Produza participa de projeto de acelerador de partículas bilionário e inédito no Brasil
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pelo maior instrumento de pesquisa científica e tecnológica do Brasil e localizado em Campinas (SP), terá o envolvimento direto da empresa catarinense Produza em seu novo projeto, o Sirius.
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pelo maior instrumento de pesquisa científica e tecnológica do Brasil e localizado em Campinas (SP), terá o envolvimento direto da empresa catarinense Produza em seu novo projeto, o Sirius. A Produza, referência em montagem de placas para projetos de inovação, será responsável pela montagem de placas eletrônicas de alta complexidade para sincronizar temporalmente todos os equipamentos envolvidos no projeto de produção de luz síncroton de quarta geração, inédito no país. O Projeto Sirius tem o custo estimado em R$ 1,3 bilhão e sua construção deve ser concluída em 2018.
O protótipo do sincronizador está sendo desenvolvido em parceria com o instituto chinês SINAP (Shanghai Institute Of Applied Physics Chinese Academy Of Sciences), e será utilizado no acelerador de elétrons Sirius, e depois de testado e avaliado, será produzido em versão final. “Como o LNLS, que faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), não possui estrutura necessária para produção e montagem de placas eletrônicas e nem RH treinado para isto, já que a finalidade da instituição é a geração de raio X, nós terceirizamos a produção de placas”, afirma o engenheiro de controle e automação do LNLS, João de Brito Neto.
Para se ter uma ideia da importância da ferramenta, todo tipo de acelerador de partículas que existe no mundo necessita de um sistema de sincronismo, que pode ser encontrado também na indústria em qualquer aplicação que necessite de sincronia no controle de equipamentos, na aquisição e transmissão de dados, embora sem a mesma precisão necessária para o acelerador. No caso do LNLS, os sincronizadores serão responsáveis por todo o processo de injeção de elétrons no acelerador quando necessário, como uma espécie de "marca-passo".
A luz síncroton, cerne do projeto, funciona como um grande e sofisticado microscópio e permite enxergar diversos materiais, tanto orgânicos quanto inorgânicos. A máquina emite luz visível, em infravermelho, em ultravioleta e raios X. Isso permite um estudo bastante detalhado dos materiais, desde proteínas usadas em remédios até a estrutura de plásticos e metais, além de potencializar os estudos em nanotecnologia. A tecnologia usada em um síncroton é semelhante à usada no LHC, acelerador de partículas construído pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern).
O maior objetivo do projeto Sirius é disponibilizar a estrutura construída para as comunidades acadêmica e industrial brasileiras, segundo o Rafael Antonio Baron, engenheiro eletrônico do LNLS. “O projeto Sirius está sendo desenvolvido pelo LNLS para assegurar uma grande participação de empresas nacionais na fabricação de seus componentes”, ressalta Baron.
O novo laboratório, considerado de quarta geração, terá praticamente o triplo da capacidade do atual síncroton brasileiro. As máquinas mais novas gastam menos energia, e podem enxergar estruturas da ordem de nanômetros (bilionésimos de metro) com mais resolução e rapidez do que o atual acelerador de elétrons do LNLS, denominado UVX. A previsão é de que o Sirius esteja em funcionamento em 2018.
Sobre a Produza
A empresa investe na produção de placas mais complexas, com componentes sensíveis, para volumes pequenos e médios. Com 55 funcionários e uma média de 1,7 milhão de componentes produzidos ao mês, também investe na aproximação com outras instituições de pesquisa e empresas que atuam no desenvolvimento de hardwares e placas de circuito, o Instituto Eldorado, Fitec e Macnica DHW.