Empresa de inovação da CNI terá capital privado
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, anunciou na última sexta-feira (17), que a constituição de uma empresa de pesquisa e inovação tecnológica para a indústria, nos moldes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), deverá ter capital privado.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, anunciou na última sexta-feira (17), que a constituição de uma empresa de pesquisa e inovação tecnológica para a indústria, nos moldes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), deverá ter capital privado.
“O investimento não é muito grande, é palatável para o setor. Talvez seja uma empresa criada com capital entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões”, afirmou Andrade, ao final da reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), no escritório da CNI em São Paulo, que teve a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e de cerca de 80 empresários.
Para Robson Braga da Andrade, o setor industrial tem pressa na constituição do novo organismo. “No segundo semestre tem de estar funcionando, porque temos um sentido de urgência muito grande. Essas ações têm de ser imediatas”, enfatizou.
De acordo com o ministro Aloizio Mercadante, a empresa não será criada do nada. “Ela aproveitará os laboratórios e centros de apoio tecnológico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Senai, e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, o IPT, entre outros”, explicou. Lembrou que seu ministério reconhece três centros do Senai como de excelência, pelo alto desempenho.
A nova empresa, que deverá ser uma parceria entre o governo e o setor privado, terá o objetivo de dar suporte à pequena e média empresa para que tenha a inovação como estratégia de desenvolvimento de negócios. A “Embrapi”, como tem sido chamada (ainda não há nome oficial), direcionará os recursos para inovação. “O importante é que ela tenha a capacidade de fazer gestão de fundos setoriais e privados que estejam interessados no investimento em empresas inovadoras. Esses fundos teriam valores muito mais elevados do que o aporte inicial”, completou o presidente da CNI.
Segundo Robson Braga de Andrade, o governo participaria da empresa para dar diretrizes. “O governo pode participar do planejamento dos investimentos. Podemos ter uma espécie de golden share para o governo, para colocar a visão do Estado em questões fundamentais de política de desenvolvimento e ter a participação da iniciativa privada”, disse. Mercadante antecipou que a iniciativa privada terá mais participantes na gestão, mas o governo exercerá poder de veto.
O ministro da Ciência e Tecnologia revelou ainda que a empresa de pesquisa e inovação tecnológica da indústria deverá firmar parceria com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, um dos maiores centros tecnológicos do mundo, para atender a demanda de inovação no setor.
A MEI é um programa coordenado pela CNI que tem como principal objetivo duplicar o número de empresas inovadoras no país, que era de pouco mais de 40 mil em 2008, último dado oficial disponível. Desde sua criação, há três anos, a MEI tem realizado interlocução mais rápida e fácil entre empresas e governo.
Nacionalização
Robson Braga de Andrade apoiou a intenção do governo, expressa pelo ministro da Ciência e Tecnologia, de condicionar eventuais incentivos fiscais para inovação e também para a produção na indústria à nacionalização de conteúdo.
“É uma visão de que, se a União coloca recursos de incentivos, sejam fiscais, tributários ou de crédito, no desenvolvimento de setores produtivos, é preciso que esses setores estejam também comprometidos com a geração de emprego, de renda e de investimentos no país. É um caminho correto e que no mundo inteiro é adotado”, resumiu o presidente da CNI.
Internacionalização
Robson Braga também anunciou hoje que a CNI criará, em breve, um conselho temático dedicado a internacionalização das empresas brasileiras. A iniciativa teve amplo apoio dos empresários e do ministro Mercadante.
O conselho será um fórum de debates e de troca de experiências entre os dirigentes empresariais de vários setores. Irá elaborar estudos e orientará a ação da CNI sobre o tema. “Tenho certeza de que criaremos um intercâmbio muito proveitoso de informações entre empresas que estão se internacionalizando ou que pretendam operar no exterior”, afirmou Andrade.
Será o 13º conselho temático da CNI. Os conselhos integram um amplo processo de participação na construção das posições da instituição, reunindo regularmente para debater as questões dos diversos setores industriais dirigentes de federações de indústria e de entidades empresariais. Os conselhos abrangem temas que vão do meio ambiente às relações de trabalho, passando por infraestrutura, integração nacional, agroindústria, responsabilidade social, educação, desenvolvimento tecnológico, entre outros.
A relação entre a internacionalização de empresas e inovação foi justamente o assunto central da reunião da MEI, que ocorre a cada dois meses. Outros temas discutidos nesta sexta-feira, foram a necessidade de melhorar a qualificação da mão de obra e de agilizar o sistema brasileiro de propriedade intelectual.
Participaram da reunião, entre outros empresários, Frederico Curado (Embraer), Pedro Passos (Natura), Horácio Lafer Piva (Klabin) e José Rubens de La Rosa (Marcopolo). Estiverem presentes, ainda, o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Jorge Dávila, e o vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) João Carlos Ferraz.
A MEI é um programa coordenado pela CNI que tem como principal objetivo duplicar o número de empresas inovadoras no país, que era de pouco mais de 40 mil em 2008, último dado oficial disponível. Desde sua criação, em 2008, a MEI tem realizado interlocução mais rápida e fácil entre empresas e governo.
Assessoria de imprensa do Ministério da Ciência e Tecnologia