20/fev/2009
Inovação social é destaque do Edital Senai Sesi 2009
Unir o desenvolvimento de produtos inovadores e promover sua inserção no mercado aliado ao seu impacto social é um dos destaques da sexta edição do Edital Inovação 2009. Organizado desde 2004 pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), este ano o Serviço Social da Indústria (Sesi) entra como instituição parceira com o intuito de fomentar projetos na área de inovação social.
Unir o desenvolvimento de produtos inovadores e promover sua inserção no mercado aliado ao seu impacto social é um dos destaques da sexta edição do Edital Inovação 2009. Organizado desde 2004 pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), este ano o Serviço Social da Indústria (Sesi) entra como instituição parceira com o intuito de fomentar projetos na área de inovação social. As duas entidades do Sistema S da indústria vão direcionar, ao todo, R$ 10 milhões para o custeio de produtos, processos e serviços inovadores.
Além desses recursos, o convênio firmado no edital de 2008 com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) vai continuar: o ministério, por meio do Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq), disponibilizou R$ 2,5 milhões para bolsas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial nível 1 para atender aos projetos do Senai e do Sesi. O lançamento do Edital Inovação 2009 será no dia 2 de março, o prazo para recebimento de projetos vai de 16 de março a 30 de abril e a divulgação das propostas aprovadas será feita até 16 de junho.
O aporte por proposta será limitado a R$ 200 mil, em caso de projetos em parceria com departamentos regionais de apenas uma das instituições, ou R$ 300 mil, se a proposta envolver unidades do Senai e do Sesi conjuntamente. Em 2009, a categoria serviços foi incluída para atender às propostas do Sesi. Os projetos terão 18 meses para ser desenvolvidos e sua execução será monitorada de perto pelos departamentos nacionais das duas entidades.
"Vamos contemplar projetos na linha de tecnologia social visando à promoção da qualidade de vida do trabalhador na indústria, principalmente nas áreas de atuação do Sesi: saúde, esporte e lazer, educação e responsabilidade social", diz o diretor de operações do Sesi, Carlos Henrique Ramos Fonseca. "A ideia é desenvolver não apenas produtos, mas também a melhoria de processos com uma metodologia nova que vai gerar benefícios não só para uma empresa, mas que possa ser replicada em várias indústrias".
Quanto às propostas Senai-Sesi, o analista da Unidade de Tecnologia Industrial (Unitec) do Senai, Mateus Freitas, explica que o projeto escolhido terá um resultado final focado nos propósitos das duas instituições, ou seja, existirá o impacto tecnológico para a empresa e para o mercado e também ocorrerá o impacto social, por meio da qualidade de vida do trabalhador. "O Senai não tem a expertise de verificar os impactos na saúde do trabalhador, mas o Sesi tem. Já o Sesi não detém a expertise da inserção do produto no mercado, algo que o Senai possui", diz Freitas.
Projetos de desenvolvimento de produtos ergonômicos e de inclusão e acessibilidade de portadores de necessidades especiais são exemplos do que poderá ser contemplado nas propostas Senai-Sesi. "Um exemplo prático do que poderia ser um projeto conjunto foi desenvolvido no Edital Inovação de 2006 no Espírito Santo: cadeira ajustável para posto de costureira. O propósito desse projeto era desenvolver uma cadeira que atendesse a uma determinada norma técnica e possibilitasse à costureira ter um conforto ergonômico. Como esse projeto visava não só à venda de um produto que atendesse a uma norma, mas também melhorar a qualidade de vida do trabalhador, então é um projeto que poderia ser desenvolvido em parceria Senai-Sesi", conta o analista da Unitec.
Novidades do Edital Inovação 2009
Desde sua criação, em 2004, 291 projetos foram enviados por empresas de todo o Brasil. Desses, 70 foram desenvolvidos em parceria entre as empresas e as unidades regionais do Senai. O edital contempla todos os segmentos industriais, mas há ênfase em biotecnologia, meio ambiente, alimentos, metalmecânica, eletroeletrônica, nanotecnologia, produtos farmacêuticos e polímeros.
A partir deste ano, o edital terá uma pontuação diferenciada para as unidades regionais de acordo com o desempenho dos projetos anteriormente desenvolvidos. "Estados com projetos em edições anteriores desenvolvidos de forma satisfatória e inseridos no mercado com sucesso terão uma bonificação na pontuação do edital", explica Mateus Freitas. "Vamos encaminhar para o Senai de cada estado a posição deles até aquele momento, que pode ser positiva ou negativa. Os estados terão até a data de apresentação das propostas, no dia 30/04, para regularizar a situação".
Uma outra novidade deste edital são as metas associadas às estratégias de difusão dos resultados do projeto. A produção de mídia, como folders, a participação em premiações e eventos, a divulgação por meio de reportagens e de artigos técnicos e/ou científicos receberão pontuação.
