Graduada no MIDITEC, Voltbras recebe aporte de R$ 3 mi
Em março de 2022, a Voltbras — empresa de soluções em mobilidade elétrica, graduada no MIDITEC — recebeu um aporte de R$ 3 milhões, que promete melhorar as condições do transporte sustentável no Brasil. O investimento feito pela EDP Ventures Brasil, o PERSEO (Programa Internacional de Startups da Iberdrola) e a DOMO Invest será utilizado para alavancar vendas, fortalecer time comercial e prospecção, e implementar melhorias de produto, com redes de carregamento mais rentáveis.
“O Brasil possui poucas praças de recarga de veículos, então precisamos incentivar a criação de novas e melhorar a infraestrutura das que já existem”, explica Bernardo Durieux, CEO e fundador da Voltbras. Atualmente, boa parte dos eletropostos do país são gratuitos, por falta de ferramentas adequadas, e, portanto, não oferecem retorno financeiro a seus gestores. “Nosso maior desafio consiste em viabilizar a mobilidade elétrica através de tecnologia de ponta, para que os usuários se sintam confortáveis em ter carros assim e as empresas tenham um mercado viável para operar no Brasil”.
Iniciativa pioneira
Criada no início de 2018 por Bernardo, Carlos Eduardo Libardo, Eduardo Henke e Rodolfo Levien, a startup tem foco em sistemas para utilização de ponta a ponta da rede de recargas de veículos, permitindo o autosserviço e ajudando o usuário a encontrar carregadores, a verificar a disponibilidade desses pontos e efetuar pagamentos. Foi a primeira empresa a oferecer uma solução completa para gestão de eletropostos.
Segundo Bernardo, a equipe da Voltbras conta com 18 pessoas, espalhadas pelo Brasil. “Temos uma sala em um coworking em Florianópolis, que serve de ponto de encontro para nossa equipe. Na prática, porém, temos clientes em diversos lugares das regiões Sul, Sudeste e Nordeste”.
Quanto ao grau de maturidade, o CEO afirma que a startup encontra-se em fase de tração, uma vez que já captou seu segundo investimento e conquistou clientes fixos. O primeiro aporte, também feito pela EDP Ventures, ocorreu em 2019 e propiciou o desenvolvimento de uma plataforma white lable, isto é, personalizável com a marca das grandes empresas e adaptável às demandas de empreendimentos de diferentes portes.
Do sonho à empresa
“Quando um fundo aporta em uma empresa, é porque ele tem expectativa de que ela tenha um bom retorno. O MIDITEC nos ajudou a ganhar essa confiança dos investidores, com o caminho de construção da robustez da Voltbras”, afirma Bernardo Durieux. A startup esteve incubada no MIDITEC por cerca de dois anos e se graduou em novembro de 2021.
“Participar do MIDITEC foi uma jornada muito rica para nós”, avalia. “Aprendemos sobre modelo de negócios, CS, vendas, financeiro, RH, governança e muito mais. No fim, deixamos de ser um sonho de quatro fundadores para nos tornarmos uma empresa”.
Agora, a Voltbras pretende contribuir com os aprendizados adquiridos para ajudar outros empreendedores catarinenses, integrando grupos de networking como a Vertical Energia da ACATE.
“O aporte que conseguimos é uma vitória do ecossistema. Todos têm uma parte, mesmo que indireta, nessa conquista, e queremos colaborar com o crescimento coletivo, nem que seja com um empurrãozinho”.
Giveback
Para as startups do MIDITEC, o CEO recomenda aproveitar as oportunidades relacionadas à base de relacionamentos que o programa tem a oferecer. Às que estão em busca de seus próprios investimentos, também sugere conversar com investidores. “Sempre temos receio de não estarmos prontos para essa tarefa, mas a única forma de se preparar é indo atrás de contatos e obtendo feedbacks. Se para fazer uma venda, você tem que falar várias vezes com o cliente, para levantar capital é o mesmo processo”.
Mas, para além dos conselhos apoiados em suas experiências, a maior retribuição que a Voltbras pretende fazer com seu aporte se dá com melhorias no segmento da mobilidade elétrica. “Os investidores que nos apoiaram são experientes e, portanto, nos mentoram para que tomemos as melhores decisões. Alguns deles, inclusive, possuem know-how europeu, onde a mobilidade elétrica é mais avançada. Precisamos aproveitar esse conhecimento deles, tendo em vista que o setor de transportes é parte crucial da economia do Brasil, um país com dimensões continentais”.
De acordo com Durieux, a modalidade elétrica de transporte pode, ainda, trazer vários pontos positivos ao futuro do meio ambiente no país. “Essa tecnologia, além de possibilitar o uso de fontes limpas de energia para o abastecimento de veículos — como a eólica e a solar —, ainda permite que, mesmo usando fontes sujas, o rendimento seja melhor que o de meios de transporte convencionais, gastando menos recursos naturais. Também deve-se levar em conta que trata-se de uma mobilidade mais silenciosa, ou seja, que gera menos poluição sonora”.
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*Imagem destaque: acervo Voltbras