Finep deve bater recorde de desembolsos em 2010
“Nossa meta é seguir nessa trajetória de expansão”, afirma o diretor financeiro, Fernando Ribeiro. No mesmo trilho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também avança nesse sentido. A instituição financeira elegeu a inovação como um dos seus temas centrais e estruturou um conjunto de instrumentos em consonância com a política do Ministério de Ciência e Tecnologia e outros ministérios do Governo.
Entre janeiro e maio, o banco financiou R$ 500 milhões em projetos destinados à inovação. O valor faz parte dos R$ 6,4 bilhões disponíveis para o triênio 2008/ 2010. “Esperamos ultrapassar essa meta para os três anos”, afirma o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
“O mundo vive uma etapa de transformação tecnológica acelerada desde a década de 80, com um impulso extraordinário das tecnologias de informação, abrindo perspectivas mais amplas nos campos da biotecnologia e da nanotecnologia”, diz. A carteira do Fomento à Inovação nas Empresas Fundo Tecnológico (Funtec), isoladamente, soma R$ 430 milhões, envolvendo 46 operações, entre enquadradas, em análise, aprovadas e contratadas.
O BNDES tem a inovação como prioridade da política de desenvolvimento produtivo do governo federal. A meta é estimular as empresas a investirem nessa área, tornando-as cada vez mais competitivas no mercado. “Nos próximos anos, a aceleração do processo tecnológico será inevitável e, além disso, o processo de aquecimento global coloca novos desafios de redução de emissões que exigirão tecnologias mais sofisticadas para conciliar desenvolvimento e sustentabilidade. Portanto inovação é a nova fronteira do desenvolvimento”, acrescenta Coutinho.
“À parte de infraestrutura de pesquisas nas instituições, por exemplo, é uma área que compromete um volume muito significativo de recursos”, explica Ribeiro. A Finep acaba de aprovar um edital de mais de R$ 360 milhões em modernização e ampliação dos laboratórios nas universidades e institutos em várias unidades espalhadas pelo País. “Na outra ponta, estamos concluindo o julgamento de subvenção econômica para as empresas de R$ 450 milhões”, diz.
Outra fonte de financiamento chegou em fins de junho ao mercado: o cartão BNDES, lançado em 2003, mas que agora também tem a finalidade de financiar a contratação de serviços de pesquisa e desenvolvimento fornecidos por Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) às micro, pequenas e médias empresas. Já existem 20 institutos tecnológicos credenciados. “A intenção é estimular justamente o que não é compulsório”, explica o chefe do Departamento de operações internet do BNDES, Rodrigo Bacellar. Segundo ele, tratam-se de empresas que entendem que a inovação é uma parte importante da sua cadeia de valor para se tornarem mais competitivas e que geralmente recorrem ao Sebrae ou ao Instituto Tecnológico.
A mudança no cartão BNDES visa suprir uma necessidade que essas empresas têm, ou seja, apesar de a Finep e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) operarem linhas de subvenção econômica, sempre há uma exigência de contrapartida por parte do empresário, que costuma ser de 10% a 20% do valor do contrato. “O cartão pode, justamente, financiar essa contrapartida, preenchendo essa lacuna que existe hoje”, explica Bacellar. Segundo ele, até então nenhuma instituição financiava essa contrapartida.
Valor Econômico