O contexto da pandemia fez com que muitos negócios iniciassem o processo de transformação digital implementando novas ferramentas de tecnologia para se adaptar ao momento. Mas, não se ater a aspectos como as dificuldades que os colaboradores da empresa poderão ter para utilizar estes recursos é um problema que pode retardar a transformação digital. Essa constatação foi apontada por estudos de Benjamin Mueller, professor de inovação digital e design na Universidade de Lausanne, na Suíça, e pesquisador do Instituto de Tecnologia Karlsruhe,‎‎ e ‎‎Jens Lauterbach, consultor de projetos de transformação digital.‎‎ ‎‎ ‎

Mueller e Lauterbach analisaram por dois anos o processo digitalização de um dos principais bancos da Europa, mais especificamente em uma unidade que promove serviços relacionados a hipotecas e empréstimos. Ambos fizeram mais de 60 entrevistas com colaboradores de diversas áreas da empresa e acompanharam os funcionários utilizando um sistema de 30 anos que viria a ser substituído por um novo.

A pesquisa diagnosticou que determinadas áreas de uma empresa se adaptavam mais rápido a novas tecnologias do que outras. A dificuldade que gerou essa diferença se deve a duas dependências: a primeira se refere a forma como a tarefa do colaborador está representada no sistema através de algoritmos e dados. Já a segunda está relacionada à lógica das informações no sistema e como elas são processadas ao final da tarefa.

Como solução para acelerar a transformação digital, o estudo define algumas lições que a gestão da empresa e de seus colaboradores podem seguir, de forma que evite altos gastos e problemas. Entre as primeiras ações está a análise da complexidade do uso de tecnologia para as áreas, em que se identifique os processos e tarefas relevantes, e suas relações com as características da ferramenta a ser implementada. Com isso, pode-se entender quais afazeres devem ser digitalizados, as suas complexidades e lógicas de negócios envolvida.

Além disso, os pesquisadores indicam a necessidade de um projeto para o processo de transformação, em que se inicie os investimentos em áreas consideradas de baixa complexidade, pois será onde as equipes se adaptarão melhor às ferramentas e o retorno financeiro poderá se dar de forma mais rápida. Com a base do projeto estruturada, é possível obter orientação da continuidade do processo, ainda mais quando o projeto de digitalização é realizado em sprints e exige mudanças graduais na cultura e na estrutura organizacional.

Por fim, o foco desta jornada está no treinamento das áreas de alta complexidade para o entendimento das tarefas. Neste momento, os especialistas apontam que são necessárias algumas medidas, entre elas a suspensão temporária de metas de desempenho. Para esta ação e para as demais, exige-se o gerenciamento do processo com a finalidade de investir onde é necessário e planejar assertivamente a inclusão de novas tecnologias para a realização de demandas.

Como as Verticais de Negócios podem auxiliar na transformação digital?

As Verticais de Negócios da ACATE são clusters de empresas de base tecnológica  que atuam em um mesmo segmento. Estes grupos compartilham suas soluções e realizam networking com a finalidade de desenvolverem as empresas e o setor através da geração de negócios.

A empresa ParMais é um dos cases de sucesso da vertical Fintech, destinada a empresas do setor financeiro. A empresa catarinense de consultoria em finanças pessoais e corporativas possuía um modelo de serviços tradicional, mas que foi transformado quando os fundadores decidiram se integrar ao cluster para trocar experiências e absorver soluções desenvolvidas por empresas de tecnologia participantes da Vertical de Negócios.

Para saber mais sobre a transformação digital da ParMais, acesse o artigo sobre a contribuição da ACATE para cases de sucesso, disponível no Blog da ACATE.

Confira também outros conteúdos do Blog da ACATE, como os artigos “O que atrai os estudantes para os cursos de tecnologia?” e “Procuram-se talentos: o desafio das empresas de tecnologia diante da falta de profissionais”.