Em nove anos, parques tecnológicos receberam R$ 1,3 bilhão
Os dados são parte de uma pesquisa concluída em dezembro do ano passado pela Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), que mostra também que as 520 empresas instaladas em 25 parques tecnológicos em operação no País contam com 26.233 postos de trabalho. Mais da metade deles, cerca de 14.300, têm curso superior e, destes, 7.000 são pós-graduados.
José Eduardo Fiates, coordenador do estudo, faz uma conta simples para comprovar a eficiência de se investir em parques tecnológicos. "Se você pegar os recursos totais e dividir pelo número de empregados, você tem 50.000 reais de investimento para gerar um emprego, que é valor bastante baixo se comparado a outros setores. A taxa está dentro dos padrões mundiais de países considerados referência", afirma.
De acordo com a pesquisa, as empresas instaladas em parques tecnológicos em operação no Brasil geraram uma receita de aproximadamente 1,68 bilhão de reais em 2007, além de volumes de exportação de 116 milhões de reais e 119 milhões de reais em impostos.
A análise foi realizada com o objetivo de estabelecer um planejamento para os 74 parques tecnológicos brasileiros, dos quais 32 estão em fase de projeto e outros 17 na etapa de implantação. "Chama a atenção o volume de empresas instaladas, faturando e gerando empregos estabelecidos", destaca o coordenador.
A maioria dos negócios instalados nos parques, 248, tem faturamento anual de até 500.000 reais e outros 119 contabilizam receita de até 1 milhão de reais por ano. Para Fiates, a concentração de pequenas empresas nos parques tecnológicos é um fenômeno mundial e esperado, uma vez que muitas delas são recém-saídas ou estão em incubadoras de empresas, presentes em todos os parques nacionais. "Eles são um ambiente adequado para receber empresas inovadoras", pondera.
Metade das empresas é de TI
O setor de TI é um dos mais estimulados pelos parques tecnológicos, respondendo por 250 empresas instaladas, com a geração de 5.000 postos de trabalho. Para o coordenador do estudo, a presença maciça de companhias do setor de Tecnologia da Informação justifica-se pelas políticas públicas de incentivo instauradas nos últimos anos que favoreceram a criação de empresas do segmento.
Além disso, ressalta Fiates, o segmento de TI experimentou um expressivo crescimento nos últimos anos e os negócios na área dispensam grandes investimentos em infra-estrutura, ao contrário de nanotecnologia e biotecnologia, por exemplo.
O coordenador da pesquisa diz que o grande desafio para ampliar os resultados dos parques tecnológicos brasileiros é sistematizar o recebimento de investimentos, estabelecendo um paralelo entre a estratégia dos parques e de desenvolvimento tecnológico do País. "Não é uma questão de aplicar mais recursos, mas de orquestrar melhor a aplicação deles", defende.