Iminência de apagão torna energia elétrica questão crítica para TI
O cenário não anima. O Brasil estaria à beira de uma crise energética, sugerem muitos indícios. O episódio vivido por 11 estados brasileiros no último dia 19 de janeiro tende a se repetir durante 2015. Muitos especialistas afirmam que é mais uma questão de “quando” do que “se” um novo apagão irá acontecer. O contexto indica que muitas empresas devem ligar alguns sinais de alerta.
O cenário não anima. O Brasil estaria à beira de uma crise energética, sugerem muitos indícios. O episódio vivido por 11 estados brasileiros no último dia 19 de janeiro tende a se repetir durante 2015. Muitos especialistas afirmam que é mais uma questão de “quando” do que “se” um novo apagão irá acontecer. O contexto indica que muitas empresas devem ligar alguns sinais de alerta.
“O setor energético brasileiro está beirando o crítico”, avalia Augusto Carvalho, especialista em energia da Imagem, provedora de sistemas de informação geográfica (GIS) com forte presença no setor de energia.
O fornecimento de eletricidade sofre pressões que vão desde o baixo nível de chuvas (o que é um problema grave uma vez que praticamente 70% da geração no País é de origem hidrelétrica) e desemboca na questão do tradicional baixo investimento em infraestrutura para comportar a demanda. O contexto tende a reverter em aumento nos custos e instabilidades no fornecimento.
As frentes de tecnologia necessitam dar uma atenção especial ao tema. Primeiro pelo simples fato de “manter as luzes acesas”. Afinal, não há sistemas no ar sem eletricidade, certo? Segundo, por uma questão de segurança. Paradas inesperadas ou descargas podem comprometer sistemas. O terceiro ponto versa sobre a questão dos preços.
“A era da energia barata acabou”, sentencia Carvalho, aconselhando aos executivos e empresas garantirem o abastecimento considerando vias alternativas, buscar contratos “no mercado livre” e investir em autogeração para driblar o problema.
Impactos
Eletricidade é um ponto fundamental aos centros de processamento de dados. A título de ilustração, estima-se que data centers consomem 3% de toda a energia produzida nos Estados Unidos. Justamente por isso que empresas que oferecem esse serviço se debruçam sobre o tema com atenção redobrada.
Todas as empresas que atuam com essa oferta possuem redundância nas linhas de alimentação elétrica, bem como sistemas de baterias e grupos geradores para suportar um tempo considerável de interrupção do fornecimento elétrico externo.
Mas o cenário como o vivenciado nos últimos meses no Brasil reforça o sentimento de precaução. A Ascenty Data Centers trata a questão de possíveis interrupções no abastecimento elétrico com extrema ênfase.
A companhia vem ampliando suas reservas de diesel – que abastecem os geradores – e realizando testes para assegurar que, caso algo ocorra, não será pega desprevenida com uma eventual interrupção. “Embora torcemos para que não ocorra, trabalhamos com a possibilidade de que vai haver um apagão” aponta Roberto Rio Branco, diretor de vendas, marketing e institucional da provedora.
Oportunidade
“Enquanto uns choram, outros vendem lenço”. Aquele velho e batido ditado volta e meia volta a fazer sentido. O cenário de caos no fornecimento de energia configura-se em oportunidade para provedores também de no-breaks, por exemplo. Além da questão do apagão propriamente, há ouros pontos a se considerar.
Ana Carolina Cardoso, gerente de marketing da área de TI da Schneider Electric, cita que a energia que chega até os computadores não é das melhores. “Há muitos ruídos que afetam equipamentos eletrônicos”, comenta.
Isso reverte em um sensível aumento na demanda por sistemas de proteção, especialmente em empresas de menor porte. Por enquanto, essa busca não é tão acentuada. Contudo, o movimento pode se acelerar caso episódios como falhas e interrupções de grandes proporções voltem a acontecer.
Fonte: ComputerWorld