Polícia Federal cria plataforma para detectar crimes cibernéticos
Até o início da Copa do Mundo de 2014, a Polícia Federal quer colocar em operação um projeto, batizado como Oráculo, com o objetivo de rastrear e inibir crimes cibernéticos. A iniciativa foi apresentada esta semana durante o CNASI (Congresso Latino-americano de Auditoria de TI, Segurança da Informação e Governança), realizado em São Paulo.
Até o início da Copa do Mundo de 2014, a Polícia Federal quer colocar em operação um projeto, batizado como Oráculo, com o objetivo de rastrear e inibir crimes cibernéticos. A iniciativa foi apresentada esta semana durante o CNASI (Congresso Latino-americano de Auditoria de TI, Segurança da Informação e Governança), realizado em São Paulo.
Ivo de Carvalho Peixinho, perito criminal da unidade de repressão ao crime cibernético da Polícia Federal, relatou que o projeto Oráculo vai aplicar aos crimes cibernéticos os mesmos princípios adotados pelo projeto Tentáculos contra fraudes bancárias eletrônicas. “O uso cada vez maior da internet faz com que a criminalidade online também cresça e eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas têm potencial de ampliá-los”, diz.
Peixinho afirma que a concentração de eventos de grande porte abre a possibilidade de ataques de negação de serviços, invasões, ataques de defacement, malwares, botnets e, principalmente, ataques a sistemas críticos. Daí a intenção de expandir a atuação da PF para além das fraudes bancárias.
Ainda em fase de planejamento, o projeto Oráculo pretende reunir em torno da Polícia Federal a colaboração não apenas de bancos, mas de grandes corporações vítimas de ataques e empresas desenvolvedoras de soluções de segurança digital. “O objetivo é reunir o maior número possível de fontes de informações sobre as ameaças”, diz o perito.
Por enquanto, a operação recebeu um aporte inicial de R$ 500 mil do governo federal, e está em fase de levantamento de potenciais fontes de informações. O passo seguinte será a conclusão de parcerias e a escolha de ferramentas tecnológicas. “Todo o sistema tem de estar em operação antes da Copa do Mundo de 2014”, afirma Peixinho.
Tentáculo
“O projeto Tentáculo foi criado em 2003, com foco em fraudes eletrônicas, venda de medicamentos e crimes de alta tecnologia”, explica Peixinho. Este projeto criou a Base Nacional de Fraudes Bancárias Eletrônicas – avaliada por um grupo permanente de análise – que é alimentada com dados dos bancos públicos e da Febraban.
A partir da unificação, a Polícia Federal pôde identificar a atuação de quadrilhas em vários estados, gerando inquéritos unificados. A base começou a ser alimentada em 2008 pela Caixa Econômica e em 2009 pela Febraban. “Hoje temos dez grupos regionais de combate instalados no Maranhão, Ceará, Rio Grande do Sul, Pará, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia”, diz.
Mesmo com o Oráculo em planejamento, o Tentáculo continua evoluindo. O perito lembra que a Polícia Federal está implementando uma ferramenta de BI (Business Intelligence), que será utilizada para analisar as informações recebidas dos bancos. Até aqui, o projeto Tentáculo gerou 240 relatórios, detalhando detalhes sobre 28 mil fraudes.
Fonte: Convergência Digital