O inverno da IA não está chegando
Conteúdo oferecido por Decision FGV – Por André Barcaui, coordenador do MBA FGV Educação Executiva: A Inteligência Artificial (IA) tem uma história marcada por altos e baixos. A primeira onda, […]
Conteúdo oferecido por Decision FGV – Por André Barcaui, coordenador do MBA FGV Educação Executiva: A Inteligência Artificial (IA) tem uma história marcada por altos e baixos. A primeira onda, entre 1950 e 1970, trouxe avanços significativos na teoria e experimentação, mas enfrentou um inverno após baixos retornos sobre investimentos e falta de resultados concretos. A segunda onda, de 1980 a 2000, testemunhou uma explosão no uso de algoritmos inspirados na biologia humana, como redes neurais e algoritmos genéticos, bem como o crescente aumento da popularidade do aprendizado de reforço. No entanto, a IA enfrentou um segundo inverno na década de 1980, quando a confiança pública e dos investidores foi abalada por altos custos e falhas em projetos de pesquisa.
Mas a IA não parou de evoluir. Hoje, vivemos em uma nova e extraordinária era de desenvolvimento da IA, onde várias aplicações envolvem nosso cotidiano a ponto de não mais percebermos. Além disso, a IA tem o potencial de revolucionar setores inteiros da economia e nossa sociedade, trazendo avanços significativos em áreas como medicina, educação, ciência e meio ambiente.
Mesmo considerando o que já é fato e o enorme potencial latente que ainda está por vir, de vez em quando ouço ou leio que estamos experimentando outra onda tecnológica, um hype de mercado, como o Metaverso ou Tokens Não Fungíveis (NFTs).
Esta é uma questão legítima dada a velocidade com que as coisas acontecem e o número de ferramentas e aplicativos que invadem nossa rotina todos os dias. No entanto, definitivamente não concordo com essa afirmação e explico meu ponto de vista através dos seguintes argumentos:
Evolução tecnológica: A tecnologia evoluiu tremendamente nas últimas décadas. Isso permitiu que cientistas, desenvolvedores e empresas acessassem um poder de processamento cada vez mais poderoso. Esse poder pode ser medido em teraflops (trilhões de operações matemáticas por segundo), o que permite que esses profissionais façam muito mais trabalho em muito menos tempo do que antes. Isso significa que uma análise de dados mais detalhada e precisa pode ser realizada, possibilitando resolver problemas que antes eram considerados impossíveis;
Big Data: A disponibilidade de dados (Big Data) desde o início do século XXI é exponencialmente maior devido ao desenvolvimento da internet e das redes sociais. O aumento no uso de dispositivos conectados à internet, como smartphones e sensores IoT, gerou ainda mais dados, levando ao surgimento de novas tecnologias e ferramentas para lidar com a grande quantidade de informações. Isso significa que nós mesmos geramos dados eloquentemente o tempo todo, alimentando empresas e seus bancos de dados. Foi da necessidade de extrair informações valiosas desses dados que surgiram novas tecnologias e técnicas de análise, como Hadoop, NoSQL, aprendizado de máquina e análise preditiva;
ROI: O investimento em IA cresceu, tanto no setor público quanto no privado. Esse fenômeno ocorre porque, ao contrário de outras épocas, as organizações começam a ver um retorno sobre o investimento em seus projetos de IA. Empresas de tecnologia estão investindo bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de IA, e governos estão investindo em programas de IA para estimular o desenvolvimento e uso da tecnologia. Daí o que muitos chamam de “nova guerra fria” de competição econômica e tecnológica entre os EUA e a China;
Benefícios reais e tangíveis: A IA tem demonstrado trazer benefícios significativos e mensuráveis em várias áreas, incluindo saúde, finanças, segurança e meio ambiente. Especificamente, a IA contribuiu para melhorar o diagnóstico e tratamento de doenças, aumentar a segurança em sistemas de transporte e reduzir o impacto ambiental das atividades industriais. Tais avanços são resultado do potencial da IA para processar grandes quantidades de dados e identificar padrões que seriam difíceis ou impossíveis de serem detectados por humanos;
Popularização: Tivemos uma primeira onda em que universidades e governos discutiram projetos de IA. Ou seja, a discussão ocorreu principalmente em um contexto acadêmico. Depois uma segunda onda em que as empresas entraram mais fortemente nesse contexto e essa discussão se expandiu para a perspectiva corporativa. Hoje, o mundo inteiro fala sobre IA e não apenas por causa de filmes e literatura de ficção. As pessoas nas ruas comentam sobre isso, minha mãe fala sobre isso, todo mundo está animado com as possibilidades da IA, preocupado com ela ou ambos. Mas ninguém é indiferente. O tema passou a ser de interesse geral e não mais de nicho.
Por esses e outros motivos, acredito que a IA definitivamente não é um hype. Digamos que se Minsky, McCharthy, Rochester, Shannon e toda a turma da Conferência de Dartmouth (1956) tivessem essa quantidade de dados, esse poder de processamento e todo esse contexto favorável à disposição, possivelmente não teríamos invernos na história da IA.
Dito isso, não me parece que estamos vivendo um processo passageiro, fugaz, e nada indica que um novo inverno da IA esteja se aproximando. Pelo contrário, mesmo que a velocidade das implementações de IA, seu impacto e sua capilaridade nos deixem, às vezes, atordoados, entendo que estamos mais próximos do que poderia ser chamado de “aquecimento global” da IA.
*Fonte: AI Winter is not coming – Andre Barcaui no LinkedIn/ Imagem gerada por DALL-E 2
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