Governo reavalia estrutura para defesa cibernética
Sem alarde, o governo brasileiro está promovendo uma guinada no tratamento da segurança cibernética do país. Até aqui, a face mais visível é a implantação de um Centro de Defesa Cibernética a ser comandado pelo Exército com o objetivo de proteger as redes de comunicações, inicialmente das Forças Armadas, mas que deve ser estendida a toda administração pública.
Sem alarde, o governo brasileiro está promovendo uma guinada no tratamento da segurança cibernética do país. Até aqui, a face mais visível é a implantação de um Centro de Defesa Cibernética a ser comandado pelo Exército com o objetivo de proteger as redes de comunicações, inicialmente das Forças Armadas, mas que deve ser estendida a toda administração pública.
Mas um dos pontos fortes da política é a criação de uma rede nacional de excelência em segurança da informação e criptografia, que vem sendo tratada como Renasic, de forma a integrar pesquisas em universidades, institutos e centros de pesquisa, órgãos governamentais e empresas.
A ideia é fomentar o desenvolvimento de um complexo militar-universitário-empresarial capaz de atuar na fronteira das novas tecnologias e voltado a aplicações de caráter dual – militar e civil. A essência, no entanto, é que a atividade de defesa da informação será tarefa militar, com tratamento de preparação para a guerra cibernética.
Esse processo começou ainda em 2008, com a definição de uma Estratégia Nacional de Defesa que, entre outros pontos, indicou novas áreas de competência para as três Forças. Assim, cabe à Marinha o desenvolvimento nuclear, à Aeronáutica o espacial e ao Exército a proteção do ciberespaço.
Mas a implantação não é simples. Até aqui, as iniciativas de defesa cibernética são essencialmente civis, ainda que parte delas esteja ligada ao Departamento de Segurança da Informação e Comunicações, subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (militar), mas diretamente conectado à Presidência da República.
É preciso lembrar, no entanto, que boa parte da tarefa prática de defesa cibernética é feita pelas estatais de processamento de dados, especialmente pelo Serpro – que liderou, por exemplo, as contramedidas aos ataques a diversos sites de governo sofridos no último mês de junho.
Esse ajuste nas competências de cada um é tarefa em andamento e faz parte das discussões sobre a implementação da nova política, cuja nova rodada se dará em uma reunião do Comitê Gestor de Segurança da Informação, marcada para o dia 17, em Brasília.
A linha é subordinar a Renasic ao Centro de Defesa Cibernética. Pela proposta, essa rede vai formar laboratórios virtuais em criptografia simétrica, técnicas assimétricas, protocolos seguros, técnicas de implementação segura, processamento de alto desempenho, computação e criptografia quântica, gestão de projetos e infraestrutura colaborativa.
A expectativa é que as pesquisas conduzidas levem inclusive ao desenvolvimento de produção nacional, exportável, mas o foco inicial é a formação de recursos humanos. Por isso, a ênfase, ao menos nesta fase, está mais nos programas de formação do que no desenvolvimento de um aparato industrial.
Fonte: Convergência Digital