Os pontos-chave do desenvolvimento da CataCompany, a PME que mais cresceu no Brasil em 2016
O CEO Victor Levy lembra quais foram os principais fatores que fizeram a empresa decolar no mercado nacional e abrir frentes em vários outros países
Um ranking elaborado pela consultoria Deloitte e divulgado em setembro de 2017 mostrou ao mercado brasileiro algo que o empreendedor Victor Levy tinha certeza há alguns anos: entre 2014 e 2016, nenhuma empresa de pequeno e médio porte do Brasil cresceu mais do que a CataCompany, startup criada por Victor em 2011 para solucionar um problema crônico do varejo nacional, a falta de moedas disponíveis no mercado.
Naquele triênio, a CataCompany – que nasceu como CataMoeda – cresceu 4.658%, passando de um faturamento de R$ 183 mil reais para R$ 8,7 milhões.
A primeira tecnologia desenvolvida pela empresa foi uma máquina disponibilizada em supermercados para arrecadar moedas dos consumidores e trocar por um bônus para consumo na loja – depois utilizado também por comerciantes que queriam trocar moedas por cédulas.
A ideia então era, por meio de uma tecnologia robusta envolvendo hardware e software, estimular a volta dessas moedinhas ao mercado reduzindo custos de emissão por parte das autoridades monetárias (e também diminuindo a extração de minerais da natureza para fabricação).
Ponto-chave #1: Um cliente grande para validar o projeto
Depois de um projeto piloto em uma rede supermercadista do Paraná, em outubro de 2013, a máquina chegou a mais de 400 lojas de 140 varejistas em 21 estados do país e o Distrito Federal. O resultado, porém, se deve a uma parceria iniciada em 2015 que mudou em definitivo a trajetória da empresa.
Ponto-chave #2: O impacto da mensagem por meio da imprensa
Segundo estudo do Banco Central à época, quase um quarto de todas as moedas em circulação no país estavam “entesouradas”, ou seja, guardadas em cofrinhos ou simplesmente longe de quem mais precisava, os comerciantes. Uma informação que rendeu reportagem na Folha de S. Paulo e também uma oportunidade, por meio da assessoria de imprensa, para virar manchete nacional.
“Isso pautou várias outras mídias e nos deu uma excelente visibilidade e também acelerou nosso crescimento”, lembra Levy. “Estávamos num oceano azul e este retorno de mídia funcionou para divulgarmos a causa, o nosso propósito”.
Ponto-chave #3: Parcerias estratégicas
Enquanto o CataMoeda ainda buscava o ponto de equilíbrio, surgiu uma oportunidade de parceria com a espanhola Prosegur, uma das maiores empresas de transporte de valores do mundo. A partir de 2015, a Prosegur passou a oferecer diretamente o CataMoeda à rede de varejistas que atendia, além de cuidar da manutenção das máquinas – com isso, a empresa de Victor Levy passou a se dedicar à fabricação em série, que seria em torno de 60 por mês, gerando recursos e o potencial de crescimento desejado.
Ponto-chave #4: Inovação e agilidade para surpreender o mercado
Um dos pontos fortes percebidos pela empresa no desenvolvimento de suas tecnologias foi a integração entre software e hardware, o que permitiu usar a lógica do CataMoeda para outros produtos inovadores, que chegaram a um novo nicho: o mercado de segurança e gestão para médios e grandes varejistas. Ao longo da parceria com a Prosegur, a empresa desenvolveu um modelo de cofre inteligente e compacto, o CataCash, que alerta se o dinheiro armazenado é falso e dá acesso por fechadura digital liberada via celular.
A onda de inovações não parou aí: no ano passado, a empresa desenvolveu o chamado “Super Armário”, idealizado para combater o problema de invasões às empresas de transportes de valores e bancos – o equipamento destrói, em poucos minutos, 40% do total armazenado e dá à empresa possibilidade de retornar esse dinheiro ao Banco Central. Dois novos produtos que abriram a empresa a um novo mercado – desta vez, mundial.
Ponto-chave #5: Pense globalmente
Ao desenvolver novos produtos para o mercado de segurança e participar de feiras em outros países, Victor entendeu que agora tinha um portfólio inovador e competitivo em nível internacional. Ao receber um novo aporte de recursos de venture capital – gerido pela Bzplan e FIR Capital – a empresa direcionou esforços ao mercado dos Estados Unidos e América Latina, começou a direcionar ações rumo à internacionalização.
Para os EUA, a CataCompany desenvolveu um cofre inteligente, lançado durante feira em San Diego no ano passado. Segundo Victor, o mercado local demandava soluções mais seguras e tecnológicas para cofres, o que motivou contatos com empresas de transporte de valor locais. “O potencial é muito maior do que no mercado brasileiro. Chegamos na hora certa com um importante diferencial competitivo: tecnologia aliada a um preço disruptivo”, contou Levy, à época.
Em resumo: uma soma de fatores que levou a startup catarinense, em poucos anos, à condição de uma das empresas mais inovadoras do planeta na área de segurança de transportes de valores do mundo.
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