Lições para quem quer investir em negócios inovadores
Há também o modelo de investimento por meio de corporate venture, que é o investimento de empresas (pessoa jurídica) em startups. “O LinkLab, programa de inovação aberta da ACATE, é um exemplo”, destaca Wolowski, “em que empresas mantenedoras do laboratório de inovação selecionam e trabalham em conjunto com startups, com possibilidade de gerar futuros negócios, seja como parceria ou realizando aportes”.
O volume de investimentos em capital de risco vem batendo recordes no Brasil. Em 2017, as startups brasileiras receberam US$ 859 milhões em um total de 133 negócios, aponta pesquisa da Associação Latino-Americana de Private Equity e Venture Capital (LAVCA). O mercado nacional foi responsável por 45,4% de todos os investimentos feitos na América Latina, o que mostra o potencial do mercado de inovação local.
Na comparação com 2016, o total de recursos destinados a capital de risco mais que dobrou – a alta foi de 128%. Essa “corrida pela inovação” tem atraído a atenção de novos investidores não só pelo potencial de novas startups que surgem no ecossistema de tecnologia mas também pela baixa rentabilidade de outras modalidade de investimento – resultado da queda de juros básicos e da inflação.
Para os investidores que querem fazer parte deste mercado de inovação, em que o potencial de retorno é diretamente proporcional ao risco, é preciso ter em mente algumas características que diferenciam o ambiente de seed e venture capital.
“Nunca entre sozinho”
Essa é a regra básica para quem quer investir em startups. Entrar sozinho significa ser o único investidor a aportar recursos em uma empresa – um risco que quem está começando não deve correr. “Comece sempre com um grupo, uma rede de investidores, para compartilhar conhecimentos e reduzir riscos. A diversidade de opiniões facilita na hora de tomar uma decisão”, comenta Marcelo Cazado, que atua neste mercado há mais de 10 anos e lidera a Rede de Investidores Anjo de Santa Catarina (RIA/SC).
Criada em 2016, a RIA SC envolve mais de 40 investidores que, além de ter acesso a um portfólio de startups selecionadas, se reúnem periodicamente para trocar experiências, avaliar novos projetos e receber apoio em questões jurídicas, contábeis e financeiras. Esse networking tem favorecido cada vez mais negócios no ecossistema de tecnologia, comenta Cazado: “hoje é possível entrar com uma cota baixa, em torno de R$ 20 mil a R$ 25 mil, num coinvestimento com vários outros participantes. É claro que o potencial de retorno é pequeno, mas o risco se torna muito menor também”.
Siga o investidor-líder – e aprenda com ele
Outra vantagem de participar de aportes em grupo é que, em cada deal, é definido um investidor líder, que ficará responsável não só pela maior parte dos recursos mas também pelo relacionamento com a startup e as decisões de gestão. “Investir é algo que só se aprende na prática, quem não faz fica só na teoria. Por isso é importante começar com pouco, participando de grupos que já tem um investidor líder, mais experiente”, explica Cazado, da RIA/SC.
Muitas oportunidades surgem a partir de indicações de investidores mais experientes, que buscam outros sócios para ampliar os recursos necessários às startups. “Quando um líder tem reputação e sugere um negócio, os demais participantes avaliam com mais segurança também”, ressalta.
“Não basta investir, tem que se dedicar ao negócio”
Quem coloca recursos em uma startup também passa a ser um empreendedor. Portanto, tem que ajudar no desenvolvimento do negócio. “Não basta investir, tem que se dedicar, colocar sua experiência em favor do novo projeto, ajudar na gestão”, ressalta Marcelo Wolowski, sócio e fundador da Bzplan, gestora de venture capital que já investiu em diversas empresas de tecnologia em Santa Catarina e no Paraná.
Além disso, é fundamental que o investidor conheça – e goste – da área de atuação da startup escolhida. “A tese de investimento tem que ser baseada em sua experiência profissional. Não vá pelo hype de um determinado modelo de negócio ou segmento que você não tenha conhecimento, nem possa contribuir para o crescimento da empresa”, completa Wolowski.
Como ressalta Cazado, “investir em startups não deve ser visto como uma estratégia puramente financeira. É também uma forma de contribuir para o ambiente de negócios, aprender novas formas de gerar negócios, é um giveback do empreendedor para outros empreendedores”
Gestoras e programas de corporate venture são alternativas
Mas há outras oportunidades para interessados em investir no mercado de capital de risco. Uma alternativa é se associar a fundos de venture capital – que agregam um volume mais significativo de recursos (que pode variar de R$ 40 a R$ 200 milhões, em média) – por meio de gestoras especializadas. Cada fundo tem uma tese específica de investimento, na qual define as áreas prioritárias nas quais busca startups, direcionando o investidor para um perfil específico. “Além de mitigar riscos para o investidor, as gestores dão acesso a um portfólio muito amplo e oferecem suporte com times especializados em áreas complexas como contabilidade e jurídico”, explica Wolowski, da Bzplan, que gerencia dois fundos em parceria com a FIR Capital.
Há também o modelo de investimento por meio de corporate venture, que é o investimento de empresas (pessoa jurídica) em startups. “O LinkLab, programa de inovação aberta da ACATE, é um exemplo”, destaca Wolowski, “em que empresas mantenedoras do laboratório de inovação selecionam e trabalham em conjunto com startups, com possibilidade de gerar futuros negócios, seja como parceria ou realizando aportes”.
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