Ecossistema tecnológico de SC pode ser exemplo para o Brasil, diz representante da ABES
O nível de investimento em software mede o grau de maturidade de um país. O raciocínio foi feito por Jorge Sukarie, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), que participou na noite de quinta-feira (21) da primeira edição do Corporate Talks, evento realizado pelo empreendimento Corporate Park.
O nível de investimento em software mede o grau de maturidade de um país. O raciocínio foi feito por Jorge Sukarie, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), que participou na noite de quinta-feira (21) da primeira edição do Corporate Talks, evento realizado pelo empreendimento Corporate Park. Na América Latina, o Brasil é o país que mais realiza investimentos – cerca de U$ 38 bilhões em software, hardware e serviços. No estudo, apresentado pela associação, o Sul do país fica em segundo lugar (13%) em investimentos na área de TI em relação às outras regiões, atrás somente do Sudeste, com 61%.
Em parâmetros globais, nos últimos anos o Brasil reduziu os investimentos em software, hardware e serviços, mas o especialista é otimista em relação aos números. “Ano de 2018 é de recuperação. As empresas não tem mais como postergar a decisão de investimento em transformação digital”, afirma o representante da ABES. “Quem não se planejar para isso está fora do mercado” reforça.
César Monteiro, gerente de Estratégia e Oferta para Manufatura da TOTVS, uma das maiores empresas de software do país, compartilhou da mesma opinião do especialista, em palestra no Corporate Talks. Segundo Monteiro, entre 2006 e 2016 o índice de produtividade da indústria brasileira caiu 7%. Em seu discurso sobre a Indústria 4.0, bandeira de defesa do executivo, ele ressaltou que é preciso acender o alerta, uma vez que 10% do PIB brasileiro é representado pela indústria.
Na opinião de Monteiro, os maiores desafios da indústria na era da digitalização e automação dos processos é a capacidade humana para se adaptar ao novo formato. “Para isso, as universidades e cursos de tecnologia precisarão adaptar sua grade curricular ao novo modelo”, defende. Segundo ele, a indústria 4.0 não é mais uma perspectiva de futuro, mas uma realidade.
Ecossistema de Santa Catarina
Sukarie afirmou em seu discurso sobre o mercado brasileiro de software, que um dos maiores desafios para a fase atual do cenário de tecnologia é a mão de obra qualificada. Segundo ele, Santa Catarina tem grande destaque neste quesito, além de outros fatores, como qualidade de vida e um ecossistema forte. “Santa Catarina pode ser um exemplo para o Brasil”, observa.
No evento, Daniel Leipnitz, presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), reforçou a importância de um ambiente que proporcione às empresas a sinergia, a troca de ideias e experiências. Ele deu como exemplo o Corporate Park, que construiu há quase 10 anos uma infraestrutura que atende às especificidades desse segmento e reúne em um mesmo local dezenas de empresas de tecnologia. “Um dos destaques do nosso ambiente de empreendedorismo de Florianópolis é a presença de microecossistemas de inovação, em cada parque, condomínio e empreendimento, como é o caso do Corporate Park. Nele as empresas encontram todos os aspectos necessários para inovar, estando próximas umas às outras”, destacou.
Corporate Talks
Esta foi a primeira edição do evento, patrocinado pela Paradigma, com apoio da ACATE e ABES e promovido pelo Corporate Park, um dos principais empreendimentos de Santa Catarina voltado para empresas de tecnologia. Segundo Felipe Didoné, diretor da Rá Incorporações e do Corporate Park, a expectativa é que novas edições do Talks aconteçam ainda neste ano. "Queremos trazer para o nosso empreendimento oportunidades de se discutir e debater as tendências tecnológicas que nossas empresas já são protagonistas com casos de sucesso", destacou Didoné.
A infraestrutura do Corporate Park conta com 25.000m² compostos por salas moduláveis de 70 à 800m², estacionamento com 400 vagas, espaços de convivência e projeto paisagístico arborizado e humanizado. O Corporate Park recebe atualmente cerca de 700 colaboradores de 50 empresas, entre elas Cianet, Seventh, Delínea, Pixeon, DOT Digital Group, CB&I, Gestão OPME, Ciaporte, Wplex e Paradigma.