemas e possíveis soluções
Antes de planejar uma estratégia de inovação, é importante mapear as tendências do mercado, identificar concorrentes, saber quais são os atores referência no seu ramo e pensar em um diferencial para o seu negócio. Além disso, é recomendável fazer um diagnóstico de problemas a serem solucionados na sua organização (Exemplo: quais obstáculos te impedem hoje de atingir os resultados desejados?)
Passo 3: Organizar o time
Quando uma equipe está sob uma boa liderança, todos os integrantes se sentem responsáveis por identificar problemas e criar soluções inovadoras. Afinal, o sucesso individual ajuda na promoção do sucesso coletivo. A inovação precisa ser entendida como uma cultura organizacional em permanente construção. Cada “elo da corrente” é fundamental para que o processo vá para frente.
Para ajudar na disseminação da cultura de inovação, algumas empresas criam comitês de inovação, responsáveis por estruturar ideias e projetos especiais nesse sentido. É aconselhável que grupos desse tipo sejam constituídos por profissionais dos mais variados setores e hierarquias, contemplando cada área de interesse da organização.
A dica de Adriana Cardozo para empresas que desejam organizar sua equipe e começar a inovar é planejar. “Construa ou revise o planejamento estratégico. Ele deve estar voltado para a inovação, possuir os objetivos que se deseja alcançar, recursos necessários e um plano de ação. Só após o planejamento, é possível criar um comitê de inovação que se responsabilize em executá-lo e promover ações de fomento à cultura de inovação”.
Passo 4: Traçar metas e objetivos
Com um time engajado, é hora de colocar a mão na massa! Una esforços para construir uma boa estratégia de inovação, estabelecendo metas a serem alcançadas por cada segmento da equipe e objetivos que sirvam de norte para todos. Atente-se para que os planejamentos estratégicos sejam frequentes, a fim de atualizá-los de acordo com as demandas mais atuais. Alguns exemplos de ações possíveis:
- criar maneiras de estabelecer um diálogo constante entre diferentes setores da empresa, eliminando limitações hierárquicas
- preparar os líderes para que eles entendam como um processo de inovação funciona na prática e possam orientar os demais colaboradores
“Uma boa estratégia é aquela que envolve a alta gestão da empresa, permeando a liderança de todas as áreas e inserindo a inovação no planejamento estratégico da empresa”, define Adriana. “Já uma má estratégia é aquela que trabalha a inovação apenas em um setor sem a integração de equipes multidisciplinares e sem um stakeholder”.
Passo 5: Incentivar o trabalho colaborativo, o associativismo e novas ideias
Nenhuma organização permanece unida sem um sentimento de pertencimento e alinhamentos de equipe. A ACATE, por exemplo, existe desde 1986 graças ao seu foco no associativismo. Dentro dela, valoriza-se a ideia de que fazer juntos é fazer melhor e compartilham-se aprendizados mútuos. Os desafios de juntar pessoas com crenças, visões, hierarquias e percepções diferentes, em prol de um mesmo objetivo, são grandes. Mas a diversidade é importante para que assuntos sejam explorados a partir de diferentes pontos de vista.
“A ACATE possui diversas frentes que alimentam o programa Linklab, e todas elas estão conectadas em rede com o ecossistema de inovação. São incubadoras, aceleradoras e verticais de negócio, além dos empreendedores que movimentam essas frentes”, declara a profissional de Corporate Success. “O fato do Linklab estar alocado em um espaço que recebe uma grande quantidade de eventos, e pessoas circulando a todo tempo, também facilita as conexões”.
A inovação só existe quando vários cérebros pensam juntos. Por isso, recomenda-se que a equipe funcione como uma fábrica de novas ideias, mesmo que, no final, apenas as melhores sejam selecionadas para virar realidade. Para Adriana Cardozo, “é através da colaboração que surge a inovação e para promover um ambiente adequado é fundamental ter uma iniciativa top-down que estimule, incentive e valorize as ideias de todos. Também é imprescindível que todos se sintam donos dos desafios para que haja engajamento total da equipe”.
