Para ser competitiva, startup deve ser global, avaliam especialistas
As empresas nascentes de base tecnológica devem se preparar para a internacionalização desde a concepção. A avaliação foi feita por especialistas brasileiros e europeus durante a ICT Week 2017, nesta segunda-feira (4).
As empresas nascentes de base tecnológica devem se preparar para a internacionalização desde a concepção. A avaliação foi feita por especialistas brasileiros e europeus durante a ICT Week 2017, nesta segunda-feira (4). Na Europa, por exemplo, as ações de apoio a startups já têm caráter multinacional. Segundo o assessor de Divulgação Internacional do Mercado Único Digital da Comissão Europeia, Tonnie de Koster, as empresas são orientadas a encarar o mercado europeu como mercado interno. Assim, têm mais chances de sobreviver.
“O mercado digital é o mais globalizado de todos os segmentos da economia. Por isso, temos trabalhado para orientar nossas startups para que elas nasçam com uma visão de mercado europeu amplo e global. Se elas quiserem se manter competitivas, não há outra solução a não ser se globalizar”, afirmou.
Diante desse cenário, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançou no fim de novembro o programa StartOut Brasil, que visa internacionalizar as startups brasileiras. A iniciativa conta com a parceria do Ministério das Relações Exteriores (MRE), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do Serviço Nacional de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). A agência terá quatro missões ao exterior até o fim de 2018 – Paris, Berlim, Miami e Lisboa – para apresentar projetos de até 15 startups brasileiras a investidores internacionais.
Para a gerente de Investimentos da Apex-Brasil, Maria Luisa Cravo Wittemberg, o programa vai alavancar a participação brasileira no mercado mundial. A ideia é atender até 240 companhias até o fim da primeira fase do projeto, em dezembro de 2020.
“Esse é um primeiro passo para internacionalizarmos as startups brasileiras. Temos empresas com muita capacidade, mas que precisam desse incentivo para chegarem a outros mercados. As quatros cidades que indicamos para as missões de aproximação têm um forte apelo do setor de TICs e proximidade com o Brasil”, observou.
Na visão do vice-presidente de Desenvolvimento e Inovação da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Humberto Ribeiro, a globalização das startups é um meio para alavancar o país de origem das empresas. “A internacionalização é boa para ampliar o mercado e para que possamos utilizar talentos de outros lugares para ajudar a ampliar a própria empresa, o que acaba sendo benéfico para o mercado de origem dela. O Brasil é líder nos segmentos de agropecuária e de biotecnologia. Esse é um caminho interessante, porque já dominamos essas áreas, e nosso conhecimento pode ser expandido para outras nações”, disse.
Regionalização
Segundo o professor sueco Robert Wentrup, da Universidade de Gotemburgo, o direcionamento de investimentos para localidades com vocação para a área de tecnologias da informação e comunicação (TICs) se mostra mais produtivo por reunir uma série de fatores determinantes para o sucesso de uma empresa nascente de base tecnológica.
“Os investimentos tendem a se concentrar em pequenas áreas geográficas, que possuem toda a cadeia necessária para o desenvolvimento de uma startup: recursos financeiros, recursos humanos especializados, demanda de mercado. Esses fatores são importantes para que a empresa se estabeleça e tenha uma base para se lançar a outros mercados. Primeiro, elas devem se consolidar no mercado interno para que possam dar esse salto para o exterior”, avaliou.
A segunda edição da ICT Week é realizada no contexto da 9ª Convocatória dos Diálogos Setoriais Brasil-União Europeia. Durante dois dias, os debates vão abordar políticas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) como o Plano Nacional de Internet das Coisas e tecnologia 5G.
Fonte: Ascom MCTIC