Preços da Internet e da telefonia seguem altos no Brasil
A nova edição do estudo anual da União Internacional das Telecomunicações que mede a disseminação, uso e custo da telefonia e da internet no mundo indica que os preços continuam caindo, mas ainda são caros, que grande parte do planeta está fora do que se convencionou chamar de “sociedade da informação” e que mesmo entre os incluídos a experiência da banda larga só existe pela dilatação desse conceito a velocidades de 256 kbps.
A nova edição do estudo anual da União Internacional das Telecomunicações que mede a disseminação, uso e custo da telefonia e da internet no mundo indica que os preços continuam caindo, mas ainda são caros, que grande parte do planeta está fora do que se convencionou chamar de “sociedade da informação” e que mesmo entre os incluídos a experiência da banda larga só existe pela dilatação desse conceito a velocidades de 256 kbps.
Em geral, a UIT viu avanços em todas as 152 economias que fazem parte do “Índice de Desenvolvimento em TIC”, mas mesmo essa melhoria precisa ser relativizada. Enquanto alguns tiveram sucesso em ampliar o uso da internet – caso dos países mais ricos, especialmente europeus, ou mesmo de vizinhos como o Uruguai – em outros o desempenho foi puxado pela massificação da telefonia móvel.
Foi o que aconteceu no Brasil, que chegou a perder duas posições no ranking da UIT entre 2008 e 2010 (o país aparece agora em 64º), embora com melhora no índice de desenvolvimento (de 3,72 para 4,22). O grande problema dessa queda é que o país foi superado pela Bósnia-Herzegovina. “O Brasil, assim como o Chile, está entre os países que tiveram maiores crescimentos no uso, mas isso se deu especialmente pelo aumento da telefonia celular”, explica a estatística sênior da UIT, Esperanza Magpantay, responsável pelo estudo Medindo a Sociedade da Informação.
Por aqui, a cesta de preços de TIC – que inclui telefonia fixa e móvel e acesso à internet – também apresentou redução, mas em ritmo inferior à média mundial. Segundo a UIT, o custo dos serviços, que representava 6,8% da renda média em 2008, caiu para 4,8% no ano passado. É certamente um cenário melhor do que o de países mais pobres, notadamente africanos, onde a renda média não é suficiente para cobrir os preços dos serviços. Mas está muito abaixo da realidade das economias centrais, onde pagar por telecomunicações demanda, no máximo, 1,5% da renda.
Para a UIT, o preço dos serviços é uma questão fundamental na massificação das telecomunicações. Segundo a entidade, os preços da banda larga fixa chegaram a despencar 50% no período. “Mas embora isso seja encorajador, a banda larga ainda é muito cara em muitos países em desenvolvimento”, diz o relatório.
“Os preços caíram significativamente no Brasil, mas continuam altos. Inclusive recomendamos ao governo federal que negocie com as administrações locais [estaduais] a redução de impostos”, afirma o secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré.
Ele reconhece que a própria multiplicação do número de acessos móveis tem, também, relação com os valores praticados pelas operadoras. “Temos que lembrar que muitas pessoas têm mais de um simcard por conta dos preços das ligações entre diferentes empresas, assim como também são utilizados para fugir das altas tarifas de roaming”, emendou o secretário-geral da UIT.
Segundo Touré, o objetivo do relatório é justamente permitir que os responsáveis pelas políticas tenham indicadores para orientar decisões que levem à ampliação do uso das tecnologias e a valores mais acessíveis dos serviços.
Fonte: Convergência Digital