Passo 6: Fomentar a produção e a busca de conhecimento
Um mindset inovador está em contínuo aprendizado. Organizações que desejam inovar devem pensar em iniciativas de fomento à busca por conhecimento, como treinamentos e programas de capacitação. Profissionais qualificados costumam ter mais chances de articular conceitos teóricos com habilidades técnicas e práticas. Permitir que colaboradores cresçam profissional e intelectualmente dentro de uma organização, além de conquistar o respeito de quem trabalha, empodera os indivíduos e os mantém atualizados, contribuindo com a evolução de toda a equipe.
Passo 7: Investir em tecnologia
O setor de tecnologia é um dos principais aliados da inovação. Com o mundo cada vez mais dinâmico, conectado e competitivo, organizações têm apostado em ferramentas tecnológicas para catalizar e flexibilizar processos operacionais. O mercado atual conta, por exemplo, com vários softwares que facilitam a comunicação interna e externa (chats, redes sociais e aplicativos de videoconferência), a gestão de pessoas (digitalização do RH) e de recursos financeiros (planilhas digitais, aplicativos de cálculo, internet banking etc).
“Atualmente investir em tecnologia é imprescindível para a sustentabilidade de qualquer negócio, pois é ela que permite a abertura de novos mercados e que consegue promover a agilidade dos processos, gerando redução de custos e produtividade. Além de entregar uma melhor experiência para seus clientes”, afirma Adriana.
Passo 8: Conhecer e fazer parte de hubs de inovação
A missão do LinkLab é ser um hub de conexões e oportunidades. Nele, corporates e startups convivem em um ambiente altamente inspirador e dinâmico. “Por ser um centro que une todo o ecossistema de inovação, cada hub tem como principal benefício a integração entre os atores, ou seja, uma empresa estando dentro de um hub se conecta à startups, universidades, centros de pesquisa e tecnologia, aceleradoras de negócios e fundos de capital”, afirma Adriana Cardozo de Lucca.
Espaços voltados ao fomento de ideias inovadoras, como o LinkLab, têm se multiplicado por cidades do mundo todo. Enquanto trabalham nos hubs de inovação, as startups têm a oportunidade de serem vistas por investidores e grandes empresas. Esses últimos se interessam em buscar ideias rentáveis para solucionar problemas internos que possuam. Universidades e órgãos de fomento também participam, emprestando seus talentos e conhecimentos.
Passo 9: Acompanhar a evolução do time e dar feedbacks frequentes
Através dos passos anteriores, já deu para entender que a cultura de inovação é processual, isto é, não é adotada de uma hora para outra por todos os membros de uma equipe. Por esse motivo, organizações inovadoras precisam passar por um trabalho constante de alinhamento. É importante que cada colaborador receba feedback de suas atividades, para que progrida no mesmo ritmo que os outros, saiba onde está errando e sinta que seus esforços estão sendo reconhecidos.
De acordo com o LinkLab, a chave para que as empresas deem mais abertura a feedbacks é a empatia. “Em um processo de inovação haverá muitas pedras no caminho. Deve-se entender que erros fazem parte do aprendizado e são essenciais para alcançar o sucesso e que para percorrê-lo é preciso ser transigente e persistente”, diz Adriana.
Passo 10: Manter portas abertas
Para promover ideias inovadoras, é preciso estar aberto a novas propostas. Dar espaço para o desconhecido fortalece o mindset de inovação. Às vezes, mudanças revolucionárias podem vir de dentro da organização. Ou, ainda, podem vir de outras instituições. Boas lideranças sempre incentivam a liberdade criativa de seus colaboradores e se inspiram em líderes de outras equipes.
Na ACATE, o LinkLab trabalha com um modelo de inovação aberta. Isto é, em suas atividades, o programa incentiva que empresas abram suas portas para especialistas de fora (startups, universidades, governo e outros players do mercado). “Para a empresa é importante estar aberto ao que acontece fora dela por diversos fatores que podem impulsioná-la mais rápido do que se estivesse inovando sozinha, tais como: encontrar soluções mais viáveis financeiramente e que despendem de menor tempo de aquisição ou co-desenvolvimento, dividir o risco com parceiros, diversificar e aumentar seu know-how sem precisar investir a longo prazo, bem como, promover a mudança de cultura e desenvolver a mentalidade colaborativa”, finaliza a Corporate Success do LL.
*Imagens: Unsplash (Jason Goodman, Kelly Sikkema, Diego PH, Simon Abrams)
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