Conexões do ecossistema ganham destaque no 3º Encontro da Rede Catarinense de Centros de Inovação
“Conectar para inovar” foi o lema do 3º Encontro da Rede Catarinense de Centros de Inovação, na última sexta-feira, 1º de outubro de 2021. O evento, sediado pelo Ágora Tech Park, apresentou o ecossistema de inovação de Joinville para os 15 centros espalhados por Santa Catarina. Cada região do estado teve a oportunidade de compartilhar seus programas, projetos e ações desenvolvidos em ciência, tecnologia e empreendedorismo, além de mapear desafios e potencialidades da área.
Atualmente, a inovação é um dos principais vetores do desenvolvimento econômico e sustentável catarinense. Isso acontece porque universidades, empresas e o poder político encontram-se alinhados em prol de avanços e soluções aos desafios do mercado de trabalho. Criada em 2015, a Rede Catarinense de Centros de Inovação é uma ação conjunta entre o Governo de Santa Catarina e demais atores do ecossistema de inovação. Investe em empreendedorismo, gera conexões entre pessoas e ideias, promove o desenvolvimento de habilidades e fomenta a produção de conhecimento e tecnologia.
Como elos dessa corrente, vários gestores, consultores e colaboradores de entidades ligadas à Rede prestigiaram o Encontro. Na abertura, Jean Vogel, Diretor-Executivo do Ágora Tech Park, deu as boas-vindas a todos os visitantes e apresentou o local: um parque tecnológico com mais de 14 mil metros quadrados, construídos em três prédios. Adriano Silva, Prefeito de Joinville, apontou a visão da administração pública municipal sobre a urgência de iniciativas legislativas que facilitem a inovação. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Zabot Holthausen; e a Diretoria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE/SC) também discursaram na ocasião.
Mais de 30 empresas do ecossistema do Espírito Santo buscaram integração e parcerias na visita ao Ágora. Ainda na grade de apresentações, o público pôde conhecer um pouco do papel do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) frente à inovação local. A incubadora Softville também marcou presença, celebrando seus 25 anos de história na promoção de negócios e no desenvolvimento de startups.
Uma Santa Catarina tecnológica
Representando o ecossistema tecnológico em SC, a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) foi destaque, através de seu presidente, Iomani Engelmann, além de uma comitiva composta por parte do time executivo da entidade e da equipe do LinkLab. Somente no primeiro quadrimestre de 2021, mais de 5 bilhões de reais foram investidos no setor e 5 mil vagas de emprego foram abertas, segundo dados da própria organização, apresentados no evento. A ACATE tem papel central nesse crescimento.
Em 1985, um ano antes da ACATE ser criada — e lançar as bases para um movimento que revolucionaria a economia estadual três décadas depois —, o cenário catarinense possuía pouco mais de 1,5 mil especialistas em tecnologia. Em 2019, Santa Catarina se consolidou como a quarta maior potência tecnológica no Brasil, ultrapassando Minas Gerais e Rio de Janeiro.
No entanto, esse “boom” na inovação, por ser um fenômeno bastante recente, vem acontecendo de maneira desigual. Atualmente, o estado está em um processo de interiorização tecnológica. Isto é, a tecnologia, aos poucos, tem deixado de ser um privilégio de grandes centros urbanos para se tornar realidade em todo o território. A democratização da tecnologia no estado tem impulsionado, igualmente, a diversificação de atores e ideias.
Iomani Engelmann acompanha de perto essas transformações e enxerga o processo com bons olhos. “Santa Catarina já é reconhecida a nível nacional por aquilo que fazemos. Colocá-la no radar global, enquanto referência em tecnologia e inovação, significa fortalecer conexões, criar parcerias, trocar experiências e integrar iniciativas de todas as regiões”.
Nesse contexto de expansão de infraestrutura e conhecimento, a ACATE inaugurou mais nove polos regionais, incluindo a parceria com a Softville, no Ágora. Segundo o presidente, a organização se esforça agora para se adaptar à nova fase enquanto entidade estadual e plural. “Nos 35 anos de Associação, observamos que um ambiente inovador só tem força quando todos trabalham unidos. É nesse ponto que surge o nosso compromisso de tornar a ACATE atuante em todo o ecossistema catarinense”, declara Iomani.
Polo Joinville
Credenciado à Rede Catarinense, o Centro de Inovação Ágora Hub, em Joinville, foi construído para ser um ambiente interativo, colaborativo e sustentável, ideal para integrar atores do ecossistema de inovação, empreendedorismo e tecnologia. “O Ágora, enquanto organismo físico e conceitual, não visa desenvolver e operar projetos por ele mesmo”, explica o diretor Jean Vogel. “Nosso propósito é encontrar meios de organizar, com atores já existentes a nível local, regional, nacional e internacional, iniciativas que possam promover e operar uma ação”.
Um exemplo disso foi a adesão de um programa de incubação de empreendimentos no espaço. “Nós queríamos ter uma incubadora, mas não tínhamos expertise para tal. Então, articulamos a Softville, que já possuía pessoas com know how local, e a metodologia MIDITEC, gerida pela ACATE e mantida pelo SEBRAE, com o nosso ambiente de conexão”.
Criada em 1998, em Florianópolis, a metodologia MIDITEC/ACATE, destinada a preparar startups desde a fase validação até a fase de escala, é cinco vezes eleita a melhor incubadora do país e reconhecida como uma das cinco melhores do mundo pelo Prêmio UBI Global. Foi implementada na Softville em janeiro de 2021. “Nossa estrutura foi idealizada não somente para desenvolver o celeiro local de inovação, mas também estabelecer conexões com todo o ecossistema. Isso inclui a parceria com o Polo Florianópolis. Queremos ser um Centro competitivo, sem competir por espaço”.
O Ágora está instalado dentro do Perini Business Park, o maior parque empresarial multissetorial da América do Sul, responsável por mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) de Joinville. A cidade mais populosa de Santa Catarina ocupa o sétimo lugar entre os principais polos de tecnologia do Brasil com relação ao faturamento médio das empresas do setor.