Os projetos aprovados recebem equipe qualificada, laboratórios atualizados e núcleos de informação de apoio à inovação. A empresa participa com a equipe especializada, os insumos necessários para o desenvolvimento e a experiência relativa ao público-alvo. Os ganhos são para ambos: a empresa tem produto inovador de valor agregado, aumento de competitividade e maior alcance de mercado; o Senai ganha a absorção do conhecimento, a ser revertido em cursos técnicos e prestação de serviços técnicos e tecnológicos, além do contato direto com o empresário e com a indústria brasileira.
Como o edital é direcionado a empresas de qualquer porte – de incubadas a grandes – e por não haver restrição ao número de projetos enviados por cada DR, o Departamento Nacional espera um grande número de concorrentes. As exigências inseridas no ano passado permanecem para 2009: a necessidade de apresentação de um Plano de Negócio e de um Relatório de Pesquisa Patentária.
O relatório de pesquisa sobre patentes terá um caráter mais profissional este ano, diz o analista da Unitec. "Vamos encaminhar um modelo de relatório para que seja preenchido pelas empresas. Além da pesquisa no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), vamos pedir que sejam feitas consultas a bases internacionais oficiais e não-oficiais da Europa, Estados Unidos, Japão. O próprio Senai detém expertise para fazer essa pesquisa", afirma Freitas. "Sentimos essa necessidade a partir do momento em que muitos dos produtos desenvolvidos começaram a ser exportados e é preciso saber se aquele produto já não está protegido em outro país".
O Plano de Negócio é um estudo de mercado – fornecimento, condições e demanda – a ser desenvolvido pela empresa. "Solicitamos, em caráter eliminatório, que a empresa elabore um plano de negócios, em que terão feito um estudo do mercado com as estratégias de comercialização, em que vão estimar a ampliação da produção da empresa, da receita e a redução dos custos", diz o analista da Unitec. "São itens obrigatórios para a empresa pensar na viabilidade daquele produto, principalmente neste momento de crise econômica que estamos vivendo. A empresa tem que pensar em todos os fatores que possibilitem a inserção do produto no mercado".
Para o diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (PROTEC), Roberto Nicolsky, o Edital de Inovação Senai-Sesi 2009 representa um grande avanço em relação ao dos anos anteriores, não apenas pela quadruplicação de recursos, mas principalmente pelo novo conceito de fomentar uma inovação mais ampla, incluindo as responsabilidades sociais e de meio ambiente da empresa.
"O ponto fundamental do Edital Senai Sesi é propiciar à empresa o apoio tecnológico de que necessita para a realização da inovação pretendida, dando-lhe a segurança de vir a alcançar os seus objetivos e, assim, inovar e crescer, gerando renda e emprego, retroalimentando o processo. Esse procedimento é relevante para qualquer empresa, mas simplesmente crucial para as indústrias de pequeno porte", diz Nicolsky.
Além desses recursos, o convênio firmado no edital de 2008 com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) vai continuar: o ministério, por meio do Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq), disponibilizou R$ 2,5 milhões para bolsas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial nível 1 para atender aos projetos do Senai e do Sesi. O lançamento do Edital Inovação 2009 será no dia 2 de março, o prazo para recebimento de projetos vai de 16 de março a 30 de abril e a divulgação das propostas aprovadas será feita até 16 de junho.
O aporte por proposta será limitado a R$ 200 mil, em caso de projetos em parceria com departamentos regionais de apenas uma das instituições, ou R$ 300 mil, se a proposta envolver unidades do Senai e do Sesi conjuntamente. Em 2009, a categoria serviços foi incluída para atender às propostas do Sesi. Os projetos terão 18 meses para ser desenvolvidos e sua execução será monitorada de perto pelos departamentos nacionais das duas entidades.
"Vamos contemplar projetos na linha de tecnologia social visando à promoção da qualidade de vida do trabalhador na indústria, principalmente nas áreas de atuação do Sesi: saúde, esporte e lazer, educação e responsabilidade social", diz o diretor de operações do Sesi, Carlos Henrique Ramos Fonseca. "A ideia é desenvolver não apenas produtos, mas também a melhoria de processos com uma metodologia nova que vai gerar benefícios não só para uma empresa, mas que possa ser replicada em várias indústrias".
Quanto às propostas Senai-Sesi, o analista da Unidade de Tecnologia Industrial (Unitec) do Senai, Mateus Freitas, explica que o projeto escolhido terá um resultado final focado nos propósitos das duas instituições, ou seja, existirá o impacto tecnológico para a empresa e para o mercado e também ocorrerá o impacto social, por meio da qualidade de vida do trabalhador. "O Senai não tem a expertise de verificar os impactos na saúde do trabalhador, mas o Sesi tem. Já o Sesi não detém a expertise da inserção do produto no mercado, algo que o Senai possui", diz Freitas.
