Inovação é fator vital na sobrevivência das PMEs
É provado que o desenvolvimento econômico de um setor ou de uma empresa está diretamente ligado ao grau de empreendedorismo do mesmo. Por isso, as condições favoráveis ao desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e coordenem este processo de forma sustentável.
É provado que o desenvolvimento econômico de um setor ou de uma empresa está diretamente ligado ao grau de empreendedorismo do mesmo. Por isso, as condições favoráveis ao desenvolvimento precisam de empreendedores que as aproveitem e coordenem este processo de forma sustentável. E quando se fala em pequenas e médias empresas (MPEs) fica ainda mais evidente a importância da atividade empreendedora, ou seja, da inovação tecnológica e do crescimento econômico, como fator primordial para impedir o fechamento prematuro dessas empresas.
Alta taxa de mortalidade das MPEs
O Brasil é considerado um dos países com maior taxa de mortalidade de empresas. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 56% fecham as portas até o terceiro ano de vida. Entre as principais razões, destacam-se a falta de preparação do empreendedor para gerenciar com eficiência a sua empresa, insuficiência de capital, além de dificuldades pessoais do candidato à empresário. Uma das estratégias em oposição a este dado é dinamizar o empreendedorismo inovador, em geral, e o empreendedorismo de base tecnológica, em particular, procurando induzir um contexto favorável ao sucesso de iniciativas inovadoras.
Importância da inovação
Robert Biner, coordenador do Comitê de Empreendedorismo, Capital Semente e Inovação da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP) e Gestor do Fundo Criatec, fundo de investimentos de capital semente, destinado à aplicação em empresas emergentes inovadoras, explica que adaptar-se às novas tecnologias é uma necessidade real das empresas de hoje. “Não há como evitar o impacto de novas tecnologias como, por exemplo, o celular, as buscas de informações via internet e assim por diante. Quem se adapta, com rapidez, vai se dar bem. O que eu quero dizer é que as empresas são obrigadas a inovar, por reação, ou por vontade própria. Quem inova por vontade própria precisa ser empreendedor. Uma pequena empresa que se abre para um mercado já saturado, com um produto velho , não vai ter muitas chances de sobreviver. O empreendedorismo e a inovação são características essenciais para as pequenas empresas que querem ser bem sucedidas na economia do conhecimento”, comenta.
Investimentos públicos e privados nas MPES
Admite-se, assim, que os investimentos públicos e privados constituem um elemento crucial na concretização de iniciativas empresariais emergentes, seja na forma de empréstimos bancários, linhas de financiamentos, programas de subvenção, venture capital, entre outras. Segundo Biner, o venture capital, por exemplo, e fundamental para desenvolver setores com alto potencial inovador e estruturar mercados de alto risco. “Venture capital é dinheiro de alto risco e alto retorno. É um dinheiro que depende essencialmente da eficiência daquilo que financia. Os investimentos de venture capital que não dão certo, morrem rapidamente. Por outro lado, o sucesso dos investimentos em áreas essenciais ao desenvolvimento, como na biotecnologia, nos novos materiais, na tecnologia da informação, trazem consigo um retorno muito elevado. Com isto, ajudam a criar, desbravar e alavancar os setores de alto potencial. O curso da inovação seria muito mais lento e abrangente no mundo sem a ação do capital de risco”.
Ações do Governo
De acordo com Robert Biner, algumas ações do Governo voltadas para as MPEs contribuem com a criação de um panorama promissor para o sistema de inovação no Brasil. “Todas as ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltadas para a inovação, como o Criatec, o cartão BNDES, as linhas de financiamento para empresas e produtos inovadores; as ações do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), como o programa de subvenção à inovação, o programa Inovar, os fundos de investimentos de private equity, venture capital e capital semente, que recebem aportes de capital através de dinheiro publico, as rodadas de negócios, ou Venture Forum; as Leis, como a Lei da Inovação e a Lei do Bem; a ação do CNPq na formação dos acadêmicos e cientistas que estão desbravando novas fronteiras do conhecimento no Brasil; e os fundos setoriais para citar algumas iniciativas”, conclui o executivo da ABVCAP.
Revista Tic Mercado