É possível participar de incubadoras e aceleradoras ao mesmo tempo?
Empreendedores e gestores contam suas experiências. E sua startup, em que estágio está? Leia o conteúdo completo e encontre o melhor caminho
Qual a melhor forma para desenvolver a minha startup?
Devo me inscrever em uma incubadora? Ou seria melhor dedicar esforços em um programa de aceleração? É possível – e recomendável – participar dos dois ao mesmo tempo?
Bem, antes de responder diretamente a estas dúvidas bastante comuns a muitos empreendedores, é importante destacarmos algumas diferenças entre estes perfis de programa.
As primeiras incubadoras surgiram no Brasil em meados da década de 1980 e foram fundamentais para que gerações de empreendedores – geralmente vindos de universidade e sem recursos para investir em infraestrutura – conseguissem desenvolver seus projetos inovadores e transformá-los em negócios. Foi com esse modelo que surgiu, há 20 anos, o MIDITEC, oferecendo infraestrutura, consultorias e diversos serviços de apoio para empreendedores. Inúmeras empresas de referência no cenário de tecnologia de Florianópolis – como Pixeon, Resultados Digitais e outras – surgiram a partir do apoio inicial da incubadora.
Já as aceleradoras são uma evolução deste modelo, uma resposta à demanda específica de crescimento acelerado de projetos que já estão em um nível maior de maturidade e relacionamento com o mercado. Elas são um importante impulso para os empreendedores que buscam, em um curto espaço de tempo, o modelo ideal para escalar.
Por isso, é muito possível (e até comum) que uma startup que esteja em um processo de incubação, em determinado momento, passe também por um período de aceleração. Mas quando é o momento ideal?
“Pela nossa experiência, sabemos que é muito difícil escalar uma empresa em alguns meses. O propósito da incubadora é trabalhar em um prazo maior, de dois a três anos em média, apoiando mais a formação do empreendedor e os primeiros passos da empresa”, explica o coordenador do MIDITEC, Gabriel Sant’Ana.
Algumas incubadas do MIDITEC com mais tempo de casa vem participando, em paralelo, de programas de aceleração. Foi o caso da ePHealth, uma startup que deu os primeiros passos na capital paulista mas que se desenvolveu no ecossistema de Florianópolis. Selecionada para o MIDITEC, a ePHealth ainda tinha apenas o empreendedor Pedro Marton e dois programadores quando começou o processo de incubação. A solução, uma plataforma de gestão voltada a agentes públicos de saúde, se desenvolveu com o apoio de mentorias e consultorias, além do contato com outros empreendedores e players do mercado – a startup foi uma das primeiras a receber aporte por meio da Rede de Investidores Anjo (RIA) SC, uma iniciativa conjunta entre a ACATE e a Anjos do Brasil, em 2016.
Pouco tempo depois, mais estruturada, foi selecionada para um período de aceleração na Darwin Starter. “Um processo que nos ajudou a abrir novas frentes de negócio, desenvolver outras ferramentas e ter acesso a um networking qualificado”, explica Pedro.
Um processo muito semelhante pelo qual passou o empreendedor Santiago Edo, fundador da Reviewr. Ele foi selecionado para o MIDITEC em 2017 e era o principal responsável pela empresa, ainda em fase de prototipação da solução – uma plataforma que faz a gestão de reviews de grandes empresas nas principais redes sociais disponíveis.
“Antes de entrar no MIDITEC éramos um trem desgovernado. Quando entramos no programa entramos nos trilhos, com um objetivo claro e uma metodologia incrível para nos ajudar a desenvolver”, ressalta Santiago. “Depende muito dos empreendedores também, mas se você estiver disposto a absorver tudo – precisa estar no modo ‘esponja’ – prepare-se para evoluir muito rápido”.
E a Reviewr evoluiu. Selecionada para um programa de aceleração (e ainda participando do programa de incubação), a startup hoje conta com mais de 40 clientes, uma equipe de 13 pessoas e perspectiva de crescimento acelerado nos próximos anos.
Como explica o coordenador do MIDITEC, “os processos de aceleração funcionam para um perfil mais específico, quando a startup já está mais madura, tem um modelo de negócio escalável, e necessita de apoios específicos para crescer rapidamente “, compara Gabriel.
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