Apex e Brasscom divulgam detalhes de projeto de exportação de TI
A meta do projeto é sair de exportações de serviços de TI de cerca de US$ 840 milhões em 2008, para US$ 1,3 bilhão em 2009 e US$ 2,5 bilhões em 2010. Para isso, serão realizadas atividades como branding, relações públicas internacional, campanha internacional de mídia, participação em eventos mundiais, vinda de analistas e especialistas do setor ao País, entre outras. As iniciativas devem gerar pelo menos 45 mil novos empregos até 2010.
O objetivo é desenvolver a imagem do setor de TI no exterior, buscando consolidar o País como uma opção para outsourcing (terceirização) de serviços de tecnologia no mundo. Por meio de um forte trabalho de marca, geração de negócios e marketing direto, pretende-se conquistar o posicionamento do Brasil como um dos três grandes centros estratégicos de ITO/BPO (Information Technology Outsourcing/Business Process Outsourcing, ou Terceirização de Tecnologias da Informação/Terceirização de Processos de Negócio) no mundo.
"O que se espera deste acordo não é apenas o aumento das exportações, que certamente virá. Queremos mais do que isso: queremos promover e posicionar o setor de TI brasileiro no mercado internacional. Este setor é extremamente dinâmico e, mesmo com a crise, terá um crescimento. Apostamos nesta área como um pilar central da Política de Desenvolvimento Produtivo do Governo brasileiro", afirmou Alessandro Teixeira, presidente da Apex-Brasil.
Ele destacou o grande potencial de crescimento: "O Brasil começou a trabalhar sua imagem internacional no setor há apenas cinco anos, o que é pouco tempo. Apesar disso, já estamos registrando bons resultados. Tenho confiança nas empresas brasileiras e no fato de que o Brasil é um dos países mais atraentes para investimentos nesta área. Neste momento de crise internacional, as grandes corporações multinacionais procuram alternativas para a redução de custos de desenvolvimento de software e serviços, e voltam seus olhos para os mercados emergentes com diferenciais competitivos de custo total e qualidade. Isto cria uma oportunidade que será aproveitada pelo projeto, ao fortalecer a percepção do Brasil como uma das potências mundiais de offshore outsourcing (terceirização fora do país de origem) e uma alternativa viável a ofertas como a da Índia".
Para o presidente da Brasscom, Antônio Gil, o Governo e o setor privado sinalizam, com este convênio, que TI está no topo da agenda do País. "O Brasil é bom em TI e está no jogo global dos serviços de TIC para fazer a diferença", diz Gil. "O atual cenário global traz grandes vantagens ao Brasil, que tem uma economia mais bem preparada para absorver os impactos da crise e dar uma efetiva contribuição à economia global. A forte desvalorização do real frente ao dólar favoreceu as exportações brasileiras, aumentou a entrada de capital estrangeiro no País e impulsionou a economia. A baixa incidência de conflitos étnicos ou terrorismo e a estabilidade política e econômica do Brasil tornam-no a principal opção para o mercado global de TI", completa.
Mercado em crescimento
O Brasil é hoje o oitavo maior mercado interno de TI no mundo e referência global em serviços financeiros e e-government. O convênio entre a Apex-Brasil e a Brasscom se insere dentro das perspectivas do Governo brasileiro que pretendem fazer do País a principal alternativa ao mercado indiano.
Segundo estimativas da AT Kearney, em 2009, o setor de ITO/BPO deverá faturar US$ 1,27 trilhão em todo o mundo. Os serviços de offshore outsourcing serão um dos motores de aceleração desse mercado, devendo movimentar cerca de US$ 84 bilhões, com a intensa taxa de crescimento de 20% ao ano. Estima-se, para 2010, um volume de negócios por volta de US$ 101 bilhões.
Esta iniciativa soma-se a outros dois projetos de apoio a micro, pequenas e médias empresas de software e serviços correlatos que a Apex-Brasil executa em parceria com a Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) e a Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Apex-Brasil e parceiros investem R$ 29 milhões em alta tecnologia
Além do projeto com a Brasscom, a Apex-Brasil tem outros dois novos projetos para promover a exportação brasileira em setores que trabalham com alta tecnologia. "Neste momento de crise, acreditamos que é oportuno investir em setores que trabalham com produtos de alto valor agregado e que têm condições de conquistar espaços no mercado mundial", aponta Alessandro Teixeira, presidente da Apex-Brasil.
A agência estabeleceu, em dezembro do ano passado, um convênio com a Anprotec no valor de R$ 6 milhões para preparar as empresas de parques tecnológicos e incubadoras para a exportação. E com a Fundação Biominas, o projeto de R$ 9 milhões, também acertado em dezembro, objetiva promover as exportações das empresas brasileiras de biotecnologia.