74% dos bancos globais implementaram medidas que fomentam a cultura de sustentabilidade, revela estudo da Mazars
O setor bancário reconhece cada vez mais as oportunidades de riscos relacionados às questões de sustentabilidade. No entanto, a implementação total de práticas criadas para atingir os objetivos de sustentabilidade […]
O setor bancário reconhece cada vez mais as oportunidades de riscos relacionados às questões de sustentabilidade. No entanto, a implementação total de práticas criadas para atingir os objetivos de sustentabilidade segue em desenvolvimento. Neste ano, em média 74% dos bancos globais implementaram medidas que fomentam a cultura de sustentabilidade e adaptaram suas estruturas de governança. É o que revela a nova edição do estudo de avaliação comparativa de práticas bancárias responsáveis, realizado pela Mazars, empresa internacional de tax, audit e advisory. O número é bem superior em comparação com o levantamento realizado no ano passado: 49%.
No entanto, segundo a análise da Mazars, a integração das habilidades de ASG – sigla de Ambiental, Social e Governança, termo que deriva do famoso Environmental, Social and Governance – na seleção da composição do conselho e a mensuração do desempenho de ASG ao definir a remuneração continuam sendo práticas pouco frequentes.
“Nos últimos anos temos visto um bom progresso quando se trata de ASG no Brasil. O Banco Central criou resoluções bancárias com bases sólidas entre 2014 e 2017. A primeira incentivada financeira foi a implementação de iniciativas responsáveis em políticas sociais e sustentáveis. O segundo passo incentivou os bancos na identificação, na mensuração, na avaliação, monitoramento e na mitigação aos riscos para o meio-ambiente e as questões sociais”, afirma Douglas Souza de Oliveira, sócio de Financial Services da Mazars no Brasil.
O executivo ainda acrescenta: “Um dos desafios para o mercado é reconhecer que a sustentabilidade leva à produtividade e à lucratividade, ou seja, postergar não é uma boa opção. A ASG também desempenha um papel fundamental em recrutamento e retenção, uma vez que as pessoas estão cada vez mais interessadas em sustentabilidade na prática de negócios”.
Outro aspecto relevante do estudo aponta que a porcentagem média de bancos que desenvolvem uma oferta de produto responsável foi de 82%, número superior aos 47% publicados no relatório do ano passado.
A análise global mostra que a maioria dos bancos avaliou:
- Comprometer-se com as metas SMART de sustentabilidade, sendo as metas relacionadas ao clima as mais prevalentes. As metodologias para alinhamento estratégico com o Acordo de Paris ganharam força: cerca de 51% dos bancos estão testando a metodologia PACTA para alinhar suas carteiras financeiras com os objetivos do pacto. No entanto, isso ainda não se refletiu nos compromissos oficiais dos bancos com a neutralidade climática;
- Ter práticas de gestão de risco mais avançadas para riscos climáticos do que para riscos de ASG mais amplos, com a maioria construindo recursos de análise de cenários climáticos. No entanto, o impacto financeiro da mudança climática sobre os bancos continua sendo difícil de ser medido devido à falta de informações quantitativas. Apenas 22% dos bancos fornecem dados quantitativos sobre a materialidade dos riscos climáticos.
- Implementar padrões de relatórios de sustentabilidade, principalmente com foco em objetivos climáticos, sendo as recomendações do CDP e TCFD as mais comuns. Em termos de métricas e metas, as emissões de GEE são as mais relatadas. Um dos principais desafios dos relatórios continua sendo as emissões de GEE de Escopo 3; apenas 11% dos bancos divulgam assuntos relacionados às suas atividades de financiamento.
- Ter uma oferta corporativa mais madura do que a oferta para pessoas físicas, e produtos climáticos e ambientais são mais prevalentes do que produtos econômicos e sociais. Por exemplo, 78% dos bancos desenvolveram uma oferta de títulos ecológicos, enquanto apenas 32% desenvolveram produtos ecológicos para pessoas físicas. Comparar as ofertas dos bancos continua a ser um desafio devido à falta de estruturas de relatórios padronizadas.
Metodologia
A avaliação comparativa da Mazars aborda as práticas de sustentabilidade de uma amostra de 37 bancos localizados na África, nas Américas, na Ásia e na Europa. Os bancos selecionados são os maiores em suas respectivas regiões com base em ativos totais. No Brasil, foram avaliados o Bradesco e Itaú Unibanco.
Saiba mais informações aqui.
Fonte: Mazars
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