Governador Colombo reúne-se com entidades que compõem o CETIC-SC
Transformar o setor tecnológico catarinense em referência mundial, assim como a indústria do agronegócio se tornou com multinacionais de referência como Sadia e Perdigão. Esta é a visão que o governador do Estado, Raimundo Colombo, compartilhou nesta segunda-feira, dia 24, com lideranças empresariais que compõem o Conselho de Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina (CETIC-SC).
Transformar o setor tecnológico catarinense em referência mundial, assim como a indústria do agronegócio se tornou com multinacionais de referência como Sadia e Perdigão. Esta é a visão que o governador do Estado, Raimundo Colombo, compartilhou nesta segunda-feira, dia 24, com lideranças empresariais que compõem o Conselho de Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina (CETIC-SC).
Colombo conheceu as principais demandas e diretrizes para ampliar o desenvolvimento de Santa Catarina na área. “O Estado tem esta vocação empreendedora, de negócios, de criar indústrias competitivas mundialmente. E hoje vocês (empresários de tecnologia) são os protagonistas. Temos as maiores indústrias de alimentos do mundo – podemos também dar este passo na área tecnológica”, afirmou o governador, ao lado de sua equipe de governo – o futuro secretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Bornhausen, e o presidente da FAPESC, Sérgio Gargioni.
A interlocução do Governo do Estado com o setor tecnológico ficará a cargo do secretário Paulo Bornhausen, que assume a pasta efetivamente em fevereiro, após retornar da Câmara dos Deputados. A prioridade de Colombo neste início de governo está sendo a análise de toda a estrutura do Estado, eleger prioridades e “reinventar” órgãos, empresas e diretorias. A expectativa é que entre abril e maio possam haver novidades na atuação do Governo alinhado com as demandas das entidades de tecnologia.
O CETIC-SC defende a reativação do Conselho Estadual de Tecnologia da Informação e Comunicação, que era formado por representantes do governo, universidades e empresas. “Durante os primeiros anos do último governo, o Conselho teve papel fundamental no desenvolvimento de políticas e resoluções para o setor e no relacionamento entre governo e empresários”, explica Heitor Blum S.Thiago, presidente do CETIC-SC.
Duas instituições do Governo tem relação direta com o segmento: o CIASC (Centro de Informática e Automação de Santa Catarina) e a FAPESC (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina). O CETIC-SC avalia que ambos os órgãos precisam sofrer mudanças para o novo governo.
O papel do CIASC como prestador de serviços de tecnologia para o governo é questionado pelas lideranças empresariais. “Quando foi criado, em 1975, o CIASC tinha um papel fundamental de modernização, numa época que a tecnologia ainda não era abundante. Hoje a realidade do Estado é totalmente diferente – temos uns dos principais polos tecnológicos do país, com tecnologias no estado da arte, inclusive voltadas para governo”, destacou o presidente da ASSESPRO, Hugo Dittrich, durante a reunião. Fazer do CIASC uma instituição gestora de tecnologia e o Estado ampliar seu poder de compra das tecnologias desenvolvidas no Estado são diretrizes defendidas pelo CETIC-SC.
Já a FAPESC precisa ter seus recursos descontingenciados para ampliar seu papel no fomento à inovação tecnológica. Constitucionalmente, a Fundação deveria receber 2% do orçamento do Estado para investimento em pesquisa e inovação tecnológica. O dispositivo está previsto na Lei Catarinense de Inovação, sancionada há dois anos. Historicamente esta porcentagem nunca foi alcançada – a garantia dos recursos poderia alavancar projetos de inovação em empresas, em parceria com as universidades. Os recursos também poderiam ser utilizados como contrapartida de investimentos federais em Santa Catarina.
Mão de obra tecnológica
A falta de profissionais qualificados em quantidade para o setor tecnológico é outra bandeira histórica do segmento, principalmente nos últimos anos, com o crescimento exponencial de toda indústria de software e hardware. O vice-presidente da ACATE e presidente do Seinflo (Sindicato das Empresas de Informática de Florianópolis), Moacir Marafon, apresentou um panorama da demanda por profissionais. Atualmente, só em Florianópolis, que tem 550 empresas, 112 companhias afirmaram ter 560 vagas abertas e ociosas, em busca de profissionais. “Possivelmente temos hoje só na capital catarinense 2 mil vagas em aberto. Até 2012, se nada for feito, serão 3 mil”, aponta Marafon. Os dados são do recente mapeamento que a ACATE desenvolveu juntamente com a Prefeitura de Florianópolis.
Entre as propostas estão a ampliação da oferta de cursos superiores de tecnologia por meio da UDESC e parcerias com instituições de ensino privadas. O direcionamento de bolsas universitárias, previstas no Artigo 170, para cursos na área tecnológica poderia contribuir na diminuição da evasão de estudantes de universidades catarinenses. Incentivo à formação básica em áreas como matemática, física e lógica pode contribuir também no maior interesse dos jovens pela área tecnológica, defende Marafon.
Ao todo, o documento entregue pelo presidente do CETIC-SC, Heitor Blum S.Thiago, a Colombo, Bornhausen e Gargioni possui sete diretrizes: Estado como fomentador do setor de TIC em SC; inserção do setor na estrutura governamental; financiamento; mão de obra; tributação; promoção do empreendedorismo; e inclusão digital. Veja algumas fotos da reunião: