Ao levar cultura de dados para o RH das empresas, startup Feedz cresceu 350% no ano de 2020
A visão de que o setor de Recursos Humanos das organizações precisaria migrar para um modelo data driven (guiado por dados) para tomada de decisões foi o impulso que motivou, em 2018, a criação da Feedz, uma startup que desenvolve plataforma de análise de desempenho e engajamento de colaboradores.
Se o mercado estava começando a entender a necessidade de novas ferramentas para qualificar o trabalho dos RHs, a pandemia praticamente obrigou os gestores de pessoas a buscarem inovações para uma nova realidade de trabalho, à distância. “O que era importante para as empresas (o uso analítico de dados para Recursos Humanos) se tornou indispensável durante a pandemia e o isolamento social”, reflete o diretor de Marketing Gabriel Leite, cofundador da Feedz ao lado do CEO Bruno Machado Soares (CEO) e da sócia e Diretora Comercial Rafaela Cechinel.
A urgência dos RHs se traduziu em negócios para a startup com sede em Florianópolis: após fechar o segundo ano de fundação (2019) com uma receita de R$ 500 mil, a empresa cresceu 350% em 2020, com faturamento de R$ 2,6 milhões e um time três vezes maior: 46 pessoas numa equipe que iniciou o ano passado com 16.
É claro que a Feedz não passou incólume pelos primeiros meses de isolamento social e paralisação no mercado. “Tivemos que desligar seis pessoas no começo da pandemia, mas retomamos as contratações no segundo semestre e até agora não paramos”, lembra Gabriel. Em volume de clientes, o portfólio cresceu 220%, com 290 empresas utilizando as soluções da startup – entre elas o Reclame Aqui, Dotz, Superlógica, Grupo Nexxera e o E-commerce Brasil.
A saída para superar a turbulência foi reduzir temporariamente a receita de clientes e fortalecer o desenvolvimento de novos serviços na plataforma. No auge da crise, a startup previa uma queda de 50% na receita, mas o resultado final foi um churn de 10%. A retomada aconteceu a partir de junho, com um recorde de vendas. Como destaca o diretor de marketing, “o trabalho remoto deixou os gestores e os RHs ‘cegos’ e eles precisaram de apoio tecnológico“.
Neste meio tempo, a empresa lançou features como um aplicativo para Android (o iOS deve sair em 2021), API para integração de dados, ferramentas para reuniões individuais (as “one on one”) e ouvidoria, além de conteúdos gratuitos sobre gestão de pessoas e modelos de desempenho (FeedzEduca), uma comunidade para profissionais do setor (Clube RH) e eventos online.
Para 2021, o foco é abrir um braço de serviços, oferecendo consultorias em metodologias como OKRs (objetivos e resultados-chave) e RH, ampliar o investimento em marketing e dobrar o faturamento. Por enquanto, nada de investimento externo – o bom resultado de 2020 garantiu o caixa para os próximos movimentos.
“O mercado de RH está num momento semelhante ao do marketing do início da década passada. Agora vivemos uma transição, em que os departamentos de pessoal estão olhando dados como uma parte da cultura organizacional, de tomar decisões a partir de indicadores. E estamos tangibilizando o valor disso para as equipes – e as empresas”, conclui Gabriel.
*por Redação SC Inova – FONTE: SC Inova