Brasil tem US$ 10 bilhões disponíveis para inovação
Os fundos de private equity e venture capital possuem cerca de 10 bilhões de dólares para investir no Brasil. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), Sidney Chameh, o montante está reservado para empresas brasileiras de qualquer setor, desde que apresentem bons fundamentos e projetos consistentes.
Os fundos de private equity e venture capital possuem cerca de 10 bilhões de dólares para investir no Brasil. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), Sidney Chameh, o montante está reservado para empresas brasileiras de qualquer setor, desde que apresentem bons fundamentos e projetos consistentes.
Essas modalidades de investimento buscam empresas inovadoras que possuem boa perspectiva de crescimento. No ano passado, quando a agência de classificação de risco Standard & Poor’s concedeu grau de investimento ao Brasil, indicando que o País é um “bom pagador”, a expectativa sobre o aumento desse tipo de investimento aumentou bastante, euforia que logo foi aplacada com a crise financeira mundial.
De acordo com Chameh, em junho do ano passado, os fundos estavam com 27 bilhões de dólares para investir no País. A quebradeira de bancos e a recessão global, que se intensificou a partir de setembro, acabaram freando as iniciativas. Atualmente, não existe expectativa de maior fuga de capital, nem de novos compromissos. De qualquer forma, os 10 bilhões de dólares são suficientes para atender a demanda de projetos. “Não vão faltar recursos”, afirma o vice-presidente.
Tradicionalmente inovador, o setor de tecnologia é um dos que mais pode se beneficiar desse dinheiro, e empresas como a IBM e a fabricante de chips Intel buscam fazer exatamente isso, de formas distintas. A primeira anunciou, na semana passada, uma série de iniciativas para aproximar fundos de investimentos de empresas parceiras da companhia. O objetivo é criar condições para que inovadores tenham um canal onde possam conhecer investidores, que, por sua vez, aumentam a segurança do investimento com o aval da empresa.
Para a vice-presidente de estratégia e diretora do grupo de venture capital da IBM, Claudia Fan Munce, o Brasil apresenta um bom potencial de crescimento do mercado, o que faz do País uma escolha natural para investir. O foco principal da IBM está em empresas que desenvolvam sistemas de análise e inteligência de negócios. A ideia é selecionar alguns projetos e auxiliar na busca por investimentos. Além disso, a empresa também lançou a versão em português do IBM developerWorks, site que oferece ferramentas e treinamento para desenvolvedores.
A Intel atua na área de venture capital no Brasil há mais tempo, por meio da Intel Capital, braço de investimento de risco da empresa. Atualmente, a fabricante investe em oito empresas no País. Segundo Fabio de Paula, diretor da Intel Capital na América Latina, a crise não afetou o volume de investimentos que a companhia pretende fazer, apenas dificultou a análise dos negócios.
Com os problemas do mercado financeiro, muitas empresas não conseguiram manter a expectativa de crescimento que tinham antes do estouro da crise. Para os investidores em geral, o fato criou uma insegurança maior, levando à suspensão dos aportes, que devem voltar a ser realizados agora. “Continuamos buscando oportunidades”, afirma o executivo.
Mesmo com os 10 bilhões de dólares disponíveis é improvável neste momento que os investidores arrisquem muito. “As empresas estão fazendo análises mais cautelosas”, diz Chameh, da ABVCAP. Para conseguir os recursos, os postulantes devem ter um projeto bem feito e com bons fundamentos. Existe ainda, para o setor de tecnologia, a concorrência de outros segmentos com boas perspectivas, como o de construção. Leva vantagem, ainda, quem atua no mercado local.
Outro problema brasileiro está na proteção à propriedade intelectual. Segundo Claudia, da IBM, a situação melhorou nos últimos anos, mas o governo precisa tomar medidas mais duras contra a pirataria. A IBM busca conversar com os órgãos responsáveis e conta com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), entidade vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia que financia a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas e universidades.
Site Computerworld