CNI lança ação de incentivo à inovação com apoio do BNDES
Para o presidente da CNI, Armando Monteiro, a crise econômica vai exigir que as empresas se tornem cada vez mais competitivas e daí a necessidade de incentivar o investimento em inovação. Segundo ele, o Brasil já tem uma série de desvantagens competitivas, nas áreas tributária, de logística e de captação de recursos, e as dificuldades vão aumentar se não for dada a devida importância à inovação.
“Nós temos que trabalhar nessas duas agendas. Tanto na correção dos problemas que remanescem como no incentivo à inovação”, diz Monteiro.
As empresas ainda investem muito pouco em inovação, apesar de já existirem linhas de financiamento com incentivos fiscais. O programa de inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), por exemplo, só conseguiu atrair 130 empresas em 2006 e 291 em 2007. Já o BNDES só tem 232 empresas na carteira.
“Para o tamanho do Brasil, esses números são desprezíveis”, diz Pedro Wongtschowski, presidente do grupo Ultra e um dos membros do novo movimento criado pela CNI.
A CNI já realizou até agora três reuniões em São Paulo. A última foi nesta sexta-feira (26/06). Luciano Coutinho, presidente do BNDES, participou de todos os encontros e tem sido também um dos grandes incentivadores dessa nova frente. Ontem, por exemplo, ele disse que o governo deve anunciar novas medidas voltadas para a inovação. Entre elas, o uso do cartão BNDES para esse fim.
Esses encontros tem recebido pesos pesados como Jorge Gerdau (grupo Gerdau), Josué Gomes da Silva (Coteminas e Iedi), Cledorvino Belini (Fiat) e Bernardo Gradin (Braskem).
Em julho, o grupo vai promover novas reuniões para discutir uma estratégia para estimular as empresas a investirem em inovação. As propostas serão apresentadas no Congresso de Inovação, que será realizado em 19 de agosto, em São Paulo, quando será extraído um manifesto pela inovação a ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Armando Monteiro quer criar no Brasil uma mobilização em torno da inovação semelhante a que ocorreu nos anos 90 com os movimentos empresariais pela qualidade e produtividade.
Folha de S.Paulo