Importação de componentes para TIC desabou em 2009
Dados da balança comercial do setor eletroeletrônico divulgados nesta quinta-feira, 04/02, revelam que, no acumulado de janeiro a dezembro de 2009, as exportações totalizaram US$ 7,49 bilhões, 24,3% abaixo do idêntico período de 2008 (US$ 9,89 bilhões). Todas as áreas registraram exportações inferiores às ocorridas em 2008.
Dados da balança comercial do setor eletroeletrônico divulgados nesta quinta-feira, 04/02, revelam que, no acumulado de janeiro a dezembro de 2009, as exportações totalizaram US$ 7,49 bilhões, 24,3% abaixo do idêntico período de 2008 (US$ 9,89 bilhões). Todas as áreas registraram exportações inferiores às ocorridas em 2008.
As quedas mais expressivas foram nas vendas externas de bens de Telecomunicações (-33,0%) e Utilidades Domésticas (-34,0%), em função, principalmente, da redução das exportações de telefones celulares (-35%) e de refrigeradores (-38%), respectivamente.
Mesmo apontando forte retração, os celulares continuaram na liderança das exportações de produtos do setor, encerrando o ano com US$ 1,4 bilhão. Entre seus principais destinos estão Argentina (US$ 736 milhões), Venezuela (US$ 140 milhões), Estados Unidos (US$ 118 milhões), México (US$ 69 milhões) e Colômbia (US$ 62 milhões).
O levantamento mostra ainda que, com exceção dos Estados Unidos, os principais destinos das exportações brasileiras de telefones celulares foram os países latinoamericanos. Porém, observa, a Abinee, em função de ações protecionistas realizadas por alguns destes países, as exportações registraram fortes reduções. Em contrapartida, as exportações de celulares para o México e Emirados Árabes apontaram incrementos expressivos, sendo que, neste último caso, o acréscimo foi de 374%.
Quanto ao destino dos produtos do setor eletroeletrônico, as exportações cresceram apenas para a China (+28,7%), o que proporcionou o acréscimo de 8,0% para o Sudeste da Ásia. Porém, o montante destinado para este país (US$ 168,5 milhões) participa com 2% do total do setor. Para as demais regiões do mundo, as exportações registraram fortes retrações, com taxas que variaram entre -16,5%, para a Argentina, e -32,8%, para os demais países que compõem a Aladi.
Ainda referente aos países que compõem a Aladi (incluindo a Argentina), as vendas somaram US$ 3,96 bilhões, representando 52,9% do total, ou seja, o principal destino das exportações de produtos do setor. O balanço constata que 76,1% das exportações de bens de Informática, e de 78,7% de bens de Telecomunicações, foram destinadas para esta região, sendo que a maior parte foi para a Argentina.
Os Estados Unidos, frisa o levantamento da Abinee, continuam perdendo representatividade na pauta das exportações, passando de 18%, em 2008, para 17%, em 2009. A entidade observa que este percentual atingiu 44% em 2001. As maiores retrações foram nas vendas de Componentes Elétricos e Eletrônicos e de bens de Telecomunicações, cujas quedas ficaram por volta de 35%.
Importações
As importações, no mês de dezembro de 2009, somaram US$ 2,33 bilhões, 27,6% acima das realizadas no mesmo mês de 2008. Este foi o segundo mês consecutivo a apontar resultados superiores aos ocorridos em idêntico período do ano anterior.
Em relação a dezembro do ano anterior, com exceção da área de Automação Industrial (-6,0%), todas as demais áreas apontaram incremento. No caso de GTD a taxa foi de 99,9% em decorrência da expansão de 1300% nas importações de torres e pórticos da França, que cresceram de US$ 2,5 milhões para US$ 35 milhões, no período citado.
Ainda referente ao acumulado de 2009, as maiores reduções foram nas importações Componentes Elétricos e Eletrônicos (-27,5%) e de bens de Telecomunicações (-27,2%). No primeiro caso, destacaram-se as quedas das compras externas dos componentes para informática (-33%) e componentes para telecomunicações (-38%).
Os semicondutores (-19%) permaneceram na liderança das importações do setor, com total de US$ 3,3 bilhões, apontando taxa de retração mais modesta do que os demais componentes. Para Telecomunicações, o destaque ficou para os telefones celulares, cujas importações recuaram 41%, passando de US$ 797 milhões, em 2008, para US$ 470 milhões, em 2009.
Quanto à origem das importações, verificou-se que a redução das compras externas brasileiras de produtos eletroeletrônicos ocorreu das diversas regiões do mundo. Permaneceram em destaque os países do Sudeste da Ásia, que somaram US$ 15,1 bilhões, o que representou 60,7% do total importado de produtos do setor, dos quais 31,4% foram comprados apenas da China (US$ 7,8 bilhões).
O Sudeste da Ásia foi a principal origem das compras de produtos de diversas áreas do setor, como os casos dos Componentes Elétricos e Eletrônicos (73,9%), dos bens de Informática (67,8%), de Utilidades Domésticas (61,7%), entre outros. No acumulado de janeiro a dezembro de 2009, o déficit comercial de produtos eletroeletrônicos atingiu US$ 17,46 bilhões, 21% abaixo do ocorrido no mesmo período do ano anterior (US$ 22,14 bilhões). Este resultado superou a previsão inicial da Abinee que estava em US$ 16,80 bilhões.
Mesmo com o saldo negativo da balança em 2009 superando as expectativas, já era aguardada a ampliação das importações assim que iniciasse a retomada da atividade econômica e a consequente ampliação do déficit, fato verificado nos últimos meses do ano passado.
Para este ano, reporta a Abinee, fica a preocupação em torno do saldo negativo da balança comercial da indústria eletroeletrônica, que deverá continuar crescendo, uma vez que a previsão para o setor é de expansão do faturamento na ordem de 11%.
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