14ª edição da Conferência da Anpei discutirá novos ecossistemas para mudar a inovação no país
Até a década de 1990 era comum que as empresas brasileiras estruturassem seus centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) dissociados das demais áreas. Parcerias externas, então, eram raras. Nos últimos anos, porém, a forma com que as empresas de ponta inovam vem mudando radicalmente. A atividade passou a estar atrelada à composição da tecnologia com o modelo de negócio adequado.
Até a década de 1990 era comum que as empresas brasileiras estruturassem seus centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) dissociados das demais áreas. Parcerias externas, então, eram raras. Nos últimos anos, porém, a forma com que as empresas de ponta inovam vem mudando radicalmente. A atividade passou a estar atrelada à composição da tecnologia com o modelo de negócio adequado. E os parceiros externos, como fornecedores, clientes, universidades e institutos de pesquisa, assumiram papel fundamental assim como todas as possibilidades de interação com eles, como open innovation, parcerias tecnológicas, corporate venture, venture capital e consórcios.
É essa nova tendência da inovação que norteará as discussões da 14ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica – o maior e mais tradicional evento sobre inovação do País. A Conferência, que acontece nos dias 28 e 29 de abril de 2014, no ExpoCenter Norte, em São Paulo, é promovida pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e conta com apoios importantes como os do Sebrae, Senai, Fiesp, Fapesp e Investe São Paulo entre outros.
Segundo o presidente da Anpei, Carlos Calmanovici, o evento terá foco numa agenda mais econômica, de gestão da inovação voltada para a competitividade. Daí a escolha do tema central: InovaAção – Modelos de Negócios Competitivos. “É um momento de maturidade da Associação, e a Conferência de São Paulo representa também, de certa forma, a evolução do processo histórico da inovação no Brasil”, afirma ele, lembrando que em 2014 a entidade comemorará 30 anos de existência.
A programação indica a importância da inovação na agenda econômica e contará com especialistas internacionais em inovação, apresentação de cases de sucesso de empresas, painéis para discussão de políticas públicas e de mecanismos de estímulo à inovação, e apresentação dos resultados dos Comitês Temáticos da Anpei, que trabalham para mapear as melhores práticas em assuntos relevantes para inovação, como gestão da propriedade intelectual, gestão de centros de P&D, inovação em serviços, entre outros.
Cadeias de valor – As discussões do evento contemplarão a inovação no seu conceito mais amplo, que inclui, além da inovação em produtos, serviços e processos, a inovação em marketing e organizacional. “A inovação só funciona quando é suportada por um modelo de negócio estruturado de forma a fazer convergir as competências da empresa”, ressalta Calmonovici. Da mesma forma, não é mais possível explorar todo o potencial da P&D sem uma rede de cooperação adequada. É sob este prisma que despontam os novos modelos de interação com parceiros. “São ecossistemas diferenciados que estão em plena formação no Brasil e que mudarão a forma de fazer inovação nos próximos anos. Estamos vivendo um momento importante de transição”, afirma.
Um exemplo são as parcerias entre empresas. Elas aceleram o desenvolvimento das cadeias produtivas e consequentemente a competitividade das empresas, especialmente das pequenas. “Estimular a aproximação entre pequenas, médias e grandes empresas, encorajando a inovação, é criar valor em toda cadeia”, destaca Calmanovici. Nesse contexto, as startups, pequenas empresas de base tecnológica, com alto potencial empreendedor e, geralmente, com modelos inovadores de negócios, podem gerar um movimento extremamente positivo na sociedade.
Segundo Igor Santiago, diretor da I-Systems, uma startup da região de Campinas, e que integra o Comitê Técnico do evento, as parcerias das startups com outras empresas é vantajosa para todos. “A grande empresa, por exemplo, pode inovar com riscos e custos relativamente baixos, porque uma startup vem com conhecimento pronto ou quase pronto para ser encaixado no seu processo produtivo ou no modelo de negócio. E a startup porque tem acesso a grandes clientes, o que gera credibilidade, confiança, novos clientes e receita”, explica.
Ele lembra que as startups foram um dos principais vetores de crescimento da economia dos Estados Unidos nos últimos 30 anos. “São empresas com capacidade para gerar crescimento e ganhos de competitividade rapidamente”, destaca.