Projetos de desenvolvimento de produtos ergonômicos e de inclusão e acessibilidade de portadores de necessidades especiais são exemplos do que poderá ser contemplado nas propostas Senai-Sesi. "Um exemplo prático do que poderia ser um projeto conjunto foi desenvolvido no Edital Inovação de 2006 no Espírito Santo: cadeira ajustável para posto de costureira. O propósito desse projeto era desenvolver uma cadeira que atendesse a uma determinada norma técnica e possibilitasse à costureira ter um conforto ergonômico. Como esse projeto visava não só à venda de um produto que atendesse a uma norma, mas também melhorar a qualidade de vida do trabalhador, então é um projeto que poderia ser desenvolvido em parceria Senai-Sesi", conta o analista da Unitec.
Novidades do Edital Inovação 2009
Desde sua criação, em 2004, 291 projetos foram enviados por empresas de todo o Brasil. Desses, 70 foram desenvolvidos em parceria entre as empresas e as unidades regionais do Senai. O edital contempla todos os segmentos industriais, mas há ênfase em biotecnologia, meio ambiente, alimentos, metalmecânica, eletroeletrônica, nanotecnologia, produtos farmacêuticos e polímeros.
A partir deste ano, o edital terá uma pontuação diferenciada para as unidades regionais de acordo com o desempenho dos projetos anteriormente desenvolvidos. "Estados com projetos em edições anteriores desenvolvidos de forma satisfatória e inseridos no mercado com sucesso terão uma bonificação na pontuação do edital", explica Mateus Freitas. "Vamos encaminhar para o Senai de cada estado a posição deles até aquele momento, que pode ser positiva ou negativa. Os estados terão até a data de apresentação das propostas, no dia 30/04, para regularizar a situação".
Uma outra novidade deste edital são as metas associadas às estratégias de difusão dos resultados do projeto. A produção de mídia, como folders, a participação em premiações e eventos, a divulgação por meio de reportagens e de artigos técnicos e/ou científicos receberão pontuação.
Os projetos aprovados recebem equipe qualificada, laboratórios atualizados e núcleos de informação de apoio à inovação. A empresa participa com a equipe especializada, os insumos necessários para o desenvolvimento e a experiência relativa ao público-alvo. Os ganhos são para ambos: a empresa tem produto inovador de valor agregado, aumento de competitividade e maior alcance de mercado; o Senai ganha a absorção do conhecimento, a ser revertido em cursos técnicos e prestação de serviços técnicos e tecnológicos, além do contato direto com o empresário e com a indústria brasileira.
Como o edital é direcionado a empresas de qualquer porte – de incubadas a grandes – e por não haver restrição ao número de projetos enviados por cada DR, o Departamento Nacional espera um grande número de concorrentes. As exigências inseridas no ano passado permanecem para 2009: a necessidade de apresentação de um Plano de Negócio e de um Relatório de Pesquisa Patentária.
O relatório de pesquisa sobre patentes terá um caráter mais profissional este ano, diz o analista da Unitec. "Vamos encaminhar um modelo de relatório para que seja preenchido pelas empresas. Além da pesquisa no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), vamos pedir que sejam feitas consultas a bases internacionais oficiais e não-oficiais da Europa, Estados Unidos, Japão. O próprio Senai detém expertise para fazer essa pesquisa", afirma Freitas. "Sentimos essa necessidade a partir do momento em que muitos dos produtos desenvolvidos começaram a ser exportados e é preciso saber se aquele produto já não está protegido em outro país".
O Plano de Negócio é um estudo de mercado – fornecimento, condições e demanda – a ser desenvolvido pela empresa. "Solicitamos, em caráter eliminatório, que a empresa elabore um plano de negócios, em que terão feito um estudo do mercado com as estratégias de comercialização, em que vão estimar a ampliação da produção da empresa, da receita e a redução dos custos", diz o analista da Unitec. "São itens obrigatórios para a empresa pensar na viabilidade daquele produto, principalmente neste momento de crise econômica que estamos vivendo. A empresa tem que pensar em todos os fatores que possibilitem a inserção do produto no mercado".
Para o diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (PROTEC), Roberto Nicolsky, o Edital de Inovação Senai-Sesi 2009 representa um grande avanço em relação ao dos anos anteriores, não apenas pela quadruplicação de recursos, mas principalmente pelo novo conceito de fomentar uma inovação mais ampla, incluindo as responsabilidades sociais e de meio ambiente da empresa.
"O ponto fundamental do Edital Senai Sesi é propiciar à empresa o apoio tecnológico de que necessita para a realização da inovação pretendida, dando-lhe a segurança de vir a alcançar os seus objetivos e, assim, inovar e crescer, gerando renda e emprego, retroalimentando o processo. Esse procedimento é relevante para qualquer empresa, mas simplesmente crucial para as indústrias de pequeno porte", diz Nicolsky.