Feira expõe oportunidades de negócios e parcerias entre Brasil e China
O diretor da CEBRA – empresa sediada em Florianópolis e associada à ACATE, com foco no desenvolvimento e fabricação de Fontes Chaveadas e conversores sob encomenda – Alexandre Cunha, esteve na cidade de Shenzhen, na China, do dia 16 ao dia 21 de novembro de 2012, participando da Hi Tech Fair.
O diretor da CEBRA – empresa sediada em Florianópolis e associada à ACATE, com foco no desenvolvimento e fabricação de Fontes Chaveadas e conversores sob encomenda – Alexandre Cunha, esteve na cidade de Shenzhen, na China, do dia 16 ao dia 21 de novembro de 2012, participando da Hi Tech Fair. A feira de tecnologia e inovação é realizada anualmente para que universidades, centros de pesquisa e empresas ofereçam produtos, serviços e tecnologias voltadas a diversas áreas, como fármacos, ligas metálicas, nanotecnologia, eletrônica, plásticos e polímeros, processos químicos e outros tantos. Cunha é ex-presidente da ACATE, atual membro do Conselho Fiscal e Presidente da Câmara de Tecnologia e Inovação da FIESC. Confira mais detalhes sobre a feira na entrevista:
De quais atividades você participou? A participação foi positiva?
Além de visitas a algumas empresas, a principal atividade, durante os quatro dias, foi visitar os quase 3 mil expositores. Como representante da FIESC, fui incumbido de detectar tecnologias de ponta em qualquer um dos setores econômicos lá representados. Apesar da feira ainda ser muito voltada às empresas chinesas, com 90% dos expositores falando unicamente mandarim e com catálogos em chinês, a participação foi positiva, pois pude constatar que há tecnologias de ponta sendo oferecidas e com custos muito baixos.
Na sua opinião, o que propicia o domínio tecnológico da China? Quais são os segmentos de destaque?
O domínio tecnológico da China em diversas áreas está sendo conquistado por meio de muito investimento em P&D. Em quase todos os setores, eles já passaram a fase de cópia de produtos e já desenvolvem tecnologia própria. Para atingir níveis cada vez mais elevados em produtos e processos, o governo chinês vem estimulando a formação de mais de 600 mil engenheiros por ano. Creio que os setores de maior destaque, na minha avaliação como não expert, são os de nanotecnologia, eletrônica (difusão) e de fármacos.
Onde estão as oportunidades de alianças comerciais e tecnológicas de empresas
chinesas com o Brasil e, especificamente, Santa Catarina? O que falta às empresas para concretizar essas parcerias?
A constatação da minha visita é que não há mais como brigarmos com os fabricantes chineses, independente do setor em que estejam inseridos. Além da vantagem competitiva da mão de obra barata e da tributação extremamente baixa e simplificada, eles dominam a tecnologia dos produtos e processos e fazem aperfeiçoamentos constantes. Resta-nos estabelecer parcerias comerciais e tecnológicas, algo que é ainda é viável economicamente e é de interesse deles.
Culturalmente, quais são as diferenças que implicam no desenvolvimento de tecnologias e no relacionamento empresarial? Como atuar com elas?
O povo chinês é muito diferente, culturalmente falando, de nós brasileiros. Enquanto privilegiamos ações empresariais de curto prazo, eles privilegiam as ações de longo prazo. Não há como se estabelecer uma parceria de sucesso se eles não enxergarem a possibilidade de que sejam estabelecidas cooperações de longo prazo. Sem esta cooperação, a relação será apenas comercial, de compra e venda.
Bibliografia sugerida: O fator China: http://www.multieditoras.com.br/produto.asp?id=1023&site=1