Mais de 1.100 empresas são aprovadas no Prime

As 17 incubadoras-âncora, ligadas à Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), divulgam os 1.185 projetos inovadores que se beneficiarão da verba do Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime) da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. As empresas nascentes foram selecionadas criteriosamente pela qualidade inovadora e viés mercadológico e receberão cada uma até R$ 240 mil em dois anos, sendo R$ 120 mil não-reembolsáveis e o restante pelo programa Juro Zero da Financiadora. As empresas reprovadas podem recorrer da decisão, e a lista definitiva de aprovados será divulgada no próximo dia 30 de setembro.

 

Apesar de a região Sudeste ter tido o maior número de empresas aprovadas – 600 ao todo por nove incubadoras -, a Sul é a mais representativa, já que conseguiu o maior aproveitamento das quatro incubadoras-âncoras, atingindo a média de 86 projetos por instituição.

 

Segundo Francilene Procópio Garcia, diretora da Anprotec e da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), havia mais projetos com possibilidade de receber o fomento, mas acabaram sendo desclassificados por questões burocráticas. “Cerca de 20 a 30% das empresas não conseguiram enviar toda a documentação necessária até a data limite”, comenta.

 

Panorama das regiões  
A região   Sul   conseguiu um resultado bastante expressivo, com a aprovação de 344 projetos, por quatro instituições, sendo que o Gene de Blumenau (SC) atingiu a meta de 120 empresas aprovadas. Segundo o presidente da incubadora, Carlos Eduardo Negrão Bizzotto, a capilaridade alcançada foi um dos pontos que permitiram que a incubadora conseguisse atingir a meta. “Formamos uma grande rede de entidades para trabalhar em conjunto. Assim, conseguimos atingir uma área geográfica bastante significativa, até mesmo por conta do nosso posicionamento”, detalha o profissional.

 

Com forte trabalho de divulgação, por meio de workshops, a entidade conseguiu obter uma grande penetração do Programa no interior do estado de Santa Catarina. Para o profissional, a questão da informação foi a chave principal para conseguir mobilizar empresas e criar projetos mais consistentes. “Percebemos a existência de uma demanda reprimida que os profissionais das universidades ainda não tinham identificado. Quando fizemos uma ampla divulgação com a associação comercial, com as universidades, entre outras, conseguimos atrair uma grande quantidade de projetos”, conclui.

 

Com vocação natural para o desenvolvimento de projetos empreendedores, o   Sudeste   foi a região que mais teve empresas aprovadas: 600 ao todo. Daisy Andrade de Melo e Sousa, coordenadora da Incubadora de Empresas da Sociedade Mineira de Software (Fumsoft), a incubadora com mais projetos aprovados na região, comenta que esperava um número ainda maior. “Há quase dois anos, desde que tomamos contato com as primeiras ideias do Prime, estamos trabalhando os conceitos do Programa”.

 

Para conseguir esclarecer os requisitos do Programa, a incubadora trabalhou com um sistema de palestras explicativas sobre o tema. “Precisamos trabalhar esse casamento entre inovação, empreendedorismo e também os requisitos do Prime. Deu certo, acabamos a primeira fase com 246 projetos”, comenta. Mesmo assim, o número final de aprovados (98) é aquém do que a incubadora pretendia, pois muitos projetos foram barrados em fase de documentação. “Foi uma experiência muito positiva e com certeza atingiremos a meta da próxima vez”, conclui.

 

O   Norte   do País foi representado pelo Centro de Desenvolvimento e Incubação Empresarial (Cide-AM), que teve 71 empresas aprovadas, das 259 inicialmente inscritas. Segundo Eduardo Alves Pedro, responsável pelo Prime na Instituição, os projetos aprovados possuem grande qualidade e podem representar bons negócios. “Apesar de o número estar abaixo da nossa expectativa, o objetivo foi realmente investir em projetos que, ao final de um ano, certamente representem um bom resultado, não focando apenas em quantidade”, detalha.

 

Para o profissional, uma das maiores dificuldades das incubadoras foi selecionar empresas com um bom desenvolvimento de plano de negócios e visão de mercado. “Procurávamos projetos com viabilidade econômica, com forte grau de inovação e, por serem empresas nascentes, precisávamos passar um pouco de experiência para os empreendedores”, comenta.

 

Já a região   Nordeste   conseguiu a aprovação de 170 projetos, com a participação de três incubadoras-âncora. A PaqTcPB, dirigida por Francilene, foi a instituição da região mais bem-posicionada da lista, com 95 projetos aprovados. “Essas empresas agora já estão aprovadas para contratação, mas o número ainda pode ser incrementado por conta dos recursos”. Ela explica que cada incubadora tinha metas internas e que esses números devem ser analisados também. No PaqTcPB, 79% da meta foi atingida, o que pode ser considerado um patamar relevante.

 

Empresas aprovadas por região do país: 

SUL	344
SUDESTE	600
NORDESTE	170
NORTE	71

 

Empresas aprovadas por incubadora-âncora: 

INCUBADORA	Estado	Nº. Aprovados
Gene	SC	120
Celta	SC	115
Fumsoft	MG	98
PaqTc	PB	95
Univap	SP	92
Cietec	SP	89
Fipase	SP	78
FAURGS/CEI	RS	76
Cide	AM	71
Inatel	MG	64
PUC	RJ	56
Bio Minas	MG	49
Cesar	PE	43
Bio Rio	RJ	39
Coppe	RJ	35
PUC	RS	33
Cise	SE	32