Entrevista: Criando Ecossistemas Digitais com o CEO de um unicórnio
A CEO da empresa ParMais, Annalisa Blando, conversou com Roberto Dagnoni, CEO do Grupo 2TM – um dos maiores unicórnios do Brasil, com empresas como Mercado Bitcoin e a própria […]
A CEO da empresa ParMais, Annalisa Blando, conversou com Roberto Dagnoni, CEO do Grupo 2TM – um dos maiores unicórnios do Brasil, com empresas como Mercado Bitcoin e a própria ParMais, que uniu forças com o grupo recentemente.
Acompanhe abaixo os principais pontos da conversa:
Quem é Roberto Dagnoni
Roberto Dagnoni iniciou sua carreira na área de consultoria e foi sócio da unidade de Outsourcing da Deloitte. Foi CFO em algumas empresas até chegar na CETIP, onde teve seu último cargo como executivo e coordenou o processo de fusão da BMF Bovespa, que originou a B3. Após essa fusão, Dagnoni se desligou da empresa e começou a fazer investimentos em startups, mais focado em fintechs.
Entre essas startups está o Mercado Bitcoin, onde se juntou com o grupo de funders e iniciaram a jornada da criação da holding da 2TM e estão expandindo a atuação em vários ramos de infraestrutura do mercado financeiro com várias iniciativas, entre elas, trazendo a ParMais como gestora de tradicionais em uma das adições mais recentes ao ecossistema que estão montando.
Como desenvolver ecossistemas digitais fortes de empresas nos momentos atuais?
Para Dagnoni, vivemos um momento único de transformação do mercado financeiro. “Esse momento de fintech iniciou em 2015, veio se intensificando e continua muito forte. É um incrível para a criação desse ecossistema, pois além do fluxo de venture capital – ou capital de risco – temos uma concentração bancária e de infraestrutura bastante relevante e muitos nichos a serem melhorados em termos de serviços, transparência, qualidade e agilidade. Acredito que há bastante espaço para evolução em todo o ecossistema de fintechs”, afirma Dagnoni.
Quais as principais lições aprendidas sobre empreendedorismo ao longo do período de pandemia? Como fazer empresas crescerem em um cenário tão adverso?
Segundo Dagnoni, tirando o lado difícil e triste de lidar com as perdas, a transformação digital foi muito acelerada. “Muitos clientes que não eram nativos digitais tiveram que se adaptar aos aplicativos on-line, o que mudou muito a dinâmica e vários negócios foram acelerados”. Em termos de desenvolvimento do negócio, Dagnoni cita que o Grupo 2TM estabeleceu o modelo “work from anywhere”, tendo agora funcionários em todo o Brasil e até mesmo fora do país.
Qual o segredo por trás da criação de um unicórnio?
No ramo de startups, é comum chamar as empresas que ultrapassem 1 bilhão de dólares de valor de mercado de unicórnios. Atualmente, muito por conta do Mercado Bitcoin, a 2TM está com o valor de mercado de 2,2 bilhões de dólares.
Para Dagnoni, o segredo está em fazer investimentos em momentos de baixa e estar preparado para o momento de crescimento do mercado. Essa foi a estratégia desde 2018, aproveitando o grande crescimento do mercado e acreditando muito no potencial do blockchain. “O Blockchain vai ser a nova internet do dinheiro, a nova infraestrutura do dinheiro. Imagine que é uma rede descentralizada, global de processamento, e foi o que o bitcoin conseguiu fazer em uma operação 24/7 com liquidação em D+0, ou seja, é um mundo novo, cheio de possibilidades.”
Que lições ambos tiram do Vale do Silício para construir empresas escaláveis?
O Vale do Silício é conhecido mundialmente por abrigar muitas empresas globais de tecnologias e startups, entre elas a Apple, Facebook e Google. Para Annalisa, o aprendizado foi enorme e as teorias ajudaram bastante para o avanço da empresa. Para Dagnoni, o que mais chamou atenção foi a qualidade em termos de produto e os testes massivos que são realizados, além da cultura, história e marcos das empresas.
As corretoras digitais poderão tomar o espaço das corretoras tradicionais?
A corretora tradicional tem um modelo de gestão, de agente autônomo de distribuição e acho que neste caso temos que pensar em produto e distribuição. “Acredito em novos produtos que vêm para um modelo de corretora digital, ou seja, a mudança não está no modelo de distribuição, mas sim em novos produtos e ativos que podem substituir ativos antigos e vai depender se as corretoras tradicionais vão se adaptar e ter esses ativos novos ou se essas novas classes vão ficar somente nas corretoras digitais. Em resumo, é um mercado em transformação,” finaliza Dagnoni.
A íntegra está disponível aqui
*Fonte: ParMais
- Artigos