Especializada no monitoramento de ameaças florestais, startup Quiron recebe aporte de R$ 750 mil
Especializada no monitoramento remoto de ameaças florestais, utilizando tecnologias para predição de incêndios e sanidade florestal, a startup Quiron, com sede em Lages (SC), recebeu nesta semana aporte de R$ 750 mil de investidores da Anjos do Brasil, que será utilizado para pesquisa e desenvolvimento da plataforma.
“Vamos estruturar nossa equipe de produção, além do setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Precisaremos de mais profissionais que tenham mais conhecimentos nas áreas florestal, programação e geoprocessamento, além de aperfeiçoar os produtos que já temos e desenvolver outras automações”, detalha o CEO Gil Pletsch.
Fundada em 2018, a startup está incubada no Órion Parque, centro de inovação com sede em Lages. No mesmo ano, foi selecionada para o programa Sinapse da Inovação, iniciativa do Governo do Estado via Fapesc, participou do programa de inovação florestal Forest Insight, da Universidade Federal de Viçosa (MG), da aceleradora InovAtiva Brasil e foi a única do país no Salto Growth New Norm – promovido por fundadores de startups da Estônia, em 2020.
A possibilidade da Quiron receber o investimento anjo foi viabilizada pela Rede de Investimentos Anjo (RIA), uma iniciativa conjunta da Anjos do Brasil e da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). que aproxima pessoas físicas que querem investir em startups a empreendedores que desenvolvem produtos e serviços com potencial de crescimento em escala. Na visão de Celso Sensini, investidor líder desta rodada, “enxergamos, após extensa avaliação da empresa, um ótimo potencial no setor florestal, não apenas no Brasil mas em diversos países do mundo, como Estados Unidos, Europa e Austrália. É um segmento com muitas oportunidades”.
“Nós recebemos o contato deles, e dois dias depois, o pitch foi apresentado a mais de 80 investidores da Anjos do Brasil. Na sequência, mais de 30 demonstraram interesse”, lembra Diogo Machado, responsável pelos novos negócios da Quiron. Segundo ele, a startup é uma das únicas no país e poucas no mundo com atuação voltada exclusivamente para o setor florestal, um segmento com grande demanda por inovações. Existem várias startups para o agro tradicional, com um mercado mais consolidado, mas com foco em floresta, com algoritmos e sensoreamento via satélite, são poucas”, ressalta.
Fundadores da Quiron: impulso da Rede de Investidores Anjo (RIA SC) da Acate para captação de recursos com a Anjos do Brasil. / Foto: Divulgação
MONITORAMENTO REMOTO PODE MITIGAR PRAGAS, DOENÇAS E INCÊNCIOS NAS FLORESTAS
A tecnologia desenvolvida, via monitoramento remoto, permite mitigar perdas com ameaças florestais, como pragas, doenças e incêndios. Por meio de algoritmos próprios, é possível analisar grandes extensões de terras e identificar áreas de ataque de pragas e doenças em florestas plantadas e também identificar áreas com maior risco de ignição de incêndios florestais. A empresa tem parcerias para obter dados de satélites e nanossatélites, colocando todas essas variáveis dentro dos seus modelos. Dessa forma, empresas florestais, de celulose e outros territórios podem monitorar ameaças de uma forma totalmente remota, dando às equipes de campo maiores subsídios na tomada de decisão.
Além de Gil e Diogo, a startup ainda conta com a ajuda de Marcos Benedito Schimalski, professor de Engenharia Florestal da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em Lages. No total, são quatro fundadores diretamente envolvidos com a Quiron e a expectativa é de que até o final do ano cerca de 15 pessoas integrem o time.
“O recurso será importante também para expandirmos nosso desenvolvimento de mercado, criar a estrutura de máquina de vendas, enfim, toda parte de pré-venda, fechamento de vendas e relacionamento”, salienta Gil. Hoje, a empresa possui clientes ativos no Brasil e Portugal, mas já mira outros mercados potenciais, como Estados Unidos e Europa.
Na avaliação dos empreendedores e de lideranças da região serrana em Santa Catarina, o investimento será também um estímulo aos empreendedores locais. “Para o ecossistema, esse aporte é um marco, porque é a primeira startup que vai receber esse montante em investimento externo, por mérito total dos empreendedores, da solução e do negócio deles”, salienta Hemerson Schenato, líder de startups e empresas do Orion Parque.
*por Redação SC Inova – Fonte: SC